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A Diocese de Viseu reconhece que há menos padres no ativo e que é preciso renovar a Igreja através das vocações. A conclusão está num relatório que o bispo D. António Luciano vai apresentar ao Papa Francisco na próxima semana.
O documento será entregue no âmbito da visita ‘Ad Limina’ (20 a 24 de maio), em que o Sumo Pontífice convida os bispos da Igreja Católica a visitarem o Vaticano. É nesse contexto que D. António Luciano vai apresentar o relatório sobre a situação da Diocese de Viseu e o trabalho pastoral entre os anos de 2015 e 2023.
Segundo o documento, nos últimos nove anos, os padres no ativo baixaram de 129 para 95. Já a idade média aumentou de 63,4 para 64,7 anos, assim como o número de paróquias confiadas ao mesmo pároco. Por outro lado, os diáconos permanentes aumentaram de 10 para 13 e também subiu o número de sacerdotes doutorados ou licenciados em Teologia, Direito Canónico e outras áreas.
Para “A Igreja precisa de criar uma cultura vocacional, onde cada um descobre onde pode servir e sentir-se realizado” , a Diocese de Viseu diz que tem apostado num trabalho vocacional de proximidade, feito em coordenação com movimentos católicos. A instituição também destaca a colaboração missionária de padres de Angola e do Brasil que assumem o cuidado pastoral de várias paróquias.
A Diocese de Viseu considera ainda que é “necessário aprofundar o caminho sinodal” e defende a “corresponsabilidade” dos leigos, dos jovens e de outros agentes pastorais com o objetivo de formá-los para os ministérios laicais.
O bispo D. António Luciano acredita que será necessário “trabalhar mais as vocações sacerdotais, ministeriais e laicais” para renovar a estrutura da Igreja. O prelado também sublinha que as perspetivas são de “renovação e esperança para tornar a Igreja mais missionária, aberta à comunhão, participação e missão de todos”.
Desertificação e indiferença religiosa afetam vida cristã
O relatório da Diocese de Viseu destaca ainda a preocupação com a realidade do mundo e da Igreja Católica no contexto social dos últimos anos, incluindo as consequências provocadas pela Covid-19.
A Diocese admite ainda que houve mudanças na vida cristã de muitas comunidades e justifica-as com a desertificação de algumas paróquias, a indiferença religiosa e a mudança de paradigmas na sociedade, levando ao “enfraquecimento dos membros da Igreja” com a diminuição das vocações e do número de sacerdotes.
O relatório foi elaborado com o objetivo de “perspetivar a pastoral do futuro, numa dimensão missionária, procurando incentivar a realização de um trabalho em conjunto, atentos aos problemas sociais, sobretudo derivados da migração e da pobreza, com responsabilidade na comunhão, participação e missão”, assuntos que têm em vista a fase sinodal que vai decorrer em outubro deste ano e o Jubileu da Esperança em 2025.
A Diocese de Viseu também destaca o papel da Jornada Mundial da Juventude, realizada no ano passado em Lisboa, para que haja um “novo dinamismo” junto dos jovens católicos da região.
O bispo D. António Luciano refere que os últimos nove anos foram de “muita renovação e empenhamento na mudança”, realçando o processo de escuta com sacerdotes, diáconos, consagrados, leigos e outros fiéis.
Sobre a visita ao Vaticano, o prelado diz que “leva no coração” as preocupações e esperanças dos sacerdotes, consagrados e leigos da Diocese e espera que a visita seja vivida “com fé e emoção”. Esta é a primeira visita do bispo desde que assumiu as atuais funções em 2018, sucedendo a D. Ilídio Leandro, entretanto falecido.
A visita ‘Ad Limina’ acontece pela primeira vez desde setembro de 2015 e inclui encontros de trabalho com responsáveis dos organismos centrais de governo da Igreja Católica, os dicastérios da Santa Sé, e uma audiência conclusiva com o Papa Francisco.
O bispo de Viseu também vai participar na Jornada Mundial das Crianças, que se realiza nos dias 25 e 26 de maio, em Roma, onde acompanhará um grupo da Diocese.