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A Linha da Beira Alta deveria voltar a receber comboios até ao final do primeiro semestre do ano, mas a um mês da data prevista há ainda várias intervenções por concluir. A Infraestruturas de Portugal (IP) tinha avançado com o final de junho para as obras estarem concluídas, mas a data não será cumprida.
O Jornal do Centro questionou a IP sobre o ponto de situação das obras e qual seria a nova data, mas sem sucesso. Ao que foi possível apurar, a IP espera agora terminar os trabalhos durante o segundo trimestre, para os comboios voltarem a circular até ao final deste ano. Para já, a IP não se compromete com datas e essa também terá sido a informação dada numa recente reunião com autarquias atravessadas pela ferrovia.
As obras de melhoramento da Linha da Beira Alta deveriam estar concluídas em novembro do ano passado, mas vários constrangimentos adiaram a reabertura para o final do primeiro semestre de 2024, um prazo que volta a não ser cumprido. Entre os constrangimentos, que já haviam sido “Não é só estalar os dedos. O problema não é dinheiro, é preciso quem faça”, estão a falta de mão de obra ou o roubo de catenária que atrasou uma boa parte dos trabalhos.
A remodelação da Linha da Beira Alta, que liga a Pampilhosa (Coimbra) a Vilar Formoso (Guarda), passando pelo distrito de Viseu (Nelas, Carregal do Sal, Mortágua e Santa Comba Dão), está integrada no Programa Ferrovia 2020 e tinha um investimento inicial previsto de perto de 600 milhões de euros. A empreitada prevê a requalificação integral e modernização em cerca de 190 quilómetros; a remodelação das diversas estações e apeadeiros; a construção de instalações para comboios de mercadorias; a requalificação e supressão de todas as passagens de nível; e a criação de uma ligação da Linha da Beira Alta à linha do Norte.
No projeto está ainda prevista a construção de 16 quilómetros de novas variantes que, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), vão poupar 25 a 30 minutos no tempo de percurso. A obra quer ainda dotar a infraestrutura ferroviária com os mais modernos equipamentos de controlo, sinalização e telecomunicações, sendo também “ambientalmente mais sustentável”.