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Fazer de uma nova forma

 Fazer de uma nova forma
15.06.24
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 Fazer de uma nova forma

por
Jorge Marques

Talvez os inimigos da democracia sejam os menos prováveis! Ela tem vivido de respostas repetitivas, falta de adaptação ás transformações do mundo e de simplificações que a deixam ao nível dos conflitos das claques de futebol. Nem sequer soubemos aproveitar a nossa pequenez territorial, naquilo que Rousseau já dizia no Séc. XVIII: “Os pequenos estados prosperam precisamente porque são pequenos. Porque os chefes podem ver por si mesmos o mal que é feito ou o bem que tem que fazer. Porque as suas ordens são executadas em frente dos seus olhos.”
Aprenda-se então a olhar a ciência, porque ela vai sempre á frente e porque soube mudar os seus paradigmas! Apenas um exemplo: A neurologia diz-nos que as nossas formas de governo são inadequadas, porque o ser humano cresceu e foi dotado de outro tipo de inteligências que não se revêm nas formas rudimentares da política atual. São exemplos: um normativo que se sobrepõe á qualidade da análise; a falta de atenção para com o plural e a exclusão; a confusão entre esperteza e talento, entre diversidade e bipolarização.
E qual é o investimento que se tem usado como solução? A não responsabilidade, dar ênfase ao perfil pessoal do líder e não ao desempenho, maximizar o controlo do poder, encontrar um culpado que nos liberte da responsabilidade. E que tipo de padrões usamos nas nossas análises? São horizontes limitados como os de esquerda/direita; elite/povo; governo/oposição; público/privado e até trabalhador/classe média. Foi nestas dicotomias que começámos a ser dispensados de pensar e de procurar alternativas. O problema é que a nova realidade já tem pouco a ver com isto! Os problemas agora são novos e o sistema não está preparado para lidar com a complexidade e apenas sabe aplicar, recrear ou reciclar velhas soluções.
Reparem que nós já sonhávamos com máquinas inteligentes desde Homero (Séc. IX a.C.). Na Ilíada os portões e os comandos do Olimpo já eram automáticos; Hefesto no Séc. XVIII, na sua fábrica de armaduras, já tinha robôs feitos de ouro e dotados de pensamento e palavra. Ulisses foi hóspede de um rei que tinha uns cães de ouro e prata que eram imortais. Aristóteles, no seu tratado “A Política”, já imaginava o correspondente fantasma do desemprego como consequência destas invenções. Dizia até que no futuro haveria “Mestres que não necessitavam de assistentes, nem de escravos”. Até a ideia da IArtificial ser superior ao Homem, de se rebelar e tomar o poder também não é nova!
O que distingue a IA da ficção científica é a réstia de esperança, o ser possível imaginar que se pode criar uma sociedade onde essas máquinas nos conseguem trazer ordem, estabilidade, previsibilidade e segurança, em contraste com o caos que os humanos instalaram. É por isso e pela poderosa ação do marketing, que nos vendem ao mesmo tempo a Esperança e o Medo, dois conceitos que Isaiah Berlim dizia serem da Liberdade! Na verdade, a Revolução Francesa foi uma erupção desse desejo de Liberdade, de autogestão coletiva de um grupo de franceses que se sentiram libertados como nação. No entanto o resultado para muitos deles, acabou numa restrição severa das liberdades individuais. Rousseau admitia que algumas leis da liberdade podiam redundar num jogo de tirania, mas que a Lei não podia ser tirana! Há uma liberdade positiva e uma liberdade negativa e a avaliação depende do olhar de cada um e de quem beneficia ou sofre com ela.
Quando há uns anos atrás, a capa da National Geographic trazia a lista dos mais famosos da América, apareciam em primeiro lugar os que negavam as alterações climáticas, mesmo quando 99% dos cientistas o confirmavam. Para eles, isso era uma invenção dos Verdes que queriam impedir a sua liberdade. Nisto a política errou, sendo a grande responsável pelas catástrofes atuais. Por isso existem correntes a favor e contra a ciência, onde a política não sabe onde se colocar?
EUA e China competem hoje em muita coisa, da Economia ao Espaço. Mas fala-se pouco da conquista de um outro espaço, o Cérebro Humano! Essa competição não passa pelas máquinas, nem pela IArtificial, mas por uma Fábrica de Génios que está a aparecer na China! Ambos tem o sonho de criar Super Cérebros, um Super Homem! Portugal, desde uns quarenta anos atrás, vem falando em Talento, mas na minha perspetiva de uma forma difusa. Talvez pelo vício de se querer simplificar tudo, de trocar o parecer pelo ser, para se poder dominar com mais facilidade.
Nós estamos a assistir ao crescer de um tipo de economia chamada de “Partilha”! A Uber é uma app de partilha de transporte; na ciência “A Science Exchange” está no mercado científico e aluga cientistas, investigadores, laboratórios; na medicina partilham-se os médicos; há uma enormidade de freelancers em todas as atividades e a todos os níveis. Tudo porque se começa a defender, que os bens e serviços só se usam quando se precisa, não sendo necessário possuí-los! O que se pretende é pagar proporcionalmente a utilização.
A PwC, uma famosa consultora mundial tem estudado o assunto! Diz que 86% dos consumidores dão prioridade aos custos e que isso torna a vida mais barata; 68% dizem que a partilha constrói uma comunidade mais coesa; 43% por razões de conforto. Dizem que a propriedade é um fardo e não é eficiente. A aceleração digital e os novos modos de vida e trabalho vão forçar a este tipo de opções. Do outro lado Joseph Stiglitz, Prémio Novel da Economia, convida-nos a “criar uma empresa de aprendizagem”! Ela será o mais importante para o desenvolvimento humano, mais que o progresso da tecnologia. “Aprender a fazer de uma nova forma”! Esse é o lema e a nova definição de Talento.
Na economia de partilha e nas novas formas de trabalho será difícil assumir previamente compromissos económicos quando se entra no mercado de trabalho. A demografia já nos mostra isso nos índices de natalidade. Endividar um jovem que entra no mercado de trabalho não me parece boa ideia. Nem amarrar um jovem casal que se quer separar e não o faz por via da prestação da casa. A política não pode ser alheia a estas mudanças! No Índice da Infelicidade, o que está referenciado como principais causas são a falta de credibilidade dos governantes e dirigentes. São os excessos, as irregularidades, os abusos de poder, os comportamentos antissociais das elites. Talvez estas possam ser as prioridades da Política, quer dizer…de Nós?

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