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Marco Ramos
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Joaquim Alexandre Rodrigues
A Universidade Sénior de Rotary de Viseu serve a comunidade há mais de vinte anos e tem um leque variado de áreas curriculares disponíveis para os alunos. Ao longo dos anos, a Universidade Sénior tem estabelecido algumas parcerias com o município de Viseu, o Instituto Politécnico e algumas entidades privadas. São uma boa alternativa aos lares e para quem ainda quer uma vida ativa, pois podem conviver, aprender, descobrir novos talentos e fazer o que mais gostam.
Idalino Almeida é diretor da Universidade Sénior de Rotary de Viseu. Um cargo que assume com orgulho. A ligação à instituição surgiu por ser docente.
“A oportunidade surgiu quando eu era professor na Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Viseu. Foram as instalações da ESEV que serviram para as primeiras aulas que houve para a Universidade Sénior e para a sua implementação. Estava à frente do departamento de Educação Física e foi um dos interlocutores para o início da Universidade Sénior”, recorda.
Segundo o diretor, este projeto tem como objetivo manter as pessoas ativas e renovar conhecimentos que já tinham, mas continuando a aprender. “Temos uma grande diversidade de disciplinas, umas mais ditas práticas outra de criação, outras mais para adquirirem conhecimento. Temos várias áreas, das mais importantes é Psicologia, a História de Viseu, Economia e Fiscalidades, Gestão Universal, Atividade Física, Dança, Inglês e Direito. Portanto são cerca de 20 atividades/disciplinas que ps alunos têm e frequentam uma vez por semana”, descreve.
As experiências são muitos e vão além do convívio. Rosa Lima é a aluna da Universidade Sénior de Viseu. Confessa que a sua disciplina favorita é o inglês, mas o que gosta mesmo é de participar na tuna e desenvolver as suas competências na área das artes. “Este ano, pela primeira vez, estou a pintar. Nunca pensei que seria capaz de pintar um quadro, já pintei um e já estou no segundo”, sublinha, com um sorriso o rosto como quem diz “objetivo cumprido”.
Para Rosa Lima, estar nas aulas é uma forma de combater o isolamento social. “É mais uma valia porque sabemos que as pessoas isoladas em casa vão ter mais problemas, nomeadamente depressões. O convívio, o facto de a cabeça ser usada para várias situações, melhora muito a qualidade de vida”, assegura por experiência própria. Professora de carreira, admite que tem tido os dias mais ocupados do que quando estava a dar aulas. Para Rosa Lima, quem vai para a Universidade Sénior consegue ter uma vida ativa.
E foi esta a razão que levou também José Correia a inscrever-se na Universidade. “Dois anos depois de saber da existência, procurei os serviços administrativos e matriculei-me. Não me arrependo”, acrescenta.
Já Belmiro Sequeira afirma que aprendeu muitas coisas fora da sua zona de conforto e de conhecimento. “Aqui adquirem-se muitos conhecimentos. Aquilo que eu mais sabia, como é normal, estava relacionado com a minha profissão. Com a variedade de cursos disponíveis, os alunos aumentam o seu leque de conhecimentos, que são úteis para o dia a dia”, refere.
Ana Maria Madureira é professora de francês e esta é a profissão que quer ter até ao fim da sua vida. “Eu nasci professora e tenho que morrer professora!”
Quando acabou a carreira de quase quarenta anos na Alves Martins e Emídio Navarro e soube que tinha a possibilidade de dar aulas pensou logo em continuar a fazer o que mais gostava para, assim, sentir que não estava a envelhecer. “Professor, engenheiros ou outra profissão, a verdade é que quando paramos forçosamente deixamos de continuar não só a desenvolver conhecimentos como a perder aqueles que já tínhamos adquirido. Numa língua estrangeira isso é fatal, se a pessoa não falar começa a perder capacidades”, realça a voluntária.
“Só pondero deixar de dar aulas caso adoeça ou não consiga realmente vir”, promete.
Quer os professores, quer os alunos são unânimes em afirmar que muito além da vontade de aprender, o convívio é essencial. Nesta “faculdade”, referem, não entram nem tristezas nem amarguras. “Há muita coisa que se pode fazer, muita diversão por onde escolher. É o prolongamento da nossa vida”, assumem.
São universidades, mas não há praxes nem exames complicados. As universidades seniores são mais “descontraídas”, mas igualmente importantes na capacitação das pessoas. Os “alunos” formam-se em qualidade de vida e os benefícios para a saúde são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde.
“As mais-valias não se situam apenas na manutenção de actividades de índole intelectual e física e na aquisição do conhecimento em si mesma, mas é, igualmente, primordial o seu cariz de socialização e de manutenção de contactos sociais”, sublinha a direção da RUTIS, rede que une as universidades seniores no país.
Esta abordagem tem dupla importância, realça ainda a mesma fonte. “Do ponto de vista individual é fundamental para uma velhice mais positiva, activa ou bem-sucedida; por outro lado, do ponto de vista colectivo é do interesse generalizado que a sociedade seja constituída por pessoas saudáveis. Quanto mais saudáveis e activas forem as pessoas mais velhas, maior a sustentabilidade dos serviços de saúde e de apoio social”.
Em Portugal, as universidades seniores têm mais de 45 mil alunos, 300 entidades e 5.500 professores voluntários e são hoje o programa de educação de adultos com mais sucesso no mundo inteiro, envolvendo milhões de pessoas nos cinco continentes.
Distrito de Viseu
Academia Sénior do Orfeão de Viseu
CSenior – Universidade Sénior de Castro Daire
Universidade Sénior As Mestras de Ranatus- Viseu
Universidade Sénior da Pesqueiramiga
Universidade Sénior de Armamar
Universidade Sénior de Carregal do Sal
Universidade Sénior de Nelas
Universidade Sénior de Oliveira de Frades
Universidade Sénior de Rotary em Viseu
Universidade Sénior de Santa Comba Dão
Universidade Sénior de Tabuaço
Universidade Sénior de Vouzela
Universidade Sénior Infante D. Henrique de Moimenta da Beira
Universidade Sénior Jerónimo Cardoso – Lamego
Universidade Sénior São Pedro do Sul
Universidade Vida Ativa de S. João da Pesqueira – UVA
*Instituições que pertencem à RUTIS
Reportagem de David Almeida, Inês Lopes e Laura Almeida, alunos do curso de Comunicação Social da Escola Superior de Saúde de Viseu