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Alunos chumbam menos, mas continua a ser mais dificil para os mais pobres

 Alunos chumbam menos, mas continua a ser mais dificil para os mais pobres
13.07.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Alunos chumbam menos, mas continua a ser mais dificil para os mais pobres
27.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Alunos chumbam menos, mas continua a ser mais dificil para os mais pobres

Os alunos estão a chumbar cada vez menos, mas o insucesso escolar continua a estar mais presente entre os carenciados e nas escolas mais desfavorecidas, segundo dados do Ministério da Educação.

As retenções e casos de abandono escolar têm vindo a diminuir em todos os níveis de ensino, segundo uma análise aos dados do ministério, que revelam o sucesso nas escolas do continente entre 2017/2018 e 2021/2022.

Apesar das melhorias, o ensino secundário continua a ser o ciclo com mais insucesso, por oposição ao 2.º ciclo, com apenas 4% dos alunos a não conseguirem fazer o 5.º e 6.º anos no tempo esperado.

No secundário, a taxa de conclusão é agora de 80%, o que representa uma melhoria de 20 pontos percentuais em quatro anos. No entanto, esta é uma média nacional que esconde realidades como a da Escola Básica e Secundária Mestre Domingos Saraiva, em Algueirão, Sintra, onde a maioria dos alunos do 12.º ano chumbou no ano letivo de 2021/2022, segundo uma análise feita pela Lusa aos dados do ministério que coloca esta escola como a mais problemática, com uma taxa de retenção de 56%.

Os dados apontam para a existência de 218 escolas com uma média de retenção do 12.º ano acima da média nacional e 334 abaixo. Entre as 10 mais problemáticas, nove situam-se na Área Metropolitana de Lisboa: Sintra, Lisboa, Setúbal, Moita, Loures, Cascais, Odivelas, Mafra e Amadora. Sendo uma escola da Meda, no distrito da Guarda, a exceção da lista das dez escolas com piores resultados.

No 10.º ano, por exemplo, a média nacional de retenção foi de 11%, havendo 213 estabelecimentos de ensino acima dessa media e 333 abaixo, segundo a análise da Lusa, que confirma os problemas na região de Lisboa, já que seis das 10 escolas com mais retenção se situam nessa zona.

No 11.º ano, as taxas de retenção nacional situaram-se nos 4%, havendo 172 estabelecimentos de ensino acima dessa media e 361 abaixo. Mais uma vez, entre as 10 mais problemáticas, oito localizam-se na Área Metropolitana de Lisboa.

Os dados mostram ainda que continua a ser mais difícil para os alunos mais carenciados terminarem os estudos no tempo esperado.

Os alunos beneficiários de Apoio Social Escolar (ASE) têm mais dificuldades em concluir o seu nível de ensino no tempo esperado, mas a diferença em relação aos restantes alunos tem vindo a esbater-se, em especial no secundário, segundo uma análise aos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Invocação (MECI).

Nos cursos científico-humanísticos, por exemplo, a diferença da taxa de sucesso entre a totalidade de alunos e os estudantes carenciados é de quatro pontos percentuais: Se 80% de todos os alunos conseguem concluir o secundário em três anos, entre os alunos com ASE essa taxa desce para os 76%.

Já nos cursos profissionais, a diferença é de apenas um ponto percentual (71% vs 70% para os alunos mais carenciados), segundo os dados da tutela.

A escola que frequentam também parece ter impacto nos resultados, sendo benéfico para os alunos mais pobres frequentarem escolas com poucos alunos carenciados. No ensino básico, mais de 90% dos alunos carenciados de escolas com poucas crianças com ASE nunca chumbam, enquanto nas escolas em que a maioria dos alunos tem ASE o sucesso dos mais pobres desce para os 85% no 1.º ciclo e 86% no 3.º ciclo.

No entanto, esta é uma regra que se aplica apenas até ao 9.º ano, uma vez que no ensino secundário, os alunos mais carenciados têm mais sucesso quando frequentam escolas com maior percentagem de alunos beneficiários de ASE.

Os dados mostram que nos cursos científico-humanísticos de escolas com muitos alunos carenciados, a taxa de sucesso é de 85%, mas nas escolas com poucos alunos carenciados, o sucesso desce para 78%. Também nos cursos profissionais se confirma esta tendência, mas com diferenças mais esbatidas (apenas 3 pontos percentuais).

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