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As primeiras conclusões da investigação da queda de um helicóptero no rio Douro, na zona de Lamego, que vitimou cinco militares da GNR, já são conhecidas.
Na Nota Informativa a que o Jornal do Centro teve acesso, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), entidade sediada em Viseu, descreve que o piloto, único sobrevivente, desviou-se de uma ave de médio porte poucos minutos antes de se despenhar no rio, a uma velicidade de 187km/h. O GPIAAF avança com várias informações, mas as causas da queda do meio aéreo não são ainda divulgadas.
“No voo de regresso à base de Armamar a aeronave iniciou uma descida constante, onde sobrevoou a margem esquerda (sul) do Rio Douro em direção à cidade de Peso da Régua. No decurso dessa descida, segundo as declarações do piloto, este terá observado uma ave de médio porte à mesma altitude e na trajetória do helicóptero, que o obrigou a executar um desvio à direita, retomando a rota logo de seguida”, começa por explicar o GPIAAF, que frisa ainda que “dos dados recolhidos até ao momento não foi possível determinar de forma independente o ponto de execução dessa manobra”.
Em sequência, refere o documento, “mantendo a descida em direção ao rio em volta à esquerda, a aeronave colidiu com a superfície da água com uma velocidade em torno dos 100 nós (185 km/h) por motivos a determinar”.
Segundo a investigação preliminar, “no processo de dissipação de energia ocorrido durante a colisão, o piloto, sentado à direita, e o ocupante da cadeira esquerda do cockpit foram projetados para fora da aeronave”.
Os restantes cinco ocupantes, militares da GNR que integravam a equipa da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS), acabaram por morrer. “Da violenta colisão com a água, o helicóptero sofreu uma deformação da cabine incompatível com a sobrevivência dos seus ocupantes”, sustenta o relatório.
A colisão violenta provocou assim “ferimentos fatais para os 5 elementos da UEPS e ferimentos graves do piloto, que conseguiu vir à superfície e ser resgatado por pessoas no local”.
A investigação afirma ainda que “o piloto estava devidamente autorizado e certificado para realizar o voo” e que “a aeronave estava autorizada a voar de acordo com os regulamentos em vigor”. “As evidências sugerem que o motor da aeronave estava a produzir potência no momento da colisão. A meteorologia para a área estava propícia à realização do voo descrito, apresentando céu com algumas nuvens, o vento de Norte com fraca intensidade e uma temperatura em torno dos 26 ºC”, acrescenta.
Investigação prossegue para determinar causas do acidente
No relatório, o GPIAAF explica que vai analisar vários aspetos, nomeadamente “o planeamento e procedimentos operacionais do voo do evento e respetiva missão de combate a incêndios rurais”; a “análise dos componentes críticos da aeronave”; “o projeto, limitações e funcionamento da aeronave e dos seus sistemas”; “o treino, preparação e experiência do piloto para realizar a missão, bem como os fatores humanos envolvidos”; “a dinâmica do voo para avaliar as condições da colisão”; e “os aspetos de sobrevivência”.
A investigação, refere, “visa unicamente identificar os fatores causais e contributivos envolvidos nos acidentes ou incidentes, com vista à eventual emissão de recomendações para prevenção e melhoria da segurança da aviação civil”.
A investigação é “independente e distinta de quaisquer processos judiciais ou administrativos que visem apurar culpas ou imputar responsabilidades” e que “poderão participar na investigação representantes da Agência Europeia para a Segurança da Aviação, das Autoridades Nacionais de Aviação Civil dos Estados Membros em causa, do Estado de registo, do Estado do operador, do Estado de projeto e do Estado de fabrico da aeronave, as quais foram notificadas do acidente no próprio dia”.
O GPIAAF explica ainda que irá publicar um relatório final, “após conclusão da investigação e do procedimento de audiência prévia às partes relevantes”.
“Nos termos da legislação nacional e europeia, se não for possível publicar o relatório final no prazo de 12 meses após o evento, será apresentado um relatório intercalar pelo menos em cada data de aniversário, descrevendo os progressos da investigação e os problemas de segurança eventualmente encontrados. Quaisquer problemas de segurança urgentes que sejam detetados numa investigação são imediatamente transmitidos às partes envolvidas para que desde logo possam agir em conformidade, podendo também ser emitidas recomendações de segurança em qualquer momento da investigação, se tal se justificar”, acrescenta.
Há partes da aeronave ainda por recolher
Segundo o documento enviado às redações, “à data da publicação da nota informativa, estão ainda por recolher do rio componentes do painel de instrumentos da aeronave, por dificuldades na sua localização”.
Já devido à integridade estrutural do aparelho ter ficado comprometida, esta foi “libertando parte dos elementos de revestimento em material compósito. Estes componentes de baixa densidade ficaram à superfície enquanto os restantes destroços assentaram no leito do Rio entre 4 e 6 metros de profundidade numa área de aproximadamente 3600 metros quadrados”.
O GPIAAF refere que foi oficialmente notificado às 12h45, tendo deslocado uma equipa de investigação de aviação civil para o local. Os trabalhos no terreno iniciaram pelas 16h45, onde foram feitas “entrevistas a testemunhas e recolha de informação documental”.
O GPIAAF abriu um processo de investigação de segurança às causas do acidente que aconteceu na passada sexta-feira (30 de agosto). O helicóptero AS350B3+ tinha saído do centro de meios aéreos de Armamar para combater um incêndio na zona de Baião, no distrito do Porto.
O piloto e a equipa de cinco elementos da UEPS descolaram a bordo do helicóptero, mas ao sobrevoarem a localidade de Fojo, Baião, “após avaliação do cenário pelo chefe de equipa da UEPS a bordo, foi decidido o regresso da aeronave à sua base por não se justificar o emprego dos meios num incêndio com o perímetro já circunscrito”. Este regresso acabou por ser fatal para os cinco militares.