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As notícias e declarações de todos os intervenientes estão a deixar a comunidade educativa ansiosa. A falta de professores está a tornar-se usual no território nacional. É um sintoma de falta de planeamento a longo prazo, estrutural e de, no mínimo, falta de sensibilidade para com os docentes, ao longo de mais de 20 anos.
O que se passa nas escolas de Viseu tem um nome pomposo, Inverno demográfico da educação. É o que os especialistas chamam ao fenómeno que está a acontecer, o envelhecimento dos professores. O que levou a isso? O envelhecimento da população, o aumento da idade de reforma, a falta de candidatos a professores e os critérios de colocação nas escolas.
Quanto à falta de professores, ainda estamos longe de outras regiões do país. Fora casos esporádicos a disciplinas específicas, geografia, espanhol…, ainda não se verifica grande falta ou dificuldade em substituir atestados médicos, de docentes., mas estamos no caminho certo para vir a sofre desse mal.
Nos próximos anos, o número de professores a aposentarem-se vai subir vertiginosamente. Num primeiro momento, os concelhos à volta de Viseu, vão começar a sentir as consequências da falta de professores, uma vez que parte é residente no concelho de Viseu e pretende aproximar-se de casa, mas as dificuldades em conseguir candidatos a substituições temporárias vai-se começar a fazer sentir. Numa segunda fase, a substituição temporária tornar-se-á dramática, com longos períodos de tempo com turmas sem um ou mais professores. A terceira fase, será aquela em que os concursos nacionais já não suprirão as necessidades de professores no concelho.
A crença que ainda se vai ouvindo de que os professores ganham muito bem, que têm muitas férias e que dão poucas aulas não está a atrair novos profissionais. Talvez porque sejam aqueles que, pela sua idade, tenham mais presentes o que viram nas salas de aula das suas escolas. Professores cansados, assoberbados de trabalho burocrático, turmas indisciplinadas e sobrelotadas, falta de condições físicas para o ensino, a constante mudança de políticas educativas… podia continuar a enumerar raões, mas serve a intenção.
A profissão docente já não é atrativa, já não é prestigiante, já não é bem remunerada, já não tem muitas férias. Poucos querem ser professores. O número de candidatos diz-nos isso, os números da OCDE também e muito mais. A falta de professores de alguns grupos, que já se faz sentir em algumas zonas do país, vai-se espalhar por todo o território e chegar ao nosso concelho, com todas as consequências que isso acarreta para a comunidade educativa de Viseu.
Em 2025 a idade média dos professores portugueses deverá rondar os 60 anos de idade. E fico-me por aqui.
Rui Gualdino Cardoso, Diretor do Agrupamento de Escolas de Viso, Viseu
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