A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
O exercício físico e o extrato de flor de castanheiro podem ser…
No Outono, os dias são mais curtos e as noites mais frescas,…
por
José Junqueiro
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
José Carreira
Fotografia de Rui Estêvão que nas redes sociais pedia ajuda para Souto de Alva onde muitas casas estavam em risco
Os fogos em Castro Daire e S. Pedro do Sul são os que mais problemas estão a causar com várias aldeias em perigo por causa das chamas. No terreno, os bombeiros estão a fazer defesa casa a casa e contam com a colaboração da proteção civil, autoridades, GNR e população.
Na aldeia de Adenodeiro exigem-se mais meios e operacionais devido às chamas que ameaçam esta e outras três aldeias.
“Agora [cerca das 20h45] estamos com alguns problemas em Adenodeiro. Estamos focados e mobilizados com mais meios e operacionais em defesa das pessoas e bens”, afirmou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Farejinhas.
Horácio Ribeiro acrescentou que “a estratégia continua a ser defender pessoas e primeiras habitações, porque não há meios para combater o incêndio em si”.
“Na aldeia de Ribolhos já está um bocadinho mais calmo, mas temos as aldeias de Alva, Granja e Folgosa ameaçadas também a exigir a nossa atenção, porque estão na linha do fogo”, disse.
Segundo o responsável, o incêndio “já entrou no município de São Pedro do Sul e está no limite do de Viseu, em Côta, onde se encontram equipas dos Sapadores de Viseu para tentar evitar que entre” nesta zona.
“Durante a noite vamos tentar usar máquinas de arrasto para começar a delimitar as chamas. Vamos ver o que conseguimos e o vento que vai estar”, disse Horácio Ribeiro.
Este incêndio, no concelho de Castro Daire, teve origem pelas 21h23 de segunda-feira, em Soutelo, freguesia de Mões. Propagou-se ao Município de São Pedro do Sul e mobilizava, pelas 20h30, 208 operacionais, apoiados por 59 veículos.
No ponto de situação foi feito cerca das 20h30 pelo sub-comando regional Viseu Dão Lafões, a esta hora estavam no terreno 735 operacionais e 517 viaturas na região.
De acordo com o comandante Miguel Ângelo David, “há quatro fogos que estão ativos e com maior preocupação. São eles os de Castro Daire, Vila Nova de Paiva, Penalva do Castelo com projeções em Mangualde e o de Folhadal que se estendeu a Carregal do Sal e Tábua”.
“Toda a gente está a fazer um trabalho de grande complexidade”, frisou o comandante que falou em ventos entre 70 e 75 quilómetros/hora com rajadas que têm sido o principal inimigo do combate. “Imagine-se isto numa serra de Montemuro ou S. Macário”, exemplificou para mostrar o “grande desafio” que é enfrentar não só a simultaneidade dos incêndios, como a intensidade.
O comando Sub-regional Viseu Dão Lafões informou ainda que o fogo que eclodiu pelas 11h53 de segunda-feira no Folhadal, concelho de Nelas, mobilizava 331 operacionais, apoiados por 94 veículos.
Este incêndio de Nelas alastrou aos concelhos vizinhos de Carregal do Sal, distrito de Viseu, e aos municípios de Tábua e Oliveira do Hospital, do distrito de Coimbra.
Ainda no distrito de Viseu, no concelho de Penalva do Castelo, continua ativo o incêndio em Miuzela, que deflagrou pelas 00h15 de segunda-feira e propagou-se ao Município de Mangualde e mobiliza 168 operacionais com 46 veículos. Foi ativado o plano municipal de emergência, assim como está a acontecer em todos os municípios afetados pelas chamas. Há escolas encerradas
Segundo o Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana (GNR), estão cortadas ao trânsito, devido aos incêndios, as seguintes vias em Castro Daire: A24, entre Mamouros e Viseu, EN2, entre Mamouros e Ribolhos e EN228, entre Fermontelos e Figueiredo de Alva.
No distrito de Viseu estão ainda cortadas a A25, entre Mangualde e Chãs de Tavares, o Itinerário Complementar 12 (IC12) em Nelas e Carregal do Sal e as EN 16, 231 e 329, em Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo.
O incêndio em Mangualde provocou uma vítima mortal, durante a noite, de doença súbita. Segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões, a habitação não ardeu.
Segundo os presidentes das câmaras de Nelas, Mangualde e Penalva do Castelo “há registo de casas de habitação queimadas e alfaias agrícolas”, mas nenhum dos autarcas conseguiu ainda contabilizar os respetivos números.
Ao final da tarde desta terça-feira, o presidente da Câmara de Mangualde contava que os meios estavam a concentrar-se junto às habitações com o aproximar da noite, ao mesmo tempo que evitavam as chamas fazer a passagem de vias . “Pode-se falar numa situação mais calma do ponto de vista das freguesias que estavam ameaçadas pelas chamas, mas mantém-se o fogo com grande intensidade”, disse.
O Governo declarou hoje a situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar “toda a situação relativa aos incêndios e às suas consequências”, numa reunião presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a convite de Luís Montenegro.
Na segunda-feira, o Governo tinha alargado até ao final de quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas
A lei determina que a situação de calamidade é declarada pelo Governo, mediante resolução do Conselho de Ministros.
O primeiro-ministro explicou que a declaração da situação de calamidade vai permitir que a equipa multidisciplinar do Governo – coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial Manuel Castro Almeida – poSSA “oferecer o apoio mais imediato e urgente àqueles que não têm em casa um abrigo, um alojamento para os próximos dias, àqueles que ficaram sem meios de subsistência para se alimentarem, para se vestirem, para terem acesso às mais elementares necessidades do dia a dia”.
“No âmbito desta situação de calamidade nestes territórios, estamos já a trabalhar também com as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, com o Instituto Nacional de Estatística, no elenco de todos os prejuízos que estão a ser causados, para que a resposta possa ser o mais rápida possível”, assegurou.
O primeiro-ministro reiterou que “há pessoas que ficaram sem casa, há pessoas que ficaram impedidas de ir trabalhar, há empresas que estão inibidas de poder produzir”.
“As portuguesas e os portugueses e as empresas são elementos de bravura do povo português e, portanto, merecem dos poderes públicos e do Governo em particular que haja celeridade, agilidade para todas as respostas que são necessárias”, disse.
Montenegro afirmou, tal como tinha feito na segunda-feira, que o Governo está “bem consciente que as horas difíceis ainda não acabaram”.
“Ainda vamos ter de continuar a dar tudo aquilo que temos e a pedir ajuda aos nossos parceiros e amigos para podermos reforçar a proteção das pessoas e do património”, alertou.
O primeiro-ministro começou a sua declaração, sem direito a perguntas, por agradecer ao Presidente da República “a expressão da sua solidariedade institucional e estratégica”.
“Em segundo lugar, reiterar o nosso pesar pela partida de três bravos bombeiros que estavam ao serviço de todos nós, expressar neles a gratidão a todos os que estão ainda no terreno a proteger as pessoas e o património dos portugueses”, disse, prometendo que o Governo não vai “baixar os braços”.
Desde domingo, já morreram sete pessoas e cerca de 40 ficaram feridas, duas com gravidade