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A Escola Básica de Cepões, localizada no concelho de Viseu, é um exemplo de como o fecho dos estabelecimentos de ensino devido à falta de alunos por ser revertido, mas as incertezas ainda pairam no ar. Há dois anos, a escola esteve sinalizada para encerrar por falta de alunos, mas atualmente vê-se numa situação oposta e pondera até a contratação de mais um docente para responder ao aumento do número de estudantes. É uma realidade presente em várias freguesias do país, onde a baixa natalidade e a migração interna para os centros urbanos têm reduzido o número de crianças em idade escolar.
O diretor do Agrupamento de Escolas de Mundão, Carlos Correia, ao qual pertence a Escola de Cepões, conta que a chegada de famílias imigrantes, principalmente provenientes do Brasil, impediu a escola de encerrar. O diretor do Agrupamento reconhece que Cepões é uma “zona de imigração”.
Atualmente, a escola conta com 20 alunos no ensino básico e mais quatro no infantário, o que permitiu abrir uma nova sala de aula. Carlos Correia explica que, quando uma escola atinge os 19 alunos, há a necessidade de ter dois docentes, e este será o próximo passo para a escola.
Esta realidade, no entanto, não deixa de levantar preocupações. “A situação não deixa de preocupar”, admite Carlos Correia, referindo-se à vulnerabilidade demográfica da região que, por estar mais afastada e num “sítio menos famoso demograficamente”, não atrai muitas famílias. As escolas situadas fora do perímetro urbano enfrentam dificuldades adicionais para competir com aquelas que se situam na cidade, onde as turmas estão “cheias” e não há vagas por preencher.
Apesar do alívio temporário, a sobrevivência da escola é avaliada anualmente. “A análise é feita de ano a ano, para o ano vemos como estará”, refere o diretor. O fecho de escolas está relacionado com o número de alunos e, embora tenha sido evitado até agora, a situação continua a ser acompanhada de perto. Para as escolas como a de Cepões, o destino depende não só da demografia local, mas também de políticas que apoiem a fixação de famílias e promovam o desenvolvimento destas áreas mais afastadas.
O executivo da Câmara Municipal de Viseu já demonstrou o seu compromisso em manter, pelo menos, uma escola aberta em cada freguesia do concelho. No último ano letivo, a autarquia abriu novas turmas em várias escolas do concelho, incluindo a de Cepões, o que foi essencial para evitar o encerramento. “Queremos que as escolinhas funcionem, os meninos precisam delas”, reforça Carlos Correia, que sublinha a importância destas instituições para as comunidades locais.
A situação da Escola Básica de Cepões é, por enquanto, um sinal positivo numa realidade em que muitas escolas de zonas rurais continuam a ser ameaçadas pelo encerramento, Graças à imigração e ao esforço conjunto, a escola tem conseguido manter-se aberta. No entanto, o futuro permanece incerto, e tudo depende da evolução demográfica e das políticas que procurem apoiar a permanência de alunos nestas áreas.
As escolas situadas nas periferias urbanas enfrentam o problema oposto, com uma elevada procura e falta de vagas a serem preenchidas. Em contraste, instituições como a de Cepões continuam a lutar pela sua sobrevivência, um desafio que se repete em várias regiões de Portugal.
O município de Viseu, que reconhece a importância de manter as escolas em funcionamento em todas as freguesias, tem vindo a implementar medidas para atrair mais alunos e garantir o seu funcionamento. No ano letivo anterior, foram abertas novas salas de aula em várias escolas, tanto no perímetro urbano como em zonas mais afastadas, numa tentativa de evitar o encerramento de estabelecimentos de ensino fundamentais para a coesão social e o desenvolvimento local.
Com um cenário demográfico que não favorece as escolas mais afastadas das cidades, o futuro destas pequenas instituições continua a depender de uma conjugação de fatores que inclui o apoio municipal, a fixação de famílias e, como se viu no caso de Cepões, a chegada de imigrantes.