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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Rita Andrade, Enfermeira Especialista em Enfermagem Comunitária, UCC Viseense
O feriado de 15 de agosto, em 2017, ficará sempre na história da Feira de São Mateus em Viseu como o dia em que Marco Paulo subiu ao palco da Feira Franca pela última vez. Quis o destino que se despedisse num dia em que se celebra Nossa Senhora, sendo um homem de fé. Marco Paulo nunca escondeu esse lado. E celebrou-o. Nesse dia, entre as várias músicas que interpretou, e dirigindo-se ao público da Feira de São Mateus recordou a fé. “Algumas pessoas não acreditavam que viesse. Fui operado há um mês a um rim. Isto é a graça e a ajuda enorme de Deus e de Nossa Senhora de Fátima de quem sou grande devoto e que está sempre ao meu lado e ela ajuda-me a fazer o meu trabalho”, disse.
Há sete anos,, o artista de “Maravilhoso Coração”, subiu ao palco da Feira de São Mateus e tinha à frente milhares de pessoas. Nesse ano, o Jornal do Centro esteve ‘de pedra e cal’ em todos os dias de Feira com stand instalado. Foram vários aqueles que bem cedo aguardavam lugar frente ao palco. Há dez anos que a Feira Franca não recebia Marco Paulo num palco que, nos anos 80, o recebeu sob protesto.
Numa crónica assinada no Jornal do Centro, Joaquim Alexandre Rodrigues lembrou que “houve uma tentativa de cancelamento de Marco Paulo”. “Como “forma de luta”, os contestatários começaram a atirar moedas contra aquele vozeirão e os seus músicos, um dilúvio metálico, os mais abonados atiravam mesmo moedas de 25 escudos, bem grandes e pesadas”, recordou o ‘Olho de Gato’ no texto assinado a 23 de setembro de 2023. Joaquim Alexandre Rodrigues lembrou na crónica que “Marco Paulo, um profissional a sério, não vacilou, continuou a cantar e a abanar os caracóis, não parou de baldear o microfone de uma mão para a outra e de afirmar os seus dois amores que em nada eram iguais”. A crónica pode também ser escutada neste podcast.
Em 2017 o artista veio duas vezes a Viseu. Em março, numa gala promovida pelo Correio da Manhã, chamada “Viva a Vida”, um Pavilhão Multiusos cheio acolheu Marco Paulo de braços abertos.
O cantor Marco Paulo morreu esta quinta-feira, aos 79 anos. O artista foi foi diagnosticado recentemente com dois cancros, um no pulmão e outro no fígado. Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, o intérprete de êxitos como “Eu tenho dois amores” e “Maravilhoso coração”, nasceu a 21 de janeiro de 1945, em Mourão, no distrito de Évora. Morou em Alenquer, no final dos anos 50 e depois no Barreiro, nos anos 60.
Nas últimas horas sucederam-se as reações à morte de Marco Paulo. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o músico “está na memórias de muitas portuguesas e muitos portugueses”. O chefe de Estado uniu-se à dor nacional e disse que “como um desses portugueses e como amigo dele, é com pesar que recebo a notícia, embora já quase esperada, do seu falecimento e apresento à família, aos amigos e aos admiradores os meus pêsames”. Marcelo publicou uma nota de pesar no site da Presidência da República. Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro escreveu na rede social X que Marco Paulo é “uma grande referência da cultura portuguesa”, que “deixa um legado musical marcante, que atravessa gerações e une Portugal”.
Foram vários os êxitos de Marco Paulo ao longo de 50 anos de carreira. “Joana” e “Amor Sem limite”, que pode escutar aqui, num vídeo gravado nesse concerto da Feira de São Mateus, em 2017, e “Taras e manias”, foram alguns dos temas mais marcantes do percurso artístico de Marco Paulo. O artista recebeu um Disco de Diamante a celebrar mais de um milhão e meio de discos vendidos.