30 anos ESAV IPV 16
psa-mangualde-10_web
Encontro Nacional de Pessoas com Deficiência
261121083019a9f55af575cc44675655afd52fd8ee0b7e8852f2
221221102816ea5e4a48ad2623f3eea1d59d63cf34ae78d05d1d
140122144234ddd8df4b510d3e43d02babb42d9dd1f2fb699a5c
24.10.24

Em um dia e meio, 30 oradores deixaram o seu testemunho e…

24.10.24

A magia do desconhecido… chega à Ourivesaria Pereirinha. A Monseo Jewels, marca…

23.10.24

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

 Lavrar o mar

por
Miguel Varzielas, ortopedista no Hospital CUF Viseu

 Inovações no tratamento da coluna

por
Rita Andrade, Enfermeira Especialista em Enfermagem Comunitária, UCC Viseense

 Uma realidade… a morrer na praia?!
visabeira
Paviletrica 3
030322115231773043bee316666f3b3a9fb814cd5eeb62726bce
Home » Notícias » Diário » As reações à morte de João Luís Oliva

As reações à morte de João Luís Oliva

O editor, professor (mas sempre aluno), e andarilho morreu esta noite aos 68 anos, em Viseu

 As reações à morte de João Luís Oliva
24.10.24
fotografia: Jornal do Centro
partilhar
 As reações à morte de João Luís Oliva
24.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 As reações à morte de João Luís Oliva

A vida e obra de João Luís Oliva

João Luís Oliva nasceu em Viseu, em 1956, e dedicou a sua vida ao ensino, à investigação e à escrita, com influência na área da História das Ideias. Viveu na sua terra natal até 1970 e regressou em 1987, após ter passado por várias etapas académicas e profissionais. Ao longo da sua carreira, foi professor em diversos graus de ensino, incluindo a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde lecionou até 2005. A sua atuação académica focou-se especialmente na cadeira de “Cultura Portuguesa Contemporânea”, no âmbito do Gabinete de Relações Internacionais dessa faculdade. A par da docência, foi também um investigador prolífico que integrou o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra.

João Luís Oliva distinguiu-se pela sua obra escrita, sendo autor de várias publicações na área da História das Ideias, sempre focado na interseção entre o pensamento, a cultura e a política. Em 1997, publicou “Domínio dos Césares – Ensino do Direito Eclesiástico na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra”, um estudo sobre o papel desempenhado pela Universidade de Coimbra na história das ideias e da cultura em Portugal, durante a transição do século XIX para o século XX. A obra explora o ensino do Direito Eclesiástico, e analisa as relações entre o Estado e a Igreja e entre o poder temporal e o espiritual.

Em 2015, publicou “Artes e Ideias da Desconcentração: Práticas Culturais de Outros Centros”, onde reflete sobre uma política cultural que visa desconcentrar os centros de criação artística e promover a multiplicação de polos culturais, em vez de simplesmente descentralizar o poder cultural existente. Nesse mesmo ano, participou na obra coletiva “Tempo e História. Ideias Políticas. Estudos para Fernando Catroga”, um tributo ao Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, Fernando Catroga, que reúne contributos de vários académicos sobre a História das Ideias e da Cultura nos séculos XIX e XX.

Em 2017, publicou “Acert XL – O Fio, a Trama e a Urdidura”, um livro que assinala os 40 anos da ACERT e da companhia de teatro Trigo Limpo. Esta obra reflete sobre o papel desta instituição no panorama cultural português, e destaca a interação entre o local e o universal, entre o passado e o presente, numa perspetiva que ultrapassa o simples contexto regional.

Além da sua produção académica e literária, João Luís Oliva foi editor, responsável pela editora “A Regra do Jogo”, e jornalista nos anos 80. Participou ativamente na instalação da Fonoteca Municipal de Lisboa, onde atuou como consultor, e colaborou na produção discográfica de figuras marcantes da música portuguesa, como José Afonso e Júlio Pereira. Em conjunto com estes, foi co-autor do “Mapa Etno-musical de Portugal”, uma edição eletrónica promovida pelo Instituto Camões.

João Luís Oliva deixou uma marca indelével no estudo da História das Ideias em Portugal, com um trabalho académico e cultural que contribuiu para o entendimento das relações entre o pensamento, a cultura e a política no contexto português.

Ministra da Cultura manifesta pesar pela morte de João Luís Oliva

A ministra da cultura, Dalila Rodrigues, lamentou a morte de João Luís Oliva, enaltecendo que “contribuiu para o entendimento das relações entre o pensamento, a cultura e a política”.

“Reconhecido pelo seu espírito crítico, foi defensor da inclusão pela cultura e da desconcentração dos espaços de criação artística. A cidade de Viseu deve muito à atividade e ao pensamento de João Luís Oliva”, escreveu a ministra, lamentando a morte do encenador e expressando condolências aos seus familiares e amigos. 

Voto de Pesar, anunciou câmara de Viseu

O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, lamentou a morte de “um homem que se dedicou à cultura local e a uma organização que é respeitada por toda a gente, a ACERT, e é de lamentar”.

Fernando Ruas adiantou que, na próxima reunião do executivo municipal, será apresentado um voto de pesar.

Também os vereadores do PS na Câmara de Viseu, numa nota enviada à agência Lusa, lamentaram a partida do “homem da inquietude e do pensamento” que “dizia sempre a todos que era o ‘sempre aluno’ e a melhor homenagem a prestar é continuar a sua obra, senti-la e divulgá-la”.

PS lamenta a morte do “homem da inquietude”

Através de um comunicado, os vereadores do PS expressam condolências à família, amigos e todos que tiveram o prazer de provar com o editor, e professor e “sempre aluno”.

Intitulam João Luís Oliva como o “homem da inquietude e do pensamento”, afirmando que a maior homenagem a ser feita “é continuar a sua obra, senti-la e divulgá-la.”

“Vivi tudo e mais alguma coisa com ele (…) que até me convenci que ele era imortal”

Júlio Pereira fala de João Luís Oliva como uma pessoa que nunca viu queixar-se. “O João Luís não era meu amigo, era meu irmão. Há 40 anos vivi tudo e mais alguma coisa com ele, e de tal modo que até me convenci que ele era imortal. Estamos a falar de uma pessoa com sete cancros diagnosticados ao longo de 20 anos, e foi uma pessoa que nunca vi queixar-se”. O músico e compositor recorda o amigo como “a única pessoa que eu conheci que acordava sempre com um sorriso e que transmitia aos outros de tal modo, que muitas vezes me punha a cantar logo ao pequeno almoço”.

Júlio assume que ainda custa a aceitar a morte do amigo, apesar de “isto ser esperado, e nas últimas semanas tenho ido a Viseu para estar com ele. Já era uma situação que se estava a tornar pesada porque somos testemunhas, no fundo, do sofrimento em que ele estava. O João Luís era a melhor coisa do mundo”.

 As reações à morte de João Luís Oliva

“Ele repetia várias vezes que o mais importante era a vida e não a vidinha”

Teresa Cordeiro, amiga de João Luís Oliva há mais de quarenta anos, lembra-o como “a pessoa que promovia sempre grande envolvimento com as pessoas, com a comunidade e isso traduzia-se numa grande elevação intelectual e de estima pelas pessoas. Era uma estima que é própria das pessoas grandes.”

A historiadora afirma que será “sempre daquelas pessoas que não morrem”. Permanecerá por cá entre aquelas que realmente o estimam.”

Teresa sente-se honrada por ter feito parte do grupo de amigos de João Oliva recorda-o como o elemento que “puxava-me sempre para aquilo que era essencial, dizia-me para não nos perdermos nas pequenas coisas que não são importantes. Ele repetia várias vezes que o mais importante era a vida e não a vidinha.”

Joaquim Alexandre Rodrigues relembra o amigo com um dos seus poemas

“Não houve ninguém que tivesse escrito a ACERT tão bem quanto ele”

Na ACERT, José Rui Martins recorda o escritor como “um plantador de afetos, de amigos, de amizades, e de uma forma particular de lucidez e inteligência. Tinha um olhar para além do nosso olhar”. O ator e encenador compara João Luís Oliva à luz: “Ontem quando vinha para casa dele, vinha a pensar e lembrei-me que ele era como uma luz que está no teto, uma luz onde os amigos são borboletas, e quando recebemos aquela luz dele, nós somos borboletas que andamos à volta e que quem se deixam fascinar por ela, não podem viver sem ela”.

José Rui enaltece a escrita de João Oliva: “Ele foi quem melhor escreveu a ACERT. Não houve ninguém que tivesse escrito a ACERT tão bem quanto ele”.

“Foi uma referência, não só a nível local, mas também nacional”, relembra Telmo Ribeiro

A relação umbilical de João Luís Oliva com a ACERT

A Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) também prestou a sua homenagem ao professor nas redes sociais com um texto escrito nos 35 anos da ACERT e atualizado pelo mesmo em 2022.

 As reações à morte de João Luís Oliva

As reações nas redes sociais

 As reações à morte de João Luís Oliva

Outras notícias

pub
 As reações à morte de João Luís Oliva

Notícias relacionadas

Procurar