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Com os atrasos no atendimento na linha 112, as corporações de bombeiros do país têm recebido nos últimos dias dezenas de chamadas com pedidos de ajuda. A situação levou mesmo o INEM, por intermédio da Autoridade de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a pedir às corporações que sempre que sejam contactados diretamente pela população saiam em seu socorro.
Nas redes sociais multiplicam-se as publicações dos bombeiros que alertam para que sempre que a população necessite e não consiga entrar em contacto com o CODU, através da linha 112, deve ligar diretamente para os quartéis, alertando que são “completamente alheios” a esta situação.
No distrito de Viseu, são várias as corporações que já difundiram esta informação, sendo exemplo disso os bombeiros de Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Mangualde ou Tondela.
“O nosso dia-a-dia em termos operacionais acaba por ser igual, a grande diferença é que as pessoas estão a ligar diretamente para nós, quando o normal seria o CODU indicar-nos as saídas”, disse ao Jornal do Centro a comandante em suplência dos Bombeiros Voluntários de Oliveira de Frades, Carla Ferreira.
Segundo a bombeira, durante o dia de ontem foram alertados de que a situação estaria a normalizar-se e, entretanto, o Governo já fez saber que nos próximos dias espera que sejam criadas “linhas alternativas de apoio”.
“Não podemos prometer que de um dia para o outro teremos um atendimento mais rápido, mas posso dizer que há duas medidas que tomaremos e que já estamos a tomar. Uma é os técnicos de emergência pré-hospitalar estarem mais dedicados à orientação de doentes urgentes e também, nas próximas 24/48 horas, termos linhas alternativas de apoio”, disse esta terça-feira (6 de novembro) a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Em Mangualde, “registaram-se constrangimentos no contacto com a linha, mas não se verificou um grande aumento de contactos para a corporação”. Segundo o comandante da corporação, “estes atrasos não causaram situações de maior risco, como se verificou em outros concelhos”.
Espera em linha ultrapassa os 30 minutos
Ao Jornal do Centro chegaram relatos de esperas em linha de mais de 30 minutos, cenário que durante o fim de semana poderá ter levado à morte de uma mulher, de 94 anos, em Molelos, no concelho de Tondela, que estava em paragem cardíaca.
A denúncia foi do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que explicou que um familiar da vítima ligou 112 e esteve 45 minutos à espera de ser transferido para o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes).
Quando os meios chegaram ao local ainda transferiram a mulher para a hospital de Tondela, mas o óbito acabou por ser declarado.
Em Oliveira de Frades aconteceu um caso semelhante, também durante o fim de semana, mas o doente acabou por resistir. Segundo a comandante da corporação, “tratava-se de uma situação grave e depois de 40 minutos de espera em linha, acabaram por ligar diretamente para nós”.
A escassez de profissionais neste atendimento tem sido um dos problemas apontados pelo STEPH, que também se queixa da falta de técnicos que operem nas ambulâncias do INEM. Em Viseu, estima-se que faltem 16 técnicos para manter as três ambulâncias operacionais 24 horas.
“Não estávamos à espera, porque estamos de boa-fé, a querer realmente […] a avançar para uma negociação. Não estávamos à espera que, neste momento, os técnicos de emergência pré-hospitalar se recusassem a fazer horas extraordinárias, mas compreendemos, porque a falta de pessoal é tanta, que as horas extraordinárias acabam por ser a única forma de compensar”, disse a ministra da Saúde.
A governante disse ainda que compreende muito bem a luta, porque “os técnicos de emergência pré-hospitalar sentem-se injustiçados”.