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por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
José Carreira
Couves, cenouras, cebolas, ovos, flores, fruta e castanhas assadas. O Mercado dos Produtores, em Viseu, recebeu este sábado (9 de novembro) um magusto, que fez as delícias de quem se deslocou ao espaço para fazer as habituais compras.
A iniciativa da Câmara Municipal de Viseu teve como principais objetivos “potenciar e dinamizar o mercado” e promover a saúde dos viseenses através do consumo de produtos locais.
“Assim que cheguei disse logo ao meu marido que achava muito bem terem aqui as castanhas e nem sabia que era gratuito”, começa por dizer ao Jornal do Centro Amélia Santos, que é cliente habitual do mercado.
Enquanto fazia as suas compras, Amélia contou que aposta neste tipo de espaços “para ajudar os produtores” e pela “qualidade dos produtos”.
“Prefiro comprar aos produtores, mesmo sabendo que às vezes possa ser uma ou outra coisa mais cara, mas gosto de os ajudar e de comprar os produtos deles, porque têm outro sabor e cheiro”, disse.
Também Luís Cartaxo, produtor de Moure de Carvalhal que há quatro anos vende no mercado de Viseu, o magusto “é uma iniciativa interessante”. “Deveriam fazer mais vezes e mais coisas para chamar a atenção”, atirou.
Numa outra ponta do mercado estava Maria Costa, uma das mais novas a vender. “Precisávamos de mais gente nova a vender, mas a culpa também não é só deles, às vezes não é fácil virmos para estes sítios onde, alguns, já vendem há mais de uma década”, conta a produtora de Silgueiros.
Para Maria, que começou nestas andanças contagiada pela sogra, iniciativas de promoção para o mercado precisam-se. “Foi uma boa ideia e ajuda a atrair mais pessoas”, frisou.
Na banca de Maria estava o casal Fátima Rei e João Rei que também acreditam que estas iniciativas podem ajudar a dinamizar o espaço.
“São boas iniciativas e as pessoas deviam vir e apostar mais no que é nosso, nos nossos produtos e na agricultura nacional e da região. Preferimos dar o dinheiro aos pequenos do que aos grandes”, frisaram.
Fátima e João referiram ainda que costumam vir ao mercado “porque é mais natural”. Ainda assim, o casal destacou a necessidade de o mercado ser “mais amplo e dinâmico”.
A mesma opinião tem Maria da Conceição Gasalho. A produtora de S. João de Lourosa, que vende no mercado há mais de 20 anos, lamenta as condições do espaço, apesar de afirmar que as pessoas marcam presença em bom número.
“São precisas outras infraestruturas, no outro era razoável, aqui o espaço é menor e sentimos mais frio aqui. As pessoas vêm na mesma, mas não têm as melhores condições”, disse.
Quanto ao magusto, Maria da Conceição frisou que “é uma boa ideia”. “Podiam fazer mais para incentivar as pessoas que cá trabalham e os que vêm comprar”, disse.
Maria José Lourenço, que se encontrava junto de Maria da Conceição, também destacou “a importância destas ações para atrair gente”.
Natural de Sernancelhe, mas a viver em Viseu há 50 anos, Maria José Lourenço contou que ainda é do tempo em que as bancas se instalavam no Mercado 2 de Maio.
Já quanto ao magusto, aproveitou por confidenciar que compra as castanhas na terra de onde é natural, mas afirmou que “foi uma ótima ideia”.
No mercado estava a vereadora do município, Mara Almeida, que destacou a iniciativa como uma forma de promover quer o mercado, quer uma alimentação baseada em produtos endógenos e cultivados na região.
“Esta iniciativa tem a ver com o facto de querermos potenciar e dinamizar o mercado. Também estamos focados naquilo que é a saúde da nossa população e a saúde está muito ligada à forma como nos alimentamos e tratamos e aqui é um dos nichos onde conseguimos atuar, pela questão alimentar”, explicou.
Mara Almeida falou ainda na vontade da autarquia em “promover o que é a identidade alimentar de Viseu e os produtos endógenos”, lembrando que “há ainda muito consumo de produtos importados”.
“Esquecemo-nos dos produtos que temos e que são produzidos na nossa região”, atirou.
A vereadora falou ainda nos projetos que estão a ser desenvolvidos, também em colaboração com a ADDLAP [Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva] e que passam por “trabalhar estes produtos”.
“Queremos incutir mais hábitos saudáveis e isso consegue-se através do consumo de produtos locais, o que também ajuda a dinamizar a atividade dos produtores”.
Mara Almeida disse ainda que estão a ser preparadas mais iniciativas, nomeadamente showcookings que vão acontecer uma vez por mês.
Estas sessões de cozinha ao vivo vão contar com vários chefes que, todos os segundos sábados de cada mês, vão trabalhar um produto.
“Todos os meses escolhemos um produto e esse produto será trabalhado com os chefes e haverá provas dessa comida. Para confecionarem os pratos, os chefes farão as compras no mercado”, contou.
A iniciativa arranca no próximo mês de dezembro e o “produto rei” poderá ser o azeite ou a couve troncha.
“Estamos a aproveitar esta vinda ao mercado para conversar com os produtores e perceber também com eles quais os melhores produtos. Queremos trabalhar cada vez mais em conjunto com eles e mostrar-lhes que nos preocupamos e que queremos apoiar os produtores locais”, finalizou.