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Resistência das mulheres ao Estado Novo com exposição em Mortágua

Centro de Animação Cultural de Mortágua acolhe até 5 de dezembro a exposição itinerante “Mulheres e Resistência – Novas Cartas Portuguesas e Outras Lutas”, organizada pelo Museu do Aljube

 Resistência das mulheres ao Estado Novo com exposição em Mortágua
11.11.24
fotografia: Câmara de Mortágua
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 Resistência das mulheres ao Estado Novo com exposição em Mortágua
26.12.24
Fotografia: Câmara de Mortágua
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 Resistência das mulheres ao Estado Novo com exposição em Mortágua

O Centro de Animação Cultural de Mortágua acolhe até 5 de dezembro a exposição itinerante “Mulheres e Resistência – Novas Cartas Portuguesas e Outras Lutas”, organizada pelo Museu do Aljube e que recorda a resistência das mulheres ao regime do Estado Novo. A iniciativa integra o programa municipal das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril e que tem decorrido durante este ano.

A mostra destaca o papel das mulheres na resistência à ditadura e o caso de três mulheres, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho Costa, autoras do livro “Novas Cartas Portuguesas” em 1972. As escritoras foram alvo de um processo criminal, que ficou conhecido como o processo das “Três Marias”, e o livro foi censurado e recolhido por ter alegadamente “conteúdo insanavelmente pornográfico e atentório da moral pública”.

O julgamento atraiu a atenção da imprensa estrangeira, de movimentos feministas e da associação internacional de escritores International Pen Club.

“A ditadura agravou todas as formas de opressão e exploração das mulheres, restringindo direitos e impondo limitações, por lei, a que acresciam as que eram determinadas pelos hábitos e convicções sociais dominantes e pelos quadros ideológicos que enformavam o regime vigente e pela prática política e social do mesmo regime. As mulheres não eram cidadãs de pleno direito”, recorda a Câmara de Mortágua sobre o pretexto da exposição.

Entre as mulheres que desafiaram o regime do Estado Novo está Fernanda de Paiva Tomás, uma estudante natural de Mortágua que foi presa pela PIDE acusada de “atividades subversivas”, um expediente linguístico que era usado para acusar e prender os opositores ao regime. Foi condenada a oito anos de prisão e 15 anos de suspensão de direitos políticos.

A mostra também faz referência às lutas académicas (ocorridas em maio de 1968) e operárias (numa altura em que as mulheres recebiam muito menos que os homens pelo mesmo trabalho ou função).

A exposição “pretende relevar o contributo de tantas mulheres que, com origens e percursos diferentes, inventaram e concretizaram batalhas pelos seus direitos, pela justiça social e pela liberdade, desde os anos 30 até ao 25 de Abril”, realça a Câmara de Mortágua.

Além da mostra física, também são disponibilizados testemunhos de mulheres que resistiram e lutaram pela liberdade através do QR Code.

 Resistência das mulheres ao Estado Novo com exposição em Mortágua

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