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Valverde: A aldeia que cheira a queijo

Em Valverde, Aguiar da Beira, o queijo é mais do que um alimento: é parte da identidade da aldeia. Durante anos, os habitantes transformaram a arte de fazer e vender queijo numa forma de vida e sustento

 Valverde: A aldeia que cheira a queijo
16.11.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Valverde: A aldeia que cheira a queijo
16.11.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Valverde: A aldeia que cheira a queijo

Situada em Aguiar da Beira, a pequena aldeia de Valverde é conhecida como “A Terra do Queijo”. O queijo, não só abastecia a região, como também era transportado por todo o país, sendo a fonte de rendimentos da maioria dos habitantes da aldeia. 

Luís Martins é uma das caras de Valverde que vingou no mundo dos queijos. Em conjunto com os irmãos adquiriram a Lacticôa em 2014, uma empresa dedicada ao fabrico e comércio de queijo. Desde sempre se lembra de Valverde como a “capital do queijo”.

“Sempre ouvi histórias que os nossos antepassados vendiam muito queijo. A aldeia não tinha muita gente, e dessa gente, mais de 90% vendia queijo. De Valverde iam queijos para todo o país”, conta.

A paixão pelo mundo dos queijos foi transmitida pelos pais, que dedicaram a vida a este produto. “O meu pai começou a vender queijos em 1968. A minha mãe, quando eu era mais pequeno, fazia queijos em casa. Continua a ser conhecida como a “Dona Rosa dos Queijos”.

Conhecida por toda a aldeia, a Dona Rosa continua a vender nas feiras locais, uma prática que Luís considera essencial para manter a identidade cultural da aldeia. 

Luís sente-se orgulhoso pelo caminho que tem percorrido no mundo dos queijos, afirmando que desde sempre sabia, e queria, que este seria o caminho certo. Apesar de sempre ter esperanças, não esperava chegar ao patamar que chegou tão rápido, com uma marca consolidada e reconhecida. O investimento na qualidade dos produtos utilizados na confeção é um dos pontos-chave para conseguir ter um “sabor único”. 

“Recolhemos o leite de produtores da região, cerca de 70. Acabamos por contribuir para a economia e para não deixar morrer o interior. Onde há produtores, há animais. Onde há animais, há vida”, afirma o empresário. 

O que é necessário para ter o melhor queijo? Equipamentos e máquinas de qualidade? Os melhores ingredientes? Tudo isto é importante. No entanto, Luís acredita que o segredo está no carinho e no cuidado que os funcionários dedicam durante toda a produção. 

“Somos 27 trabalhadores na fábrica, todos da região. Para atingir os patamares de qualidade que temos, o nosso método de produção é muito tradicional. Para um queijo sair para o mercado demora cerca de 45 dias. Apesar de já termos alguns processos industrializados, ainda há muito trabalho manual. O enchimento é automático, mas a lavagem e a viragem é à mão, queijo a queijo. Nesse processo, é preciso ter boas mãos e uma grande dose de cuidado e dedicação”, conta

Em 2023, a fábrica alcançou a marca de 300 mil queijos produzidos, dos quais 10% foram exportados para mercados internacionais. A chegar a todos os cantos do mundo, o queijo de ovelha e o queijo de cabra picante conquistaram o paladar dos júris do World Cheese Awards em 2021 e 2023, levando para casa medalhas de prata. 

O ADN da aldeia

Na entrada de Valverde, uma estátua chama a atenção de quem passa. A figura representa como era o dia a dia dos habitantes de aldeia. 

“O que está representado na estátua, eles chamavam aquilo um gigo, era um género de cesto onde eles levavam o queijo”, conta a presidente da Junta da União de Freguesias do Souto de Aguiar da Beira e Valverde, Elisabete Lopes. 

Apesar da estátua ser uma homenagem aos mais antigos, o negócio do queijo continua presente na aldeia. “Ainda há pessoas que se levantam às 5h00 para irem vender o queijo, seja para feiras ou pequenas mercearias das aldeias à volta”, comenta a presidente.

Os tempos foram mudando. O negócio começou a pé de porta em porta, passou pelas bicicletas e evoluiu para tradicionais carrinhas, para vender de aldeia em aldeia. O negócio evoluiu e o queijo continua a ser o ganha-pão de parte da aldeia. “Temos duas fábricas com sede aqui, que fabricam queijo, o que é uma mais-valia para a aldeia, pois oferece muitos postos de trabalho”.

Apesar de o queijo fazer parte do ADN da aldeia, Elisabete Lopes receia que com o tempo o interesse pelo ofício se vá perdendo. “Sinto que os mais novos não ligam tanto, foram estudando outras coisas, não se interessam”.

A placa de boas-vindas e a estátua anunciam a quem chega que Valverde é a “Terra do Queijo”. Para quem é de lá, é muito mais que uma frase e uma representação: é uma herança, que se mantém viva a cada queijo feito. 

 Valverde: A aldeia que cheira a queijo

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