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Saúde com doença crónica 

 Saúde com doença crónica
15.11.24
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por
Pedro Escada

Se repararem bem, não há semana que não se fale de algum problema grave na saúde em Portugal. Sejam as urgências de pediatria encerradas, os partos em ambulâncias, os atrasos nas consultas e nas cirurgias, a falta de médicos e enfermeiros, e nos últimos dias, o sistema de emergência médica. 

Analisemos então os últimos casos de alegada falta de auxílio a emergências, que supostamente levou à morte de onze Portugueses. 

O sindicato dos técnicos de emergência médica fez uma greve às horas extraordinárias, cumprindo os critérios legais, tendo apresentado o respetivo pré-aviso de greve. O Ministério da Saúde sabendo da situação dramática do INEM (se não sabia ainda pior), optou por desvalorizar o protesto e não negociar previamente com o sindicato em causa. Ora esta atitude aumentou o risco da falta de assistência, tendo levado a falhas gravíssimas, tanto no atendimento, como no próprio auxílio. 

Será isto admissível num país da União Europeia que se arroga de ter superávit nos últimos orçamentos de estado? Será admissível que, tanto a direção do INEM, como o ministério que o tutela, soubessem de todas as debilidades, agora tornadas públicas e nada tenham feito para as evitar?!
Não, não, não…. Nada disto é admissível, tudo isto é muito triste..

A falta de investimento em recursos humanos e materiais é uma preocupação que não é de agora e deveria fazer corar de vergonha todos os ministros das finanças e da saúde dos últimos anos. Os primeiros porque optaram por fazer cativações na área da saúde (apesar de termos tido uma Pandemia global pelo meio) e os segundos porque, sabendo da situação dramática do setor, aceitaram sem se opor às medidas economicistas colocadas em prática. 

Dito isto, passemos pois às soluções para este grave problema de saúde pública. Em primeiro lugar é crucial abordar a questão dos recursos humanos: os profissionais que trabalham nas ambulâncias e nas unidades de emergência enfrentam uma carga de trabalho excessiva, frequentemente resultante da escassez de pessoal. É inaceitável que, num país, dito desenvolvido, os bombeiros, enfermeiros e médicos se vejam obrigados a desempenhar funções sob pressão constante, sem o suporte necessário.

Além disso, a falta de investimento em equipamentos e tecnologias adequadas é um fator que agrava a situação. O estado e a quantidade das ambulâncias, por exemplo, é frequentemente insuficiente para atender às necessidades de uma resposta rápida e eficaz. O que deveria ser um serviço de excelência, transforma-se, assim, numa corrida contra o tempo, onde a falta de recursos pode significar a diferença entre a vida e a morte.

Outro ponto a considerar é a formação dos profissionais. Num mundo em constante evolução, onde novas técnicas e tecnologias surgem a todo momento, a atualização de conhecimentos é vital. Infelizmente, muitas vezes, os profissionais de emergência não têm acesso a formação adequada, o que compromete ainda mais a qualidade do atendimento. Esta situação é alarmante, pois a eficácia do sistema de emergência médica depende diretamente da competência e da preparação dos seus intervenientes.

A ausência de um serviço eficaz e eficiente de emergência médica não é apenas uma questão de gestão, é uma questão de direitos humanos. Cada cidadão tem o direito a receber um atendimento de saúde de qualidade, especialmente em momentos de crise. Quando este direito não é garantido, a confiança da população nas instituições de saúde diminui, o que pode levar a um agravamento da situação e à relutância em procurar ajuda em momentos de necessidade.

Em conclusão, é imperativo que o governo e as entidades responsáveis pelo sistema de emergência médica em Portugal reconheçam a gravidade da situação e tomem medidas imediatas para resolver os problemas identificados. 

Temos, atualmente, um sistema nacional de saúde resultante das políticas do passado. O seu futuro será o resultado das medidas que tomarmos hoje.

 Saúde com doença crónica

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