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Fundada em 1924, a Farmácia Marques assinala este ano o seu centenário, sendo um dos estabelecimentos comerciais mais antigos e com atividade contínua na cidade de Viseu. A longevidade do negócio reflete a capacidade de adaptação e evolução ao longo das décadas, sempre com respeito pelo passado que é evidente nos pormenores das instalações e na relação próxima com a comunidade.
Uma história contínua
A história da farmácia começou com o farmacêutico Barreto Barbosa, que a fundou sob o nome de Farmácia Barreto. Ao longo dos anos, teve várias localizações, começando na Rua Direita, passando pela Praça Dom Duarte e, mais tarde, estabelecendo-se na Avenida Alberto Sampaio, onde permanece até hoje. O nome atual, Farmácia Marques, foi adotado na década de 1950, quando foi adquirida pelo doutor Marques.
Desde 1979, a farmácia está nas mãos da família de Augusto Menezes, farmacêutico, sócio-gerente e diretor técnico da casa desde 1996. O legado, segundo Augusto Menezes, ultrapassa as pessoas que por ali passaram. “A organização em si ultrapassou as próprias pessoas e a vida delas. Para nós é um orgulho, mas ao mesmo tempo é uma responsabilidade. Se recebemos uma organização temos o dever de cuidar dela para a entregar ainda melhor do que o que recebemos e promover a sua longevidade”.
Um futuro que quer respeitar o passado
Recentemente, a farmácia foi alvo de uma remodelação total, pensada para a projetar para os próximos 100 anos. Apesar das mudanças, a ligação às raízes foi preservada em pequenos detalhes. “Mantivemos dois elementos de continuidade. Um elemento interno, que é este armário, que alberga as coleções premium da dermocosmética e veio das instalações antigas. Do lado de fora, uma peça de escultura, do escultor Paulo Neves, que já estava na fachada e nós decidimos mantê-la na mesma”.
A remodelação também incluiu a instalação de uma máquina de self-service no exterior, que permite aos utentes acederem a produtos de conveniência, como pasta de dentes ou soro fisiológico, 24 horas por dia.
Espólio museológico
Ao longo dos anos, a farmácia tem vindo a reunir um pequeno espólio de objetos que contam a sua história e a da profissão. Entre os elementos preservados encontram-se uma farmacopeia e equipamentos outrora utilizados na prática farmacêutica. Para já, não há planos para um museu mais amplo. “Julgamos que não tem a dimensão suficiente para criar uma atratividade que seja geradora, por si só, de interesse. Tem um interesse mais interno de partilhar com os clientes”.
Uma relação com a comunidade
A Farmácia Marques é, também, um ponto de proximidade com a comunidade. Durante a entrevista, clientes cumprimentavam Augusto Menezes com um sorriso, que mostra confiança e o laço gerado ao longo dos anos.
Para assinalar os 99 anos, a farmácia acolheu uma peça de ópera. Este ano, o centenário marca mais um marco na sua história. “Aquilo que nós fizemos, precisamente para preparar a farmácia para os próximos 100 anos, foi uma remodelação total nestas novas instalações em que estamos presentes. Tivemos aqui alguns cuidados, em termos do que é o respeito pelo passado, mas sempre com olhos postos naquilo que é o futuro”, conclui o farmacêutico.