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Uma quinta que aposta na agricultura ecológica e que é simultaneamente uma área protegida, um serviço de alojamento que está a criar uma floresta própria ou um restaurante que adquire os produtos na área onde está inserido são alguns exemplos de como os agentes turísticos podem contribuir para um turismo sustentável e para uma floresta autóctone.
Estes três exemplos vão pode ser conhecidos este sábado (23 de novembro), em Santa Comba Dão, no primeiro encontro da Floresta Autóctone. Além destes agentes, a iniciativa vai contar com a presença de representantes de quatro áreas protegidas privadas, que estão localizadas na região norte, centro, Alentejo e Algarve. Uma destas áreas está em Sernancelhe.
“Entendemos que seria importante conseguir juntar um conjunto de atores, todos privados, para contarem o que fazem, como fizeram, os problemas e resultados. ”, começa por explicar ao Jornal do Centro Armando Carvalho, da Foge Comigo!, a editora de guias turísticos que está a organizar a iniciativa.
No evento estão, acrescenta, representantes das áreas protegidas privadas, de pessoas, associações ou empresas “que voluntariamente decidiram avançar para estar a gerir terrenos em favor da conservação da natureza e aberto ao público em geral”. E, em outro painel, estão “agentes privados do setor turístico, em termos de alojamento, restaurantes, empresas de animação turística, que estão a fazer coisas surpreendentes que demonstram que trabalhando o património natural, que têm na zona envolvente aos terrenos, é possível valorizar os produtos e os serviços que são apresentados aos turistas e visitantes destes territórios”.
Além dos convidados, também a Foge Comigo!, sediada em Santa Comba Dão, está a trabalhar na sustentabilidade da sua empresa e da área onde está inserida.
“O que estamos a tentar fazer é ir transformando uma área que em 2017 foi percorrida pelos incêndios e procuramos que ela seja gerida numa correta gestão florestal, que procure resistir não só aos incêndios, mas que tenha outras componentes que tem a ver com o ecossistema. Temos a responsabilidade de influenciar os turistas e o que são os turistas do futuro”, frisa Armando Carvalho.
Segundo o também engenheiro florestal, a editora de guias turísticos ao longo dos anos tem trabalhado na diminuição da pegada ecológica.
“Uma das coisas que mudamos foi a receção dos guias que vinham da gráfica envoltos em plástico e conseguimos que fosse feito em caixas de cartão que acabavam por servir para enviarmos aos clientes. A gráfica acabou por adotar esta prática para outros clientes”, contou.
Além disso, tentam que os leitores tenham “um papel muito importante naquilo que é a descarbonização” e que sigam indicações dadas nos guias, nomeadamente a forma como se deslocam nos locais que visitam.
“É importante perceber como é que cada um de nós, nas viagens que faz, pode contribuir em determinados locais para assegurar presença de populações, combater o despovoamento do território e valorizar os produtos locais”, disse.
O I Encontro Dia da Floresta Autóctone começa às 9h00, sendo o primeiro painel dedicado às áreas protegidas privadas e que conta com a presença da Faia Brava (Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel) a Fraga Viva – Reduto do Batráquio (Sernancelhe), do Montado do Freixo do Meio (Montemor-o-Novo) e do Vale das Amoreiras (Aljezur).
O segundo painel, agendado para as 11h00, dará a conhecer os agentes turísticos e o seu papel num mundo em desequilíbrio. Estarão presentes os representantes das Casadas Palmeiras (Mangualde), Chão do Rio (Seia), Epic Land (Pampilhosa da Serra), Medronhalva (Penacova), Silveira Tech (Lousã) e o restaurante Louçainha (Penela).
O secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, fará o encerramento da sessão, que conta ainda com um almoço e com uma visita de campo a Vila Barba.