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Mais de 200 mulheres vítimas de violência apoiadas pela APAV nos últimos dois anos no distrito de Viseu

Assinala-se esta segunda-feira o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

 Mais de 200 mulheres vítimas de violência apoiadas pela APAV nos últimos dois anos no distrito de Viseu
25.11.24
Jornal do Centro
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 Mais de 200 mulheres vítimas de violência apoiadas pela APAV nos últimos dois anos no distrito de Viseu
25.11.24
 Mais de 200 mulheres vítimas de violência apoiadas pela APAV nos últimos dois anos no distrito de Viseu

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apoiou 253 mulheres vítimas de crimes de violência no distrito de Viseu, em 2022 e 2023. O balanço foi divulgado a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que é assinalado esta segunda-feira (25 de novembro).

Segundo a APAV, Viseu foi o concelho do distrito com o maior número de vítimas no feminino apoiadas pela associação com 47 mulheres. Só no ano passado, foram apoiadas 29.

Nos últimos dois anos, a APAV também ajudou 22 vítimas oriundas de Lamego e Tondela, 14 de São João da Pesqueira, 12 de Cinfães e 10 de Armamar e Castro Daire.

Os números apontam ainda para nove vítimas de Nelas, oito de Mortágua, sete de Sátão e Tabuaço, seis de Carregal do Sal, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul e Tarouca, quatro de Penalva do Castelo e Sernancelhe, três de Mangualde, Moimenta da Beira, Vila Nova de Paiva e Vouzela, e duas de Penedono e Resende.

Segundo a APAV, em alguns casos, foi possível identificar o distrito de residência da vítima, mas não o município específico. Se somarmos apenas os casos identificados por concelho, foram contabilizadas 122 mulheres em 2023 e 100 em 2022.

De resto, de acordo com a instituição, não se sabe o distrito de residência de 2.132 vítimas a nível nacional.

A APAV apoiou no ano passado 12.398 mulheres, um aumento de 8,7 por cento face a 2022, quando foram apoiadas 11.400. Em declarações à agência Lusa, Daniel Cotrim, responsável pelo setor da violência doméstica e violência de género na APAV, considerou que 8,7% “é um aumento considerável”.

Além do aumento dos pedidos de apoio de mulheres pelo crime de violência doméstica, houve aumento de pedidos de apoio para meninas e raparigas vítimas de crimes sexuais, do número de situações de assédio laboral e de crimes de ameaça e coação, designadamente através do “sextortion” (extorquir, fazer chantagem com alguém através de conteúdo sexual).

“A grande maioria das vítimas que faz o seu pedido de apoio à APAV continua a ser a mulher e, na grande maioria das situações, estamos a falar de violência doméstica”, explicou Daniel Cotrim, referindo que a violência doméstica chega com um outro conjunto de crimes em simultâneo, como o abuso sexual, violação, “sextortion” e outros como importunação sexual, coação e difamação.

No total, os dados revelam também que, entre os principais crimes cometidos em 2022 e 2023, estão os de violência doméstica (37.157), crimes sexuais contra crianças e jovens (1.556), crimes de ameaça ou coação (1.243), crimes de ofensas à integridade física (81.018), crimes de injúria e difamação (988) e crimes sexuais contra adultos (791).

Também foram registados 3.434 crimes contra meninas e raparigas com idades entre os zero e os 17 anos, bem como 2.446 crimes de violência contra mulheres acima dos 65 anos de idade.

A maioria das vítimas (75,3%) são de nacionalidade portuguesa, enquanto 15,8% têm nacionalidade estrangeira e 8,9% têm a nacionalidade desconhecida.

Entretanto, a PSP e a GNR lembraram que a prevenção e investigação do crime de violência doméstica tem sido uma prioridade das duas forças de segurança e que têm vindo a intensificar as campanhas de sensibilização e a investir em ações específicas de formação do seu efetivo.

A GNR também revelou que, de janeiro a outubro deste ano, concluiu 4.209 investigações relacionadas com violência doméstica. No mesmo período, foram registados 12.283 crimes e detidas 1.199 pessoas. Já em 2023, foram registados 14.825 crimes e efetuadas 1.588 detenções.

 Mais de 200 mulheres vítimas de violência apoiadas pela APAV nos últimos dois anos no distrito de Viseu

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