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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Foi em marcha lenta e de buzina afinada que cerca de duas dezenas de utentes se fizeram ouvir na manhã deste sábado (7 de dezembro). O objetivo do protesto foi alertar para os constantes encerramentos do Serviço de Urgência Básica (SUB) de São Pedro do Sul devido à falta de médicos.
“Chega-se muitas vezes à urgência e está fechada e é por isso que estamos aqui”, começa por dizer António Gonçalves, um dos utentes que se juntou à caravana que partiu dos concelhos de Vouzela e Oliveira de Frades e terminou em frente ao SUB de São Pedro do Sul. A par destes três municípios, o serviço abrange alguns utentes de Castro Daire. Ao todo, o SUB serve mais de 40 mil pessoas da região de Lafões.
António Gonçalves lembrou ainda a população envelhecida destes concelhos para quem estes encerramentos constantes são um “transtorno grande”, já que acabam por ter que se deslocar ao hospital de Viseu.
“A urgência tem que estar aberta e ter os médicos e as valências necessárias para dar resposta. Sou de uma aldeia em que tem que se alugar carro ou o serviço “Ir e Vir” e é um transtorno grande. Se tivermos de ir para Viseu ainda pior, sobretudo nas aldeias onde a população é muito envelhecida”, disse.
Um dos utentes lamentou ainda que estas pessoas tenham que ligar para a linha do Serviço Nacional de Saúde (SNS24) para serem encaminhadas.
“Pessoas com 70/80 anos como é que conseguem ligar para o SNS24, onde têm que dar número de utente e outras coisas. Como vão fazer”, questionou Antony Cardoso.
O utente disse mesmo que as pessoas desta região sentem-se abandonadas e que é preciso que o serviço de urgência seja reforçado com médicos.
“Sentimo-nos abandonados, chegamos aqui a qualquer hora do dia e está sempre fechado. Os SUB têm que ter médicos para atender as pessoas”, frisou.
Além de encerrar o serviço de urgência, a falta dos profissionais de saúde está a deixar muitos utentes sem médico de família.
“Há muita gente sem médico de família há vários meses, por falta de contratação de médicos para substituir quem se aposentou”, denunciou Alexandra Pessoa.
Para a utente, é preciso “contratar médicos”, sobretudo numa altura em que foram anunciadas obras naquele serviço. “Não adianta construir edifícios novos se depois não há médicos para trabalhar neles”, lamentou.
O protesto, em forma de buzinão e marcha lenta, foi organizado pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, que também já tinham promovido um abaixo assinado que recolheu 1.600 assinaturas.
“Foi feito um abaixo assinado e uma manifestação e [a situação no SUB] melhorou no verão, mas agora voltou ao mesmo”, referiu José Rodrigues, do movimento de utentes.
Segundo o representante, “o SUB tem vindo a falhar muito devido à falta de médicos”. “Falha, pelo menos, um dia por semana. Nos outros dias à noite não há médicos”, lamentou.
José Rodrigues lembrou ainda que estes encerramentos acabam por levar os utentes até Viseu e “coisas que poderiam ser resolvidas aqui [São Pedro do Sul] acabam por ir entupir as urgências”.
O aumento de urgências devido ao pico de surtos de gripe ou outras patologias relacionadas com esta época no ano é outra das preocupações destes utentes, que se sentem “impedidos” de recorrer ao SUB de São Pedro do Sul.