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Ensino, investigação e responsabilidade social marcam Faculdade de Medicina Dentária de Viseu da Universidade Católica

Cerimónia assinalou os cinco anos de criação da faculdade e os 24 anos de existência da Universidade Católica em Viseu. Oradores passaram em revista estes anos de ensino e o trabalho da instituição na comunidade e região

Micaela Costa
 Ensino, investigação e responsabilidade social marcam Faculdade de Medicina Dentária de Viseu da Universidade Católica
07.12.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Ensino, investigação e responsabilidade social marcam Faculdade de Medicina Dentária de Viseu da Universidade Católica
09.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Ensino, investigação e responsabilidade social marcam Faculdade de Medicina Dentária de Viseu da Universidade Católica

Ensino, investigação, serviço e responsabilidade social foram as palavras de ordem da cerimónia que assinalou os cinco anos de criação, em Viseu, da Faculdade de Medicina Dentária, da Universidade Católica Portuguesa. A iniciativa recordou ainda os 24 anos de existência da instituição no município viseense.

A abertura da sessão ficou a cargo da diretora da faculdade, Marlene Barros, e contou com a presença de muitos outros convidados que, em mesas redondas, passaram em revista estes anos de ensino na área da saúde e de como a instituição tem colaborado com a comunidade e a região.

De 2005 a 2023, a Universidade Católica formou 800 alunos em Medicina Dentária e, desde 2011-2023, cerca de 80 alunos em Ciências Biomédicas. Frequentam a escola mais de 400 alunos, de 20 nacionalidades, sendo que 27 por cento são alunos internacionais.

Um dos intervenientes da cerimónia foi Manuel de Sousa, ligado desde o início à criação do curso de medicina dentária em Viseu. O professor recordou a criação da oferta formativa em Viseu e o desafio de criar e dar a conhecer a faculdade à região.

Já a diretora do curso de Medicina Dentária, Maria José Correia, lembrou o “processo crescente de abrir as portas à comunidade” e de responsabilidade social do ensino.

Como exemplos, a responsável sublinhou o trabalho dos alunos quer na clínica da faculdade, que é aberta à população, quer fora de portas, em escolas e instituições.

“Tudo isto foi diferenciador, também na formação deles. Além da clínica, conhecem quem tratam no seu próprio ambiente”, disse.

Uma ideia partilhada pelo pró-reitor da Universidade Católica para o centro regional de Viseu, que também marcou presença. Aires Pereira do Couto adiantou que são realizadas mais de seis mil consultas por ano na clínica instalada na instituição.

“A clínica dentária tem um poder aglutinador e de responsabilidade com a comunidade”, frisou, lembrando que isso também é conseguido com “a prestação de cuidados diferenciados”.

“A faculdade e a clínica têm tido uma relação privilegiada com a região e a população que ajudou a que a escola tivesse o estatuto que tem hoje”, disse.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas foi outros dos convidados. Miguel Pavão expôs alguns dados, destacando que Portugal é o segundo país da Europa que mais forma médicos dentistas, mas o terceiro com mais necessidades na saúde oral.

Miguel Pavão disse ainda que a Faculdade de Medicina Dentário de Viseu tem sido um bom parceiro na mudança da saúde oral do país, através do ensino e da inovação.

A diretora do curso de Ciências Biomédicas, Ana Sofia Duarte, também foi uma das oradoras e destacou a “ideia arrojada” e “inovadora” em trazer esta oferta formativa para Viseu, o que aconteceu há 15 anos, em 2009.

A responsável recordou ainda a pandemia como uma altura em que se percebeu melhor o papel de um biomédico, seja pela criação da vacina, como de diagnósticos.

À reitora da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Capeloa Gil, coube a apresentação da comunicação “Galeria de Arte e exposição de fotografia “Ciência e Saúde, a Arte do detalhe”. A reitora chegou a estar confirmada, mas acabou por comparecer por videoconferência.

Uma década de Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde
A investigação foi outro um dos temas da cerimónia e representada pelo diretor do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), Nuno Rosa.

O centro foi criado em 2012, foi restruturada em 2015 e, em 2019, obteve a Classificação de Muito Bom pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O CIIS está presente em três regiões de Portugal, em três faculdades (Lisboa, Porto e Viseu).

“O centro de investigação permite-nos estar em várias NUTS, regiões e distritos e desenvolver soluções em saúde que tenham impacto na sociedade”, referiu Nuno Rosa.

Há 10 anos que a direção do CIIS está em Viseu e é aqui que também se encontram duas das cinco plataformas: Salivatec e Precision Dental Medicine.

O Salivatec é um projeto criado há uma década e que teve um papel importante na pandemia, através da investigação e criação de soluções de combate à pandemia da COVID-19. O Salivatec acabaria por desenvolver o primeiro teste em saliva para diagnóstico do vírus.

Aplicou o teste a mais de 15 mil pessoas da região de Viseu e permitiu, por exemplo, o funcionamento de atividades desportivas e de infraestruturas do município.

Faculdade de Medicina Dentária e a região
Num dos painéis foi abordada a ligação da região com a instituição e as questões da saúde. Um dos convidados foi a vereadora da saúde da Câmara Municipal de Viseu, que destacou a educação como “a maior arma para o desenvolvimento da sociedade”.

Mara Almeida recordou a oferta formativa na área da saúde e não escondeu a vontade em trazer a faculdade de medicina para Viseu.

“Um curso de medicina, em conjunto com as áreas da saúde que já temos [enfermagem e medicina dentária], seria uma grande valorização da saúde na região”, disse.

Já o secretário-geral da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, referiu a “governação multi nível com capacidade de gerar complementaridade na região”.

Nuno Martinho destacou áreas de intervenção que vão da educação, ao turismo, cultura, mobilidade e transportes.

“A CIM tem esta capacidade de unir o território. O sucesso mede-se pela capacidade de trabalhar em rede”, disse.

O responsável aproveitou ainda para recordar o projeto-piloto da CIM Viseu Dão Lafões, “Comer Bem, Sorrir Melhor”. A iniciativa, na área da saúde oral, permitiu realizar rastreios a mais de cinco mil alunos do primeiro ciclo, dos 6 aos 10 anos e foi uma parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas e a Ordem dos Nutricionistas.

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