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Natal é sinónimo de união e família, mas as luzinhas e os mercadinhos de Natal também fazem parte da magia característica da época. Em Viseu, no centro da cidade, com a Câmara Municipal como pano de fundo, estão casinhas de madeira onde é possível encontrar vários produtos que ajudam a preencher o Natal. Artesanato, licores, doces tradicionais e prendas personalizadas… a oferta é grande, numa altura em que a procura também é muita
Envolvidos pelas luzes e decorações de Natal, são vários os comerciantes que procuram a época natalícia para dar um impulso ao negócio. Para muitos, apesar do trabalho e esforço, ainda não é a principal fonte de rendimento.
Rita Miranda, proprietária do negócio Sabores da Chousa Velha, marca presença neste mercado desde 2019. O principal objetivo é dar a conhecer os frutos vermelhos que produzem, e que nem sempre estão disponíveis todo o ano.
Durante os dias que por ali se encontram, comercializam doces e licores, mas o principal objetivo é fidelizar clientes para o resto do ano.
O negócio que começa a dar frutos, apesar do trabalho é feito com muito prazer. “Eu e o meu marido começámos com uma brincadeira e tem-nos a ocupado bastante tempo. Para ele, que trabalha na área da saúde e que, por vezes, serve como um escape”, conta a proprietária.
Sem frutos nesta altura de tanto frio, o que tem mais saída nesta barraca? O vinho quente começa a ganhar o coração e o paladar de quem passa pelo mercado. “Quando começámos a fazer e a trazer, só os emigrantes conheciam e gostavam. Aproveitamos os nossos licores para lhe dar um toque especial, e este ano está a ser um sucesso.”
Transformar o melhor que a natureza oferece em arte
Hélder Fernandes, professor de educação visual, aliou o gosto pelas artes ao trabalho com a madeira. Há mais de 20 anos que tem o passatempo de transformar pedaços de madeira em pura arte. Passatempo que sonha tornar rentável para um dia, se dedicar a tempo inteiro.
São vários os artigos em exposição na barraquinha da “By Natura”, mas, de modo a entrar no espírito natalício, Hélder adaptou as criações. “Sendo um mercado de Natal, comecei a trazer os presépios, que nesta altura têm muita saída. Tentamos fazê-los o mais artesanal possível. Ao mesmo tempo que estou aqui a vender, vou trabalhando e criando peças, para ter sempre uma montra recheada”, conta o artesão.
Apesar de considerar esta iniciativa fundamental para dar vida ao centro da cidade, Hélder acredita que os shoppings não devem ser vistos como um adversários. “As pessoas que visitam e compram aqui as prendas de Natal sabem o que procuram. O público do shopping é diferente, e não se atropelam.”
Para os miúdos…
Sofia Esteves Correia encontrou no desemprego a oportunidade ideal para criar a Kika Magerica, uma marca maioritariamente de artigos de criança e de bebé, muitos deles feitos à mão.
“Sou licenciada, mas infelizmente nunca arranjei nada na minha área. Comecei por fazer umas bijuterias para passar o tempo. A paixão pela costura e pelos trabalhos manuais foi crescendo e tornou-se um trabalho a tempo inteiro”, conta Sofia.
A frustração de inicialmente não encontrar trabalho na área que ambicionava fez com que se apaixonasse por outra que a deixa muito realizada. Há nove anos que não falha um mercado de Natal na cidade de Viseu. Amante assumida desta época, é com emoção que vê as ruas da cidade cada vez mais cheias nesta altura do ano.
“No fim de semana, com a moda dos jantares de Natal, as pessoas vêm até cá dar uma volta. De há três anos para cá, sinto que há muito mais movimento nas ruas. O facto de todos sentirmos que estamos numa cidade verdadeiramente segura ajuda muito. Ao fim de semana, temos o horário até às 22h00, e depois, até à meia-noite é opcional. Como tem estado tanta gente, ninguém tem fechado”, refere a comerciante.
Sofia Correia relembra com nostalgia os tempos em que o mercado de Natal era realizado no Mercado 2 de maio. “Sinto que acabava por ser um espaço mais acolhedor, era também lá que estava o Pai Natal e ficava ali uma atmosfera mesmo agradável. Agora acaba por estar tudo disperso e a falta de estacionamento não ajuda.”
A meteorologia tem sido uma grande ajuda para os comerciantes. Apesar do frio que se faz sentir, a chuva tem dando tréguas às vendas.
E para os graúdos…
Inês Santos lançou há dois anos o projeto Maria Cachucha. Na barraquinha da Inês é possível encontrar joias, cerâmicas e até posters personalizados para quem procura oferecer algo especial ao seu companheiro de quatro patas.
De forma aleatória, e com prioridade para os comerciantes que participam no mercado há mais anos, a barraquinha da Inês encontra-se numa das pontas. Sendo o primeiro ano a participar, a localização foi algo que a deixou preocupada inicialmente.
“Quando soube, fiquei apreensiva porque estamos aqui mais escondidos, mas agora percebo que não é assim tão mau. Durante a semana, até me parece vantajoso porque é um local de passagem”, conta a jovem empreendedora.
Com experiência na venda de joias ao público, Inês acredita que será a primeira de muitas participações no mercado da cidade que a viu crescer.
Criatividade e personalização
Tralha de Sonho é o nome da barraquinha onde pode encontrar aquele presente personalizado que procura. Sara Alves, proprietária da marca, tenta manter este projeto separado do trabalho principal, mas, devido ao fluxo de clientes acredita que está para breve tornar a Tralha de Sonho num trabalho a tempo inteiro.
Pelo quinto ano que marca presença no mercado de Natal, Sara percebe que os clientes têm cada vez menos dinheiro para grandes presentes de Natal, mas continuam à procura de pequenas lembranças com significado.
“O nosso foco é o personalizável, acaba por ser sempre um presente especial porque é algo direcionado e pensado com carinho para aquela pessoa. Não temos coisas muito caras, porque não é isso que as pessoas procuram”, conta a proprietária.
A relação próxima que procura estabelecer com cada cliente acaba por inspirar novas ideias para produtos futuros. Este ano, um dos artigos com mais saída foi uma sugestão de uma idosa com bom humor.
“As nossas bolsinhas personalizadas tem sido um êxito. Estávamos com algum receio de chocar as pessoas, com algumas frases mais cómicas, mas está a correr bem melhor do que imaginávamos. Tivemos uma senhora, na casa dos oitenta que nos pediu para personalizar uma bolsa com a frase drogas leves, para colocar os medicamentos. A verdade é que achamos imensa graça e está a ser dos produtos com mais saída”, conta Sara.
Com o dia da troca de presentes cada vez mais próximo, há sempre quem procure o mercado para as compras de última hora. Já quem prefere passear com calma e descobrir os produtos, tem até dia 5 de janeiro para ir até ao mercado de Natal.