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A “Orbanização” da Europa intensifica-se

 A “Orbanização” da Europa intensifica-se
21.02.25
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 A “Orbanização” da Europa intensifica-se

por
José Carreira

A minha irmã trabalha para o Estado Alemão, desempenhando as suas funções nas piscinas municipais de Estugarda, no estado federal de Baden-Vurtemberga. É sindicalizada e participou, hoje (13/02/2025), na greve organizada pelo Ver.Di, o segundo maior sindicato da Alemanha que conta com mais de 2 milhões de filiados. Na manifestação congénere, organizada em Munique, no Estado federal vizinho da Baviera, cerca de três dezenas de pessoas foram vítimas de “atropelamento”. Suspeita-se que tenha sido um atentado praticado por um Afegão, conhecido anteriormente das autoridades por crimes relacionados com roubos e droga, a quem terá sido recusado o pedido de asilo. “Algo tem de mudar na Alemanha, e rápido” disse o primeiro-ministro da Baviera, Markus Söder, aos meios de comunicação do país. O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que um homem que conduziu um carro contra uma multidão de pessoas em Munique “não pode esperar clemência” e “deve deixar o país”. Todos nos lembramos de outro atentado, na Alemanha, no passado mês de dezembro, quando um médico saudita atropelou dezenas de pessoas num mercado de Natal em Magdeburgo. O que pensaria se o atropelamento tivesse acontecido em Estugarda? Que sentimento tomaria conta de mim, se a minha irmã fosse uma das vítimas? São questões que ecoam e causam dano nas comunidades, contribuindo para um clima de medo do outro, estrangeiro, migrante, não ocidental. Ainda que os dois exemplos anteriores sejam atos isolados, dão munições aos populistas e nacionalistas e ajudam a explicar as boas votações da extrema direita interpretadas como rejeição dos migrantes. Assistimos em vários países da UE ao restabelecimento do controlo de fronteiras, expulsões, mudanças nos direitos de asilo, criação de centros de asilo. Viktor Orban é uma espécie de ícone dos anti-imigração, a intransigência húngara parece inspirar cada vez mais os dirigentes do velho continente. A imigração tornou-se o eixo central do debate público, apresentando-se como uma ameaça. Veja-se o que tem acontecido nas trincheiras da política nacional. Pedro Nuno Santos tomou uma posição, que me parece sensata, que provocou uma onda de choque e reações violentas de dirigentes do seu partido. Os países nórdicos que ocupam os primeiros lugares nos rankings de qualidade de vida, de democracia e de competitividade têm adotado medidas musculadas. Na Dinamarca, em 2018, foi criada a “lei-guetos” com o objetivo de travar a delinquência e a segregação, evitando a formação de “sociedades paralelas”, diminuindo a presença de “não ocidentais”. Em 2030, nenhum bairro deve ter mais de 30%. de imigrantes. Em Estocolmo, na Suécia, criaram-se zonas de segurança, inspirados nas políticas Dinamarquesas de luta contra a criminalidade e restrições à migração. Prolifera o princípio de não é bom que os bairros sejam maioritariamente habitados por não nórdicos. São muitas as vozes que consideram que a Suécia, a braços com graves e crescentes problemas de insegurança, acolhe mais pessoas do que aquelas que pode integrar, potenciando a segregação extrema. A Suécia tem a terceira maior taxa da Europa de mortes devido a arma de fogo. Os maiores problemas deste fenómeno são o resultado da violência entre gangues, políticas de imigração falhadas e recrutamento de crianças e jovens para atividades criminosas. Em Espanha, há uma voz contra a corrente, a de Pedro Sanchez que rejeita os centros de migrantes e considera a imigração legal necessária, numa Europa envelhecida que continua numa trajetória descendente na competitividade e capital humano.

Está mais do que na hora de a Europa ter uma conversa de adultos sobre as migrações. Um bom ponto de partida poderá ser a tomada de consciência de que a imigração ilegal representa uma parte pouco significativa das entradas. Os partidos responsáveis têm a responsabilidade de não permitir que os extremistas tomem o poder. Não quero viver num país governado pelos inimigos da democracia. Por isso me bato, com todas as minhas forças, contra os extremismos, sejam de direita ou de esquerda. 

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