Comer é que a Gente se Entende foi até ao coração do…
Em Orgens o Carnaval é um pretexto para reviver tradições seculares. As…
Já pensaram no trabalho minucioso por detrás da construção de um instrumento…
por
Ricardo Horta
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Raquel Lopes, diretora processual ERA Viseu Viriato
A empresa Berrelhas, que assegura o serviço de transportes públicos no concelho de Viseu, diz que não tem condições técnicas e financeiras para aceitar o caderno de encargos do ajuste direto proposto pela Câmara Municipal de Viseu. Assim, o serviço MUV poderá parar já este sábado (1 de março).
Em causa está, por exemplo, um investimento de mais de meio milhão de euros que a empresa teria de fazer e de prejuízos que, anualmente, poderiam chegar a quase dois milhões de euros.
O ajuste direto, de nove milhões de euros para dois anos, foi a solução encontrada por ambas as partes depois de ter sido acordada a rescisão do contrato que estaria em vigor até 2029 e que não era benéfico para empresa e autarquia. Esta solução estaria em vigor durante dois anos, até que fosse lançado um novo concurso.
O caderno de encargos para o ajuste direto foi aprovado em outubro de 2024, mas a empresa alega que só teve acesso ao mesmo a 7 de fevereiro, “após muita insistência”, e que não concordou com as condições.
“Da análise efetuada ao caderno de encargos resulta: a obrigação de realização por parte desta empresa de investimento superior a €500.000,00 no âmbito de contrato com duração nunca superior a dois anos e a impossibilidade de transição para a fase de execução contratual enquanto não se tiverem por verificadas as novas condições técnicas exigidas no caderno de encargos remetido”, esclarece em comunicado.
Assim, entende a empresa, “contrariamente ao definido, o convite dirigido a esta empresa determinaria a obrigação de manutenção da execução do serviço de transporte, por período de tempo não determinável, com a consequente manutenção da assunção do prejuízo mensal daí resultante”.
A Berrelhas diz que ao aceitar estas condições “a sua sustentabilidade económico-financeira” poderia ser prejudicada, tendo por base os prejuízos no último ano de quase dois milhões de euros.
“(…) no período compreendido entre 1 de janeiro de 2024 a 31 de janeiro de 2025, suportou esta empresa o prejuízo total de €1.897.000,00 – o qual não será objeto de qualquer ressarcimento”, refere.
No comunicado, a empresa diz ainda que “tendo em vista acautelar os postos de trabalho dos trabalhadores afetos a esta concessão, foi já solicitada à Câmara Municipal de Viseu a identificação do novo operador para que, nos termos do legalmente disposto, possa ser efetuada a transmissão da posição contratual de todos os trabalhadores, com respeito por todos os direitos adquiridos”.
A autarquia já reagiu e esclareceu que “o município só recebeu a comunicação do operador durante a manhã de hoje, estando a mesma a ser analisada pelos serviços técnicos competentes, aguardando a administração as conclusões dessa mesma análise”.