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Fim de serviço de transportes MUV preocupa passageiros  

Berrelhas diz não ter condições para aceitar caderno de encargos do ajuste direto proposto pela Câmara. Passageiros estão preocupados com os impactos nas suas rotinas

Carolina Vicente
 Fim de serviço de transportes MUV preocupa passageiros
25.02.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Fim de serviço de transportes MUV preocupa passageiros
25.02.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Fim de serviço de transportes MUV preocupa passageiros

O serviço de transportes públicos MUV poderá ser suspenso já este sábado, 1 de março. A empresa Berrelhas é a responsável pelo transporte público no concelho de Viseu e afirmou não ter condições técnicas e financeiras para aceitar o caderno de encargos do ajuste direto proposto pela Câmara Municipal de Viseu.

Caso a interrupção do serviço se concretize, os utilizadores do MUV temem os impactos nas suas rotinas. O Jornal do Centro foi perceber de que forma esta medida poderá afetar a população.

Uma jovem estudante de Viseu começa por dizer que “Se realmente terminarem com o serviço de transportes, vai afetar imenso a minha rotina e a de outras pessoas. Alguns pais não têm como levar os filhos à escola, e como muitas pessoas não têm carta de condução, utilizamos frequentemente os autocarros para nos deslocarmos pela cidade. Vai afetar-nos imenso!”.

Uma utilizadora diária dos autocarros também manifesta a sua preocupação: “Os autocarros são o meu transporte. Não tenho mais nenhum. São estes autocarros que me levam a qualquer lado que seja. Se deixarem de existir vão fazer muita falta. É uma decisão que pode afetar toda a gente”.

Outra senhora, que também usa os autocarros todos os dias e vive longe do centro da cidade, teme consequências no seu emprego. “Não concordo se isso acontecer. Iria afetar o meu trabalho. Vou e venho todos os dias de autocarro”, afirma.

A mesma preocupação é partilhada por outra passageira assídua deste serviço. “Vai prejudicar muita gente. Temos de sair para trabalhar e sem transporte é complicado”, refere.

Um estudante que reside fora da zona central da cidade também destaca o impacto da possível suspensão do serviço. “Utilizo bastante o serviço de autocarros e se terminarem fico sem transporte porque deslocado, a meia hora a pé do centro”, disse. O jovem acrescenta que já tinha sido afetado há poucas semanas pela impossibilidade de carregar o passe.

Duas senhoras idosas, passageiras assíduas do MUV, receiam ficar sem meio de transporte para se deslocarem ao centro da cidade. “Quem não tiver carro ou como conduzir vai ser prejudicado. Não podemos vir a pé para o centro da cidade. Isto não pode ser. Temos de nos revoltar porque precisamos do transporte”, alertam.

Um homem na casa dos 30 anos, que recentemente começou a utilizar os autocarros, também destaca as dificuldades que poderão surgir. “Somos trabalhadores e se não temos autocarro como é que vamos fazer? Se me deslocar para o trabalho de táxi todos os dias acabo por ter ainda mais despesas”, afirma.

Até ao momento, não há indicação de uma solução que garanta a continuidade do serviço.

Berrelhas é quem assegura o serviço de transportes públicos no concelho de Viseu

A empresa de camionagem assegura este serviço ao abrigo de um contrato de concessão celebrado com a Câmara de Viseu, liderada pelo social-democrata Fernando Ruas.

Em comunicado, a Berrelhas diz que se vê “forçada a tomar esta decisão considerando que o contrato de concessão atualmente em execução é altamente deficitário” e explicou que tem de suportar “mensalmente, e tendo por referência o ano de 2024, o prejuízo médio de 146 mil euros”.

“No período compreendido entre 01 de janeiro de 2024 e 31 de janeiro de 2025, suportou esta empresa o prejuízo total de 1.897.000 euros, o qual não será objeto de qualquer ressarcimento”, lamenta.

A autarquia informa os jornalistas que só hoje de manhã recebeu a comunicação da Berrelhas, que está “a ser analisada pelos serviços técnicos competentes, aguardando a administração as conclusões”.

A empresa conta que, em 2023, foi constituída uma comissão paritária “que concluiu pela necessidade de alteração do contrato de concessão”, atendendo aos “prejuízos mensalmente acumulados”.

Em maio de 2024, a autarquia propôs à Berrelhas a revogação do contrato em vigor e “a celebração de contrato de prestação de serviços por ajuste direto, tendo por base critério material, para a execução dos serviços de transporte correspondentes”, acrescentou.

Segundo a Berrelhas, esta proposta foi “prontamente aceite” e ficou a aguardar “o envio do prometido acordo revogatório e do convite e respetivo caderno de encargos” que levasse à celebração do contrato de prestação de serviços, o que só veio a acontecer no dia 07 de fevereiro, “e após muita insistência por parte desta empresa”.

Depois de analisar o caderno de encargos, a empresa de camionagem concluiu que, por um lado, ficaria obrigada a fazer um investimento “superior a 500 mil euros, no âmbito de contrato com duração nunca superior a dois anos”. Por outro lado, seria impossível a “transição para a fase de execução contratual enquanto não se tiverem por verificadas as novas condições técnicas exigidas no caderno de encargos”.

“Contrariamente ao definido, o convite dirigido a esta empresa determinaria a obrigação de manutenção da execução do serviço de transporte, por período de tempo não determinável, com a consequente manutenção da assunção do prejuízo mensal daí resultante”, criticou.

Neste âmbito, a Berrelhas diz não ter outra alternativa a não ser deixar de assegurar o serviço.

Com o objetivo de “acautelar os postos de trabalho dos trabalhadores afetos a esta concessão”, a empresa já pediu à Câmara de Viseu a identificação do novo operador.

A Berrelhas espera que, “nos termos do legalmente disposto, possa ser efetuada a transmissão da posição contratual de todos os trabalhadores, com respeito por todos os direitos adquiridos”.

Os vereadores da oposição (PS), mostraram-se preocupados com esta decisão da Berrelhas e lembraram que “têm chamado sistematicamente a atenção do executivo municipal para os problemas de funcionamento do sistema de transporte público de passageiros, com prejuízo para muitos milhares de viseenses”.

“A rutura dos serviços de transporte agora anunciada pelo operador, e a ausência de qualquer alternativa que mitigue ou supere os constrangimentos criados, representa uma ameaça à qualidade de vida, ao direito à mobilidade dos cidadãos e à coesão territorial de Viseu”, frisam.

Na sua opinião, “é evidente a falência do sistema do MUV e a incapacidade do executivo municipal em inverter a grave situação criada”.

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