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Miguel Ângelo, o bebé que os bombeiros de Tabuaço ajudaram a nascer

Ambulância dos Voluntários de Tabuaço foi a sala de parto e o local de um momento que os bombeiros David Cravo e José Longa nunca mais esquecerão

Micaela Costa
 Miguel Ângelo, o bebé que os bombeiros de Tabuaço ajudaram a nascer
02.03.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Miguel Ângelo, o bebé que os bombeiros de Tabuaço ajudaram a nascer
03.03.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Miguel Ângelo, o bebé que os bombeiros de Tabuaço ajudaram a nascer

“É um misto de adrenalina no máximo e uma grande responsabilidade”, começa por contar José Longa, bombeiro há mais de 30 anos e que por estes dias viveu um momento que garante que jamais irá esquecer: o nascimento de Miguel Ângelo, na ambulância dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço.

Eram 2h04, de quinta-feira (27 de fevereiro), quando caiu no quartel uma ocorrência. José Longa e David Cravo, que é bombeiro há mais de uma década, entraram na ambulância e saíram, sem nunca imaginarem o que teriam pela frente.

“O alerta era para uma grávida, mas nunca nos passou pela ideia que íamos ser nós a fazer o parto”, recorda o bombeiro, que rapidamente atira “mas quando lá chegámos, percebemos que não íamos ter tempo de chegar ao hospital e que tínhamos que nos preparar”.

A mãe, Rita, estava a entrar em trabalho de parto, José Longa e David Cravo só tiveram tempo de a transportar para a ambulância, “criar todas as condições de segurança” e seguir em direção ao hospital.

Mas o caminho foi curto, cerca de cinco quilómetros. Estavam na Estrada Municipal 512, na freguesia de Adorigo, quando o bebé nasceu. Um momento que, assegura, “não se explica por palavras”. Entre o alerta e o nascimento do pequeno Miguel Ângelo, passaram cerca de 30 minutos.

“Paramos a ambulância e o bebé acabou por nascer. Quando o ouvimos chorar foi um momento incrível, uma enorme alegria e onde tivemos a certeza que tudo correu bem. Preparamos o bebé e seguimos até ao hospital de Vila Real”, recorda.

José Longa e David Cravo contam que nunca tinham participado num parto feito exclusivamente por bombeiros, o que, admitem, “deu uma responsabilidade ainda maior”.

“Como o alerta não era para um parto, o apoio diferenciado, a equipa médica do INEM, não foi imediatamente acionada e por isso só chegaram mais tarde, quando o parto estava feito, o bebé limpo e tudo conforme manda o protocolo. Tínhamos a vida de um ser humano nas nossas mãos, sem qualquer ajuda, tirando a da mãe que foi fundamental, e isso deu uma responsabilidade ainda maior”, recordam.

Com a certeza de “dever cumprido”, mãe e bebé no hospital, José Longa e David Cravo regressaram ao quartel, “de coração cheio e com uma verdadeira descarga de adrenalina”. “David, isto aconteceu, não aconteceu?”. “Aconteceu, José! Conseguimos. Está tudo bem!”.

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