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Cardos da Agrária de Viseu podem ser adotados e plantados em todo o território nacional

No final do mês de janeiro, foi tornado público que o campo de cardo, com mais de duas mil plantas, teria de ser desmantelado para a construção de um parque de estacionamento

 Cardos da Agrária de Viseu podem ser adotados e plantados em todo o território nacional
03.03.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Cardos da Agrária de Viseu podem ser adotados e plantados em todo o território nacional
04.03.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Cardos da Agrária de Viseu podem ser adotados e plantados em todo o território nacional

Os Cardos da Escola Superior Agrária de Viseu que estão plantados num terreno que vai ter de ficar livre para investimento privado podem ser “adotados” numa campanha que foi lançada para financiar projetos de investigação que envolvem esta planta. 

“ADOPta um cardo… vai ser o máximo” é o nome da campanha que apela a quem estiver interessado ficar com um planta e dar-lhe “uma nova história com futuro”. Apela ainda a donativos, através da plataforma “gofundme”, para apoiar projetos de futuro para esta espécie em Portugal. 

“Estamos a lançar um crowdfunding intitulado Cardo Máximo para apoiar projetos que irão ser criados com base nos cardos que serão retirados da Escola Superior Agrária de Viseu e que irão desempenhar novas histórias nas suas futuras localizações disseminadas pelo território nacional. Os cardos da ESAV vão ser plantados em parceiros que estão connosco, alguns, há 15 anos, designadamente queijarias Serra da Estrela DOP e outras não DOP, empresas agrícolas, alimentares e de valorização de biomassas numa lógica de economia circular, institutos de solidariedade social, estabelecimentos prisionais, autarquias e outras instituições e pessoas que usem e valorizem o cardo”, explica o texto que acompanha a recolha de donativos e que é agilizada pelo professor Paulo Barracosa, investigador que tem estado à frente dos projetos de valorização do cardo. 

O objetivo é que a verba possa ser empregue em projetos criativos e inovadores. “Não iremos fazer o que já está feito, antes projetos ligados à valorização do cardo numa perspetiva abrangente que incluam as vertentes técnico-científica, artística, inclusão, ecológica, sustentabilidade, entre outras”, acrescenta. 

O promotor esclarece ainda que o acompanhamento da campanha é feito de forma exigente e “escrupulosamente transparentes na divulgação de todas as verbas aplicadas, referindo os seus beneficiários e os objetivos alcançados”. 

“Estamos num processo de seleção das estruturas que receberão as plantas com a garantia que serão acarinhadas e valorizadas nos novos locais. Cada uma destas plantas irá contar uma história que perdurará no futuro e será uma oportunidade de criarmos uma rede suportada na fibra do cardo com o potencial da sua multifuncionalidade e que possa surgir um novo livro que conte toda esta história”, adianta. 

Todas as realizações vão sendo divulgadas em formatos a anunciar e os resultados obtidos serão divulgados em workshops gratuitos para todos aqueles que colaborarem neste processo cujas datas serão dadas a conhecer à medida que forem atingindos os propósitos. 

“Este é um novo processo em prol do cardo um planta que inspira o futuro na lógica da sustentabilidade e economia circular através da valorização sinérgica dos diferentes tipos de biomassa, alterações climáticas associadas ao stress hídrico e salino nas plantas entre outras vertentes cujo alcance dependerá, em parte, do sucesso deste crowdfunding”, conclui.

No final do mês de janeiro, foi tornado público que o campo de cardo, com mais de duas mil plantas, teria de ser desmantelado para a construção de um parque de estacionamento, uma vez que os terrenos estavam a ser usados pelo Instituto Politécnico de Viseu, mas em regime de comodato. 

A planta, que tem várias utilizações, é mais conhecida por fazer parte do processo do queijo Serra da Estrela. Atualmente, estão em vigor dois projetos de estudo e valorização, que se seguiram a meia dúzia de outros.

“Cardo Máximo” é também o livro da autoria de Paulo Barracosa lançado em 2024.

Apesar de a flor do cardo ser a parte mais falada, o autor salientou as potencialidades dos outros componentes da planta.

“A folha é um excelente hepatoprotetor. É dos melhores protetores para o fígado em termos de infusão. Mas também tem muitas aplicações de índole farmacêutica, de tratamento biocida e antifúngico para culturas, como a vinha”, explicou na altura do lançamento.

Já o caule é “uma estrutura muito leve e resistente” e, portanto, muito apetecível para fabrico de mobiliário e para a indústria automóvel, exemplificou o investigador, acrescentando que já foi feito um ensaio com a empresa Finsa, de Nelas, que se dedica à transformação industrial de madeira.

“Fizeram placas de grande volume e de baixa densidade. Essa é a principal aplicação que o caule poderá ter e que estamos a tornar nobre”, contou.

A semente é rica em óleo, tal como a do girassol, e a raiz “tem inulina, que é um composto muito interessante”, acrescentou.

No que respeita à flor do cardo usada para o fabrico do queijo, Paulo Barracosa defendeu que a região devia ser autossustentável.

Os hectares de campos de cardo têm aumentado, foi já realizado um estudo que permitiu saber quais as plantas que produzem melhor cardo e que diferentes flores fazem diferentes queijos com o mesmo leite, mas a região ainda está longe de ser autónoma.

Após tantos anos de estudo sobre o cardo, o docente do IPV continua surpreendido com as suas potencialidades: “Mas que planta é esta que se dá toda? É uma planta que se renova anualmente, não precisamos de a plantar todos os anos”. 

“E é uma planta com uma multifuncionalidade como não conheço outra. Dá óleo na semente, cardosinas (enzimas) na flor, compostos fenólicos (antioxidantes) na folha, biomassa de excelência no caule. Uma planta destas merecia um livro destes”, justificou.

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