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Mais de metade da população portuguesa tem um sono de má qualidade e quase um em cada quatro crianças divide o quarto ou a cama com os pais, o que, de acordo com um estudo divulgado pela Associação Portuguesa de Sono (APS), pode impactar a qualidade do sono infantil e a dinâmica familiar.
A entidade revela os resultados do questionário “Onde dorme o seu filho?”, a propósito do Dia Mundial do Sono, que é assinalado esta sexta-feira (14 de março). De acordo com o estudo, pelo menos 30 por cento das crianças têm algum problema de sono, e mais de 50% dos adultos dormem menos de seis horas por dia.
De acordo com a APS, os dados revelam que 24,2% das crianças partilham o quarto com os pais e que 18,5% delas dormem na mesma cama. Entre os principais motivos apontados pelos pais, destacam-se o facto de os filhos acordarem frequentemente durante a noite (24,5%), sentirem-se mais seguros ao tê-los por perto (26,2%) e dificuldades das crianças em adormecer (23,2%).
“Estes dados mostram que uma percentagem significativa de crianças dorme no quarto ou na cama dos pais, muitas vezes devido a dificuldades em adormecer ou despertares noturnos frequentes. Estes hábitos, embora compreensíveis, podem impactar a qualidade do sono infantil e até mesmo a dinâmica familiar”, refere Marta Rios, autora do estudo e médica pediatra que questionou pais de crianças dos 0 aos 12 anos.
A APS lembra, por isso, que a qualidade do sono na infância é “determinante para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças” e que os hábitos inadequados “podem perpetuar-se ao longo da vida, contribuindo para um cenário preocupante a nível nacional”.
Também de acordo com a associação, mais de metade da população portuguesa tem um sono de má qualidade, algo que pode impactar “na saúde e qualidade de vida”. Também mais de 50 por cento das pessoas admite ter vivido episódios de insónia aguda em alguma fase da vida.
“A má qualidade de sono afeta negativamente o dia das pessoas, com sensação de sono não reparador, dificuldade de concentração, falta de energia, distúrbios de humor (irritabilidade, agressividade), diminuição do rendimento escolar e laboral, com impacto no absentismo”, diz a presidente da APS, Daniela Sá Ferreira.
A associação alerta ainda que a sonolência afeta o desempenho profissional, a concentração e a saúde mental e é uma das principais causas de acidentes automóveis. Além disso, a falta de sono triplica as probabilidades de ter um acidente vascular cerebral. A obesidade e as doenças cardiovasculares também estão diretamente relacionadas com a privação de sono.
Para assinalar o Dia Mundial do Sono, a APSdecidiu unir esforços com o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra para apoiar a campanha mundial da efeméride. O mote este ano é “Faça do sono uma prioridade”, com o objetivo de reforçar a importância do sono para a saúde e o bem-estar.
Entre as iniciativas programadas para este dia está o lançamento do livro “Uma Viagem Ilustrada ao Mundo do Sono – desenhos e quadras de jovens artistas sobre a importância do sono”, uma obra coletiva criada por 89 alunos do primeiro ciclo ao ensino secundário. Em Lisboa, o lançamento acontecerá no Auditório do CIUL (Centro de Informação Urbana de Lisboa), enquanto no Porto terá lugar na Casa do Infante.
Esta sexta-feira, a APS vai apresentar um hino dedicado à importância de priorizar o sono, interpretado pelo músico João Leiria. A canção será divulgada nas redes sociais da associação, que também vão disponibilizar dicas, infografias e outras informações para “sensibilizar a população e promover uma maior literacia sobre a importância do sono”.