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Mariana Mouraz
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Pedro Baila Antunes
Que balanço faz a este mandato?
Faço um balanço muito positivo. A primeira fase do mandato foi de conclusão de obras do Portugal 2020, de projetos que tínhamos lançado em 2015 e que não tinham sido realizados no mandato anterior. Também a recuperação de um conjunto de défices infraestruturais do município, como a repavimentação de arruamentos, estradas, vias rurais e estamos agora a lançar a terceira fase de repavimentações. Estivemos também a preparar um conjunto muito ambicioso de projetos que estamos já a financiar no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030.
De que projetos falamos?
De habitação, educação, saúde, segurança, com uma intervenção grande na divisão da PSP. E temos todo o dia-a-dia, muito dedicado à sociedade civil, associações, clubes, coletividades, escolas, empresas e todo um conjunto de dinâmicas que transforma Lamego numa cidade e num concelho muito vivo e dinâmico.
Que obras ou projetos destacaria?
O Parque Urbano e a passagem inferior do Escadório dos Remédios foram as duas obras mais marcantes deste mandato. Relativamente às demais intervenções, o essencial está um pouco atrasado porque quer o PRR, quer o Portugal 2030 demoram muito tempo, só agora é que estão a sair os primeiros avisos. O projeto que temos mais adiantado é a residência de estudantes e, depois, os grandes projetos são, efetivamente, a construção da Habitação Social, um investimento de cerca de 15 milhões de euros, em 120 casas. O novo centro de saúde, um projeto de 9 milhões e meio de euros, que vai ser o maior equipamento de saúde construído no norte do país e a reabilitação de duas escolas, a EB2/3 e a Escola Secundária da Sé. Ao todo, são cerca de 42 empreitadas que temos em curso, com intervenções também muito marcantes nas nossas freguesias.
Que intervenções?
A construção de centros cívicos que estão também em fase de concurso, desde Lalim, Britiande, Cambres, Valdigem e, depois, as intervenções pequenas, desde as vias de comunicação aos equipamentos e ao financiamento das atividades normais.
Por outro lado, o que é que não vai conseguir concluir?
Não vejo, nem nunca vi, os mandatos como tendo um princípio e um fim. Isto tem que ser visto numa continuidade. O projeto que tínhamos previsto e que está mais atrasado é o da construção de uma nova zona industrial, precisamente porque temos problemas de ordenamento. Temos um processo de alteração do PDM que está a decorrer e este processo é do pior que existe em Portugal em termos de burocracia e de centralismo. Não conseguimos alterar o PDM, nem levantar as condicionantes que afetam a zona onde queremos implantar a zona industrial e que é a única possível no terreno difícil com uma orografia muito inclinada que Lamego tem. Identificaria esta como a coisa menos conseguida do mandato, mas, obviamente, por culpa externa, das entidades, nomeadamente a CCDR e a APA, que obstaculizaram até hoje a alteração do nosso PDM.
Que outras dificuldades identificou?
O processo inflacionário que se viveu nos últimos três anos e que dificultou muito a execução e adjudicação de obras. Tivemos muitos concursos desertos, obras que prevíamos realizar por um determinado valor e que depois, quando foram para concurso, foram adjudicadas 40%, 50% acima daquilo que prevíamos e que, obviamente, terá consequências financeiras se não houver ajustamento dos fundos estruturais e resultará numa comparticipação financeira com fundos próprios do município. E essa é uma dificuldade que é transversal a todos os municípios do país, mas que é muito pior nos municípios do interior, onde temos menos empresas de construção e onde as empresas se deslocam de outros lugares do país, têm, obviamente, que cobrar mais.
O papel de autarca não é uma novidade, ainda assim, o que é que o surpreendeu nestes quatro anos?
A maior surpresa não é pela positiva, é mesmo pela negativa. Quem foi autarca durante 12 anos e desenvolveu um conjunto de projetos num determinado contexto, volta e verifica que o contexto piorou. Hoje temos mais burocracia, mais atrasos por parte da administração pública, temos dois quadros comunitários que estão a financiar o essencial dos projetos infraestruturais, que é o PRR e o 2030, e estão completamente paralisados. A verdade é que a burocracia que se sente e a incapacidade de decisão que a máquina da administração central do Estado tem, foi o pior dos elementos com que tive de me confrontar nesta segunda fase da minha vida autárquica.
Numa recandidatura, o que é que o Lamego pode esperar?
Não vamos deixar de ambicionar novos projetos, novas iniciativas, novas obras, apesar de termos em stock um conjunto enorme de projetos para executar. Todas as oportunidades de financiamento tentarão ser captadas para Lamego e para o desenvolvimento da cidade e do concelho, e depois uma resposta e uma presença muito próxima junto dos lamecenses. Foi sempre essa marca que tentei imprimir aos meus mandatos e quero continuar a ter, estar atento àquilo que é o sentir da população, as necessidades das pessoas, das famílias, das empresas e ter sempre da parte da autarquia uma resposta positiva para dar o que sabemos que exige disponibilidade, trabalho, alguma coragem nas decisões e proximidade.