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Os relvados pelados são cada vez mais uma história para contar aos mais novos no futebol distrital de Viseu. O caso mais recente de um virar de página desde um campo de terra para um piso com relva – ainda que sintética – foi protagonizado pelo Sport Clube Cabanas de Viriato e Benfica. Os “encarnados” de Cabanas de Viriato vão jogar pela primeira vez num campo que não é de terra batida e a inauguração da novidade foi acompanhada de perto por dezenas de pessoas.
Ao Jornal do Centro, o presidente do clube, Gustavo Costa, revela que esta era “uma vontade antiga” de quem gosta do Cabanas de Viriato. “A ideia de passarmos a ter um relvado sintético começou a ser tornada realidade no jantar de aniversário do clube, no ano passado. Começámos a conversar sobre isso e ficou fechado concretizar esse sonho que todos tínhamos. Estava lá um sócio, que já foi presidente do clube, que começou a tornar a ideia numa realidade. Foi ele que, na segunda-feira seguinte, começou a trabalhar para que tudo isto acontecesse”, conta o dirigente.
O sonho tornou-se realidade e o primeiro jogo do Cabanas de Viriato num relvado sintético no Campo Outeiro do Seixo, vai acontecer este domingo, 13 de abril. O encontro – que marca a despedida dos jogos em casa do clube esta época – é frente ao Viseu United a contar para a Taça da 1ª Divisão Distrital. Neste duelo, que começa às quatro da tarde, apenas a honra se jogará, já que o Viseu United conseguiu, entretanto, o apuramento para os quartos de final e o Cabanas de Viriato já está fora dessa luta.
“Para nós esta obra é importante porque, hoje, chamar ou cativar jogadores para atuarem num pelado é sempre mais difícil, até porque somos um clube do interior”, recorda Gustavo Costa. O líder do Cabanas de Viriato lembra apenas mais dois locais do distrito onde ainda se joga em terra batida. O clube do concelho de Carregal do Sal vira agora essa página.
Com esta novidade, Gustavo Costa confia que haja mais hipóteses de conseguir cativar novos jogadores a alinhar no Cabanas de Viriato. “Já haverá uma abertura diferente. Uma coisa é jogarem num sintético, outra, num pelado”, sublinha.
O novo relvado sintético mereceu investimento camarário, de mais de 200 mil euros e da Junta de Freguesia, que apoiou em cerca de 25 mil euros. O restante valor foi suportado pelo clube. “Tivemos o apoio de empresas, amigos e sócios que nos ajudaram”, enaltece o presidente do Cabanas de Viriato. Agora, com relva sintética, o clube pode ter outras ambições. “Na Divisão de Honra os clubes não podem ter campos pelados”, frisa o dirigente.
Com os adeptos “ansiosos que este dia acontecesse”, o presidente do Cabanas de Viriato recorda bem o dia da inauguração do relvado sintético. Neste dia especial para um clube com 95 anos de história, esteve Toni, antigo atleta e atual vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol. “Os adeptos andavam sempre a perguntar-nos quando voltávamos à nossa casa”, lembra o dirigente. Na inauguração marcou presença também José Carlos Lopes, presidente da Associação de Futebol de Viseu.
Enquanto decorreram as obras, o Cabanas de Viriato jogou em casa emprestada. O rival concelhio Carregal do Sal abriu-lhes as portas. “Tentamos sempre ao máximo que a rivalidade exista, mas de forma saudável. Há sempre quem leve a rivalidade mais a sério, mas sempre tentei que não afetasse – e não afeta – as relações entre os clubes”, enfatiza. “Jogámos em Carregal do Sal como se estivéssemos em casa”, reconhece o líder do Cabanas de Viriato. Fundado a 5 de janeiro de 1930, o Sport Clube Cabanas de Viriato e Benfica está a cinco anos de completar cem anos.