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A comunidade LGBT continua a “sofrer nas mãos da sociedade”. Mas, há uma luz ao fundo do túnel

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 A comunidade LGBT continua a “sofrer nas mãos da sociedade”. Mas, há uma luz ao fundo do túnel
03.07.21
fotografia: Jornal do Centro
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 A comunidade LGBT continua a “sofrer nas mãos da sociedade”. Mas, há uma luz ao fundo do túnel
26.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
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 A comunidade LGBT continua a “sofrer nas mãos da sociedade”. Mas, há uma luz ao fundo do túnel

“Amai-vos uns aos outros mas não dessa maneira porra!”; “Não há paciência para tanta estupidez! E o dia do heterossexual é quando? E bandeirita, não temos direito?”; “Se fossem mas é limpar as matas”; “Este mundo está perdido e cada vez pior tristeza”; “E do orgulho heterossexual? Isto é discriminação”. São comentários retirados de uma notícia do Jornal do Centro que anunciou a celebração do Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ no município de Viseu. Aquelas mais de 200 opiniões repletas críticas indignadas a atirarem-se aos membros da comunidade LGBT, enfureceram-se durante dias e dias. E já se viram, muitas vezes, farpas do género. “Por favor, mostre-me um estudo de quantos heterossexuais morrem por dia graças à heterofobia”, escreveu João Teixeira, em resposta a um dos comentários. A questão é simples: quando é que a luta pela igualdade irá terminar?

A vaga de comentários amargos já não lhe é estranha. Diz que se habituou a ler posições do género. A seu ver, “o pior que podemos fazer é mantermo-nos calados, não temos que baixar a cabeça e passar despercebidos”. Uma frase que rapidamente nos fez perceber o teor dos seus comentários. Também fez questão de nos dizer: “nas caixas de comentários tivemos pessoas a criticar a homossexualidade e a criticar a comunidade LGBT em geral, mas tivemos também pessoas a apoiar” e a verdade é que “não podemos generalizar a situação aqui em Viseu”.

E o início da solução parece ser a educação. “O que podemos fazer é refletir sobre as individualidades, ou seja, tentar pegar em todas as pessoas que fizeram aqueles comentários e tentar abordá-las de forma a que estudem mais” até porque “a partir do momento em que o comentário diz ‘as pessoas escolheram ser assim’, nota-se que há muita falta de educação na comunidade”, acrescentou.

Não é uma escolha. Aliás, “ninguém acorda e pensa ‘hoje vou fazer parte da comunidade LGBT’, uma comunidade que sofre todos os dias, que sofre um preconceito constante”, exemplificou, frisando que é necessário “tentar reeducar as pessoas aos poucos de que isto não é uma escolha”. Em poucas palavras, João simplificou: “nós sofremos nas mãos da sociedade”. Disse-o com uma tristeza que nos fez arrepiar. O tom de voz baixou levemente ao ponto de acharmos que já estava tudo dito. Mas, não. A conversa estava longe de terminar, assim como a luta contra o preconceito.

Conhecemos também Tiago Resende, da plataforma Já Marchavas. Mostrou-nos um olhar tímido, mas ao mesmo tempo sentíamos-lhe a vontade de falar sobre a comunidade. O riso nervoso denunciava todas as lutas que ainda não começaram. “Nós nascemos e dizem-nos logo ‘tu és menino, gostas de azul e vestes calças’ ou ‘tu és menina, gostas de rosa e vestes saia’. E o mundo não é binário, há uma grande diversidade. Isso é imposto logo à nascença”, começou por nos dizer, enquanto nos sentávamos num dos bancos do Parque Aquilino Ribeiro, em Viseu.

De fundo, apenas os chilrear dos pássaros a realçarem a importância da conversa. Para Tiago, a resposta também se centra no ensino. “As escolas têm esse papel para desconstruir esses preconceitos e dar visibilidade a estas lutas todas. Estas temáticas têm que ser aplicadas e dadas nas escolas” para restruturar partes da sociedade, incluindo gerações mais velhas.

Também nos falou no gesto da Câmara de Viseu ao celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+. Quase que lhe víamos os pensamentos nos olhos. “A questão é a câmara anuncia de forma tímida que vai assinalar o dia do orgulho LGBT e diz que teve semanas para preparar aquilo. E naquele local, numa rua onde passa pouca gente”, lançou.

Sugeriu outras formas de celebrar a comunidade LGBT. Iniciativas culturais, atividades com as escolas do concelho e até envolver outras associações de Direitos Humanos. “É uma atitude envergonhada”, suspirou.

Quanto aos comentários, Tiago disse-nos pouco: “uma coisa é falarmos cara a cara, outra coisa é falarmos através de um ecrã” até porque “tenho dificuldades em lutar pelos comentários, é difícil mudar a opinião de uma pessoa por ali, quanto muito se pode mandar factos e links de artigos que são reais”.

Ao seu lado, Mel, de 16 anos. Também integra a plataforma Já Marchavas. Conhece-lhe os cantos há cerca de dois anos. Contou-nos que é ali que sente representatividade em Viseu. “De resto, parece que é tudo mais fechado”, confessou, acrescentando que “muitas vezes, vemos aqui nas marchas de Viseu que as pessoas nem sequer chegam a vir, nem querem saber. Acho que é muito importante dar continuidade porque a luta não está perto de acabar, longe de ser perfeita e ideal”.

O caminho faz-se lutando e há que continuar . “Para acabar mesmo com isso, eu acho que o mais importante é mesmo começar desde cedo, principalmente na educação nas escolas”, adiantou. Para Mel, é preciso continuar a falar do assunto até ser natural entre a sociedade. Um percurso que é feito de espinhos bem afiados. Agora, resta continuar a “batalha” por um futuro igualitário.

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