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Desde Albert Einstein a Leonardo Da Vinci, foram muitos os génios que marcaram a história, quer seja pelas suas obras, quer seja pelas suas descobertas e invenções que vieram a mudar o destino da humanidade. Mas o que faz um génio ser um génio?
A inteligência tem uma componente genética substancial. Variados estudos efetuados com gémeos indicam que os fatores genéticos explicam mais de metade da variação da inteligência geral dos adultos – a quantidade abstrata comumente medida nos testes de quociente de inteligência (QI). Por sua vez, o QI correlaciona-se bem com atributos como o desempenho académico e o rendimento. Embora os geneticistas tenham já identificado centenas de genes cuja mutação pode levar a dificuldades de desenvolvimento, as variantes genéticas comuns que estão por detrás da inteligência continuam dúbias. É amplamente assumido que, como é o caso de outras características como a altura ou a cor do cabelo, existem milhares dessas variantes, cujos pequenos efeitos se combinam para influenciar as capacidades mentais.
Em 2007, uma equipa de cientistas, liderada por Danielle Dick da Universidade de Washington nos Estados Unidos da América, reuniu aquelas que são talvez as provas mais fundamentadas até à data de que um gene responsável por ativar vias de sinalização no cérebro é capaz de influenciar a inteligência. O gene, CHRM2, afeta o QI de desempenho, que diz respeito à capacidade de uma pessoa organizar as coisas de uma forma lógica. A equipa estudou exaustivamente o gene CHRM2 e descobriu que várias variações dentro do mesmo estão correlacionadas com ligeiras diferenças nos QI de desempenho, que medem a coordenação, raciocínio, perceção espacial e capacidade de resolução abstrata de problemas. Quando as pessoas tinham mais do que uma variação positiva no gene, as melhorias no QI de desempenho eram cumulativas. Num outro estudo mais recente da Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, um grupo de investigadores espera descobrir o segredo do génio de Leonardo Da Vinci através da análise genética de 14 descendentes vivos. O projeto denominado “Leonardo da Vinci DNA Project” tem como objetivo compreender melhor os seus extraordinários talentos e acuidade visual através de associações genéticas.
Contudo, “apenas” a genética não é suficiente para definir um génio, uma vez que uma característica ou atributo pode exigir a colaboração de múltiplos genes. Os genes têm um período e uma forma de se desenvolverem muito particular. Isso significa que alguém pode ser uma criança prodígio se se criarem cedo as condições para tal, mas o génio pode não emergir até mais tarde na vida, podendo mesmo até perder essas características. É aqui que a genética e o ambiente se encontram. Embora a propensão genética para o génio exista, a criação de um ambiente propício ao seu desenvolvimento e estímulo tem seguramente um papel tão ou mais importante. Criar um ambiente propício ao trabalho árduo e ao desenvolvimento de um génio pode começar em casa. O estatuto socioeconómico tende a ser um fator subjacente quando se trata de inteligência.
A inteligência é por isso uma função da acumulação de todas as variantes genéticas e as influências ambientais que vão desde o estatuto socioeconómico até à importância que é dada à aprendizagem quando as crianças estão em desenvolvimento motor e cognitivo. E ambas podem multiplicar-se e ampliar-se mutuamente, sendo que uma pequena vantagem genética pode levar a uma vantagem ambiental tendenciosa. Por exemplo, se uma criança demonstrar aptidões atléticas muito cedo, essa criança vai ser incentivada em juntar-se a uma equipa, podendo por isso treinar e desenvolver estas aptidões num ambiente favorável com outros como ele. Por outro lado, a criança que cai na primeira vez que chuta uma bola vai ser excluída e até desencorajada para tentar de novo.
Nem a genética nem o ambiente parecem funcionar sozinhos. E parece por isso ser difícil prever a genialidade desde o nascimento. Como dizer quando e em que momento um génio se pode desenvolver? E se afinal de contas a razão pela qual a criança caiu da primeira vez que foi chutar a bola não foi por falta de aptidão, mas sim por erva escorregadia?
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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