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A inatividade física é uma das principais causas de morte em todo o mundo, e claramente um dos quatro principais motivos pelo aumento de doenças não transmissíveis. No entanto, apesar das evidências e benefícios, comprovados cientificamente, o papel da atividade física continua a ser desvalorizado, de uma forma geral, pelos diversos meios de comunicação, políticas e pela sociedade.
De acordo com um estudo recente, publicado na revista The Lancet Global Health, 1,4 bilhões de pessoas – um quarto da população adulta do mundo – não faz atividade física suficiente. Ele também conclui que, mesmo antes da Pandemia Covid-19, cerca de 5,3 milhões de mortes foram atribuídas à falta de atividade física, como a principal causa! Isso corresponde aproximadamente à estimativa do número de mortes por mudanças climáticas.
De acordo com este estudo, a inatividade física aumenta significativamente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes e cancro.
Atualmente, 41 milhões de pessoas morrem destas doenças a cada ano, correspondendo a 71 por cento de todas as mortese no mundo. A falta de exercício físico está a reduzir a expectativa de vida de uma grande proporção da população mundial. Mesmo antes da Pandemia Covid 19, um em cada quatro adultos morria devido à inatividade física – e a informação mais preocupante – é a previsão para jovens de 11 a 17 anos: para eles, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que três em cinco jovens irão morrer na idade adulta por falta de atividade física.
Na verdade, 84% de todas as raparigas adolescentes e 78% de todos os rapazes jovens já são afetados pela inatividade física hoje em dia!
Em Portugal temos dados alarmantes, pois é dos países da Europa mais sedentários – 68% da população não pratica exercício físico e apenas 5% o faz de forma regular (Eurobarómetro – 2017). Portugal é um dos 5 países da Europa com maior prevalência de obesidade infantil e as doenças associadas aos comportamentos estão relacionadas com 45% do total de doenças existentes.
Isto resulta em déficits motores alarmantes, constatados diariamente pelos professores e treinadores, na dificuldade crianças e jovens em saltar, executar exercícios de equilíbrio, rodar braços, andar de bicicleta ou nadar. Os médicos também estão a diagnosticar uma nova condição médica – o Transtorno de Déficit de Exercício. O distúrbio é comparável ao declínio da força em idosos, que é um sinal clássico de envelhecimento para eles. Atualmente muitas crianças não têm força muscular suficiente para atividades lúdicas, como escalar uma estrutura de escalada e consequentemente, também carecem de coordenação motora e respiratória.
Para compensar estes deficits da nossa aptidão, que devem custar à Europa 68 bilhões de euros até 2030, os Estados membros da OMS querem reduzir a inatividade física em 15%. O primeiro e talvez o mais importante ponto do plano estratégico é reconhecer e implementar a integração da atividade física na alfabetização digital, com o objetivo de melhorar a capacidade de aprender, trabalhar e viver apesar da digitalização – o que alimenta a falta de atividade física para muitos.
A OMS declara que 150 minutos de exercícios por semana para adultos são, o mínimo, para uma vida saudável. Isto é, cerca de 20 minutos por dia, em comparação com os mais de 200 minutos que gastamos em média em dispositivos móveis. Estes 20 minutos já nos ajudariam a enfrentar a crise de inatividade enquanto a organização de saúde estabelece uma diretriz de 60 minutos por dia para as crianças. No entanto, este valor não é alcançado por cerca de 80% das pessoas em todo o mundo e está a piorar a cada dia. Claro, a digitalização é o principal impulsionador desta tendência, mas cada um de nós pode fazer algo a respeito, como fazer intervalos ativos, trocar minutos a olhar para os ecrãs e passar a fazer exercício, ir de bicicleta para o trabalho, levar os filhos diariamente para atividades ao ar livre, subir escadas, caminhar, entre muitas outras oportunidades.
As escolas também devem passar a contemplar mais espaços ao ar livre, menos carga horária letiva, menos recintos fechados e intervalos maiores que permitam aos alunos brincar, correr, jogar e a desafiarem-se!
Sabemos que o exercício é o melhor e mais barato remédio para combater o sedentarismo, para uma mente renovada e um corpo mais saudável. Ca um de nós deve ter papel ativo e criar um movimento global que traga este assunto para o topo das preocupações e com a maior celeridade possível.
A pandemia da inatividade física deve ser uma prioridade de saúde pública!
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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José Carreira
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