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A obra de Nasoni, os “Gigantes” da Escadaria e o tritão montado num golfinho nas fontes de Lamego

Muitas destas fontes foram construídas durante o período medieval e modernizado em épocas posteriores, refletindo diferentes estilos arquitetónicos

 A obra de Nasoni, os “Gigantes” da Escadaria e o tritão montado num golfinho nas fontes de Lamego - Jornal do Centro
23.03.25
fotografia: Jornal do Centro
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 A obra de Nasoni, os “Gigantes” da Escadaria e o tritão montado num golfinho nas fontes de Lamego - Jornal do Centro
23.03.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 A obra de Nasoni, os “Gigantes” da Escadaria e o tritão montado num golfinho nas fontes de Lamego - Jornal do Centro

Lamego é um concelho rico património histórico e arquitetónico, onde os fontanários desempenham um papel fundamental. Estas estruturas, para além da sua função original de abastecimento de água, são testemunhos da história e da identidade cultural da região. Muitas destas fontes foram construídas durante o período medieval e modernizado em épocas posteriores, refletindo diferentes estilos arquitetónicos.

Chafariz dos Remédios (Fonte de Nasoni)

O projeto deste fontanário é da autoria de Nicolau Nasoni. O chafariz foi construído em 1738, como consta na gravação visível na parte superior, sendo anterior ao atual Santuário.

O retábulo de cantaria é muito bem delineado e possui duas bicas que jorram água ininterruptamente, não havendo memória de alguma vez secarem. Ao alto possui uma cruz adornada lateralmente por duas flores-de-lis. Debaixo e ao centro sobressai um painel liso em forma oval onde, segundo alguns registos, existiam antigamente umas inscrições em letras douradas.

Esta fonte foi transferida para o adro da antiga capela construída pelo bispo D. Manuel de Noronha e a água vem de duas minas situadas acima do parque.

Fonte Monumental “O Lamego”

Foi inicialmente erguida em 1830, no antigo Campo do Tablado (atual Jardim da República) mas devido às obras de alargamento deste jardim, foi apeada em 1923 e erguida junto ao Jardim da República em 1924. Porém, com os acrescentes laterais e arremates, só ficaria totalmente concluída em 1928.

O acesso às duas bicas faz-se por amplas escadas laterais, tendo a encimar este grandioso fontanário, uma estátua de um guerreiro armado de alabarda e cujo escudo ostenta as armas da cidade de Lamego.

Fonte do Espírito Santo

Fonte foi elaborada segundo um desenho do artista lamecense João Amaral.

Inicialmente estava situada no Largo de Camões, mas foi transferida para o Largo do Espírito Santo em 1928.

Situada num local privilegiado e bem visível, é uma das mais conhecidas de Lamego. Tem duas bicas que jorram água abundante e de boa nascente.

Ao centro foi esculpido um escudo com as armas de Lamego, debaixo do qual consta a data de 1906

Fonte dos Gigantes

Situada no Pátio dos Reis (escadório dos Remédios), a Fonte dos Gigantes é parte integrante de um quadro de grande valor arquitetónico.

Ao centro deste majestoso pátio ergue-se um formoso obelisco com cerca de 15 metros de altura e que é sustentado por quatro formidáveis gigantes, pela boca dos quais saem fios de água que vai alimentar uma taça de grande volume.

Trata-se, de facto, de um quadro invulgar e de grande beleza, admirado pelos mais exigentes e que constitui, sem dúvida, uma das peças mais emblemáticas de toda a obra da escadaria e do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.

Fonte da Sereia

A Fonte da Sereia foi mandada executar pela Mesa da Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios em 1886. É uma obra do mestre Manuel Domingues Barreira, tendo sido concluída em 1889.

Edificada num dos patamares da escadaria do Santuário dos Remédios, mesmo em frente à capela de Nª Sr.ª de Lourdes, a fonte é uma construção quadrangular, bem trabalhada no granito e com elementos decorativos de singular beleza.

Dentro do nicho, a água escorre a partir de três conchas para uma taça em forma de leque, despenhando-se num grande reservatório circular.

Especialmente atraente é a escultura de um tritão montado num golfinho que repousa sobre a taça ao centro, daí surgir a designação popular de Fonte da Sereia.

Em 1955, a escultura do tritão foi transferida para o lago da gruta do fundo do parque e no seu lugar foi colocada uma imagem do Sagrado Coração de Jesus. Porém, em 1986, a Irmandade transferiu de novo o tritão para o primitivo lugar, colocando a Imagem de mármore do Sagrado Coração no recinto das peregrinações situado nas traseiras do Santuário.

Fonte Pura

Quem sobe a escadaria encontra no primeiro pátio, do lado esquerdo, esta fonte tão popular entre os lamecenses.

A fonte, construída em 1842, possui um retábulo granítico coroado por três pirâmides ao alto e é ladeada por dois assentos com espaldares. Em 1886, foi afixada ao centro do retábulo, em forma de livro, uma lápide onde está inscrita a seguinte quadra:

“É fonte pura

A Mãe do Eterno,

Quem dela bebe

Não teme o inferno.”

A água deste fontanário, considerada a mais fresca que se pode beber em Lamego, vem de mina própria do parque.

Fonte do Pelicano

Esta fonte monumental ( ao fundo da escadaria dos Remédios) é uma valiosa peça lavrada em granito que atrai a atenção pela riqueza dos elementos que a compõem, sobressaindo ao alto uma bela escultura representando um pelicano, com as asas abertas e abrindo com o bico o seu próprio peito para dali tirar o sustento para as crias famintas.

O conjunto é formado por um nicho em arco, de grandes proporções, onde a água escorre em cascata para duas graciosas taças, acabando por cair no reservatório que tem na base.

A obra é ladeada por duas bicas de água que vem das minas do parque.

Fonte do Desterro

À semelhança de outros fontanários da cidade de Lamego, a Fonte do Desterro, junto à igreja com o mesmo nome, possui um retábulo granítico ao alto do qual sobressai um painel em forma oval onde se pode ler CM 1877, a lembrar a data em que teria sido erigida.

No princípio da década de 90 do século XX, aquando das obras para o alargamento da Rua de Trás do Desterro, o fontanário foi recuado para o lugar onde se encontra atualmente.

A água que ali corre é camarária, em substituição da que primitivamente abastecia o fontanário e vinha de nascente existente abaixo do lugar do Matadouro.

Fontanário do Largo do Chafariz (Bairro da Ponte)

Ao fundo da Rua da Calçada, já no bairro da Ponte, existe um largo onde se encontra este fontanário que os moradores locais muito estimam e que dizem ser a água que dali jorra muito boa “com virtude para preservar do achaque da pedra”.

A água cai abundantemente por duas bicas para um grande tanque em pedra lavrada, sobressaindo no painel principal um escudo com as armas reais.

Fonte da Carquejeira

Quem passa pela Rua Cardoso Avelino pode reparar num recanto que dá passagem para a íngreme e estreita Rua da Carqueijeira. Aí, ladeada pelo casario e por um muro, pode ver-se o fontanário da Carquejeira, como é conhecido pelos lamecenses.

O retábulo, em forma retangular, possui duas bicas mas à semelhança do que sucede com o fontanário do Desterro tem apenas uma bica a jorrar agora água camarária.

Fonte do Almedina

A primitiva Fonte do Almedina estava erguida no antigo Largo do Almedina, mas devido a ter desabado parte do muro e a possível inquinação da água, levou a câmara a demoli-la em 1886.

Foi então constituída uma comissão a fim de estudar o melhor local para se erguer outra fonte, de modo a servir a população daquela zona. O local escolhido foi na então Av. D. Maria Pia (atual Av. 5 de Outubro), aproximadamente no local onde bifurca a saída da Rua de Fafel. Esta acabou também por ser demolida por imperativos urbanísticos.

Posteriormente, foi levantado na Travessa 5 de Outubro o atual fontanário, ao qual deram também o nome de Fonte do Almedina. Foi o mestre Fausto Cabral, natural de Avões, quem esculpiu a bica e a lápide.

Fonte: Município de Lamego

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