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A pertinência da construção de um Centro de Artes e Espetáculos em Viseu

 A pertinência da construção de um Centro de Artes e Espetáculos em Viseu
24.01.25
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por
Pedro Baila Antunes

Fernando Ruas esteve muito bem ao assumir a construção do Centro de Artes e Espetáculos (CAE) de Viseu como uma das prioridades no início do atual mandato como Presidente da Câmara, o que veio a reforçar na sua recente Mensagem de Ano Novo aos viseenses.

Entretanto, algumas – poucas – vozes políticas da oposição e da sociedade civil, incluindo personalidades ligadas à arte, têm argumentado contra a construção de um centro cultural desta natureza, pelo menos nos moldes e custos em que este é proposto.

Tenho para mim, por inúmeras razões que a seguir exponho, que um CAE – à escala da Cidade – é, há muito, absolutamente vital e estruturante para (um)a melhor cidade para Viver.

O Teatro Viriato, esmeradamente reconstruído, tem sido absolutamente exemplar no quadro nacional, qual paradigma de descentralização cultural. A começar no seu modelo de financiamento – municipal, nacional, suplementado por mecenato – e de gestão (independente) por uma associação de direito privado. Assinale-se a aproximação à comunidade, uma programação sempre regular e diversificada, e uma política de apoio aos artistas locais e nacionais através da coprodução, apoio a residências e fixação de artistas profissionais na Cidade. E assim deverá sempre continuar!

Para além de constrangimentos técnicos limitativos sempre apontados – como a reduzida boca de palco -, a sua lotação – 250 lugares – não se compadece com o facto de ser a única verdadeira sala de espetáculos de Viseu, o que tem impedido a realização de inúmeros espetáculos e outros eventos na Cidade. Acresce o reduzido espaço de foyer, a inexistência de galerias de exposição ou de outros espaços complementares.

Naturalmente, no outro extremo da escala – para grandes espetáculos, quando possível – está o pouco modelar, nada acolhedor e “pavilhónico” Multiusos de Viseu.

A cidade de Viseu tem equipamentos e espaços públicos assinados por grandes nomes da arquitetura nacional. Por uma razão ou outra, alguns foram pouco conseguidos ou incompletos – como o Mercado 2 de Maio ou a requalificação da Cava de Viriato –, outros não tiveram grande projeção urbana ou autoral – como a Biblioteca Municipal, o Campo Viriato/Pavilhão Multiusos ou mesmo a requalificação do Museu Grão Vasco.

Viseu, a maior cidade do Interior, ultrapassando já os 100 mil habitantes no Concelho, apesar do seu património histórico monumental, continua sem edifícios públicos contemporâneos emblemáticos, âncoras arquitetónicas do espaço público, que “encham as medidas” à Cidade.

As cidades, a sua vida e a sua projeção, vivem muito disto. Independentemente de muitos elefantes brancos – vide “estádios do Euro” – muitas cidades da escala de Viseu souberam erigir edifícios/equipamentos sustentáveis, capacitantes e assimilados pela vida da Cidade. Para além de bibliotecas, mercados municipais ou equipamentos desportivos, entre outros, é ao nível dos centros culturais/salas de espetáculos em que fica mais evidente o papel destes marcos urbanos. Refiram-se só o Convento de São Francisco, Coimbra, o Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, o Fórum Braga, o Teatro Municipal da Guarda ou o Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Todos estes equipamentos culturais, com mais de 600 lugares nos grandes auditórios, estão vivos e fazem viver cidade.

O CAE projetado para Viseu terá 700 lugares interiores e – interessante – 700 lugares exteriores. A par das condições técnicas para ensaios e a produção artística, terá certamente as infraestruturas e os equipamentos para corresponder às necessidades dos “novos tempos”, para a realização de exposições, concertos, grandes produções de dança e teatro, outras performances, grandes congressos e outros eventos.

A localização do CAE de Viseu, numa zona desimpedida, de expansão urbana, junto à Fonte Cibernética, é uma mais valia potencialmente catalisadora para o desenvolvimento urbano da Cidade.

Os montantes de investimento para já apontados para o CAE de Viseu estão, genericamente, dentro dos “valores de mercado” para estas grandes obras. O Município de Viseu tem uma dívida reduzida e uma boa capacidade de endividamento. Certamente, serão procuradas fontes de comparticipação financeira.

Ao inverso da inexistência de um estratégia de exploração de equipamentos públicos dos anos 90, ou como sucedeu recentemente no Mercado 2 de Maio…, é crucial que o CAE de Viseu seja concebido com um modelo de gestão e programação bem definido.

Um CAE de sucesso será um espaço multivalente de criação e manifestação cultural – popular ou erudita, para todos -, vivo, saudável e marcante na Cidade do século XXI.

Pedro Baila Antunes

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