O período de confinamento à qual a população foi sujeita, devido a pandemia da covid-19, obrigou de certa forma a que todos nós nos víssemos obrigados a alterar o estilo de vida considerado “normal”. Fomos obrigados a alterar as rotinas familiares e profissionais. Atividades de lazer, como a prática de desporto ou um almoço com amigos, deixaram de fazer parte do nosso quotidiano, dando lugar a outras ocupações restringidas ao confinamento.
Esta situação condiciona a nossa saúde estando a população em geral exposta a um aumento de ansiedade e depressão, bem como obesidade (mais tempo sentados e menos prática de exercício físico). Além destas e não menos importante, também a nossa saúde visual é afetada com esta situação. O tempo passado em frente a um ecrã (smartphone, computador, entre outros) aumenta exponencialmente, traduzindo-se numa maior fadiga ocular.
O teletrabalho e telescola causaram um maior esforço visual e adicionando isso a uma redução de atividades ao ar livre, sintomas como secura ocular e o desconforto ou alguma intolerância a uma normal utilização de lentes de contacto aumentou.
Por outro lado, estudos demonstraram que a redução de atividades ao ar livre e aumento de atividades numa visão próxima podem estimular o aparecimento (ou aumento) da miopia na população mais jovem.
Mas então o que podemos fazer para diminuir estes sintomas?
Enquanto estiver em regime de teletrabalho ou telescola deve:
– Fazer pausas regulares. A cada 45/60 minutos de atividades em visão de perto deve cessar essa atividade e relaxar o seu olhar, olhando para longe. Vá até a janela ou varanda de sua casa e olhe para a rua, durante aproximadamente 10 minutos;
– Garanta que tem uma posição ergonómica no seu local de trabalho, mantendo o mesmo bem iluminado.
– Mantenha o limite superior do ecrã do seu computador alinhado ao nível dos seus olhos e evite que a iluminação incida diretamente neste, de modo a evitar reflexos indesejados.
– Utilize gotas oftálmicas (lágrimas artificiais) se tiver sintomas como secura ocular ou desconforto, fazendo-se sempre de acordo com as recomendações do seu profissional da visão.
Sempre que os sintomas persistem deve procurar um especialista da visão.
Mas convém recordar que por norma os “olhos não doem”, muitos sintomas são silenciosos e podem ter consequências graves na visão. Quando detetamos precocemente é possível travar e por vezes retroceder o seu impacto na qualidade da visão. Por isso não deixe de consultar o seu especialista da visão no máximo de 2 em 2 anos.
Pela sua saúde em geral e também saúde visual tente manter-se ativo, retomar e/ou adotar rotinas saudáveis para a sua qualidade de vida no presente e no futuro
João Pedro
Optometrista da Parente Óptica Médica
