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Sabia que se estiver a circular sem cinto de segurança, a 50 quilómetros por hora, e tiver um peso de cerca de 70 quilos, um embate frontal equivale a uma queda de um terceiro andar? Este foi um dos alertas que os condutores ouviram na manhã desta terça-feira (1 de abril) durante a campanha de segurança rodoviária “Cinto-me vivo”, que decorreu na cidade de Viseu.
A ação, que está nas estradas até dia 7, tem como objetivo alertar os condutores para o uso de cinto de segurança, do sistema de retenção para crianças (cadeirinha) e de capacete, no caso dos veículos de duas rodas. A iniciativa integra o Plano Nacional de Fiscalização e junta a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Esta quarta-feira, a mesma iniciativa acontece em Lamego, na EN226, junto ao acesso do Centro Escolar de Ferreirim e conta com a presença da GNR e ANSR.
Durante a campanha, além da normal fiscalização feita pela PSP e GNR, onde é verificado se o condutor tem a habilitação legal para conduzir, se a inspeção automóvel e os documentos da viatura estão em dia ou se a viatura é ou não portadora de seguro, os elementos da ANSR promovem uma ação de sensibilização aos condutores para alertar para o risco de não cumprirem as regras de segurança.
A iniciativa agradou os condutores, que sublinharam a importância da sensibilização, que acreditam ter “mais efeito do que as multas”.
“Estas iniciativas é que deviam ser as 99% delas, porque “caça à multa” é fácil, agora sensibilizar é a parte mais difícil. Acho que a polícia tem que ser na base da sensibilização e muito poucas vezes na base da repreensão, das multas. Acho que a sensibilização é mais fundamental do que as multas, porque as multas valem o que valem”, disse ao Jornal do Centro Nelson Cruz, um dos condutores.
Ao lado de Nelson Cruz estava Catarina Jesus que também destacou a importância destas ações. O casal tem dois filhos, de 9 e 11 anos, que também já estão “sensibilizados para o uso do cinto”.
“Apesar de serem miúdos autónomos e de já não nos termos de preocupar em colocar-lhes o cinto, fazemos questão de verificar se está bem colocado. Ambos estão sensibilizados, cada vez que entram num carro já sabem o que têm que fazer. Moramos numa vivenda e até temos algum espaço e às vezes saímos com o carro, o cinto ainda não está colocado e há um ou outro que chama a atenção que ainda falta colocar o cinto. Portanto, sabem bem a lição”, contam.
Também Maria da Glória foi mandada parar durante esta ação que considerou “muito positiva porque é para informar”. “Há pessoas que ainda arriscam e não têm conhecimento de tudo e por isso acho que é positivo”, destacou.
Já sobre o uso de cinto de segurança, a condutora respondeu prontamente: “À frente nem se fala, mas quando vou atrás uso sempre”.
Além das informações prestadas no local, os condutores receberam um folheto sobre as razões para a utilização dos dispositivos de segurança (capacete, cinco e cadeirinha), as coimas associadas aos incumprimentos e alguns números de sinistralidade.
Entre 1 de julho de 2021 e 30 de junho de 2024, registaram-se 31 acidentes onde os passageiros não usavam dispositivos de segurança. Dos sinistros resultaram duas vítimas mortais, dois feridos graves e 15 ligeiros.
Ao todo, ocorreram 3935 acidentes, dos quais resultaram 83 vítimas mortais, 276 feridos graves e 4863 feridos ligeiros.
Condutores estão mais atentos
A acompanhar a ação estava o comandante da divisão de policiamento do Comando Distrital de Viseu da PSP, superintendente Carlos Antunes, que referiu que nos últimos anos os condutores estão mais atentos.
“A adoção destes mecanismos de segurança é praticamente unânime, mesmo nos sistemas de retenção com crianças, ninguém quer arriscar pôr em causa a integridade física ou a própria vida dos filhos. O mesmo se verifica no que diz respeito ao cinto de segurança do condutor e dos demais ocupantes da via. E mesmo uma prática que era muito usada, aqui há 20 anos, de conduzir veículos de duas rodas sem capacete, ainda encontramos, mas é uma prática cada vez menos usada pelos condutores”, referiu.
Para Carlos Antunes, esta mudança de comportamento também se deve a uma maior consciencialização promovida com ações como esta.
“Estas iniciativas têm o objetivo não só de fiscalizar, mas também de educar, digamos assim. E o ato de fiscalização, propriamente dito, mesmo que não esteja associado à sensibilização, também tem esse efeito de educação”, destacou.
Ainda assim, alerta, há um trabalho contínuo que deve ser feito, como, por exemplo, relembrar que o uso do cinto de segurança também é obrigatório nos bancos traseiros ou o uso correto das cadeirinhas das crianças.
“Há uma ideia mal formada, e bastante presente ainda, que nos bancos traseiros não é necessário colocar, talvez porque temos um conjunto de obstáculos à frente, obstáculos moles, como sejam os bancos. Mas, a obrigação legal é literalmente a mesma, e a probabilidade de ter um choque a partir dos 50 km/h e ser projetado é altíssimo, e provavelmente com ferimentos ainda mais graves”, disse.
Sobre as “cadeirinhas”, o comandante refere que há ainda “algumas dúvidas na questão do ovo, da cadeirinha e do banco elevatório”.
Carlos Antunes referiu que para mitigar estas dúvidas, os condutores devem procurar informar-se sobre estas e outras matérias na área da segurança rodoviária, seja através de informação disponível na internet ou contactando diretamente as entidades oficiais.
“Há um conjunto muito alargado de locais onde essa informação pode ser recolhida. Já não há razão nenhuma para não se cumprirem integralmente todas as regras de segurança, até porque é a integralidade física e, no limite, a vida das pessoas que podem estar em risco”, sublinhou.