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Na sexta-feira e no sábado, o grupo (H)aver Teatro apresenta na ACERT o seu espetáculo, “Maleitas de Portugal”. Esta peça inspira-se na coletânea “Mixórdia de Temáticas”, do humorista Ricardo Araújo Pereira. Em ambos os dias, a peça é apresentada às 23h00 no Bar ACERT.
“A ideia foi colocar o assunto da saúde, das urgências e toda essa questão em prática e o Ricardo Araújo Pereira tem muitos textos sobre isso”, começou por explicar Pompeu José, um dos dramaturgos e encenadores do espetáculo. Um dos objetivos da peça é ainda a reflexão sobre o riso enquanto ferramenta crítica do quotidiano. “Criámos então um café-teatro, em que 20 pessoas do grupo de teatro de amadores representam vários quadros onde é recorrente essa dificuldade de atender as pessoas”, contou.
O (H)aver Teatro – Grupo de Teatro de Amadores da ACERT, foi criado no final de 2018, tendo a pandemia da Covid-19 acabado por abrandar o ritmo de trabalho deste projeto. “O próprio grupo em si sofreu com um problema gravíssimo que foi o vírus. Andámos dois anos para criar os “Donos do Mundo”, mas conseguimos. Combatemos, fizemos à distância, com a máscara e conseguimos levar o projeto avante. Agora conseguimos ir um pouco mais a fundo e brincar com isso”, disse o dramaturgo e encenador.
“Não é fácil e é uma gratidão que eu tenho para com este grupo de ente. São 20 pessoas que abdicam do seu tempo, muitas vezes à noite, aos fins de semana, para conseguir criar um produto para depois mostrar aos outros”, explicou. Para Pompeu José, o método de trabalho utilizado no (H)aver Teatro tem duas vertentes. “Enquanto estamos a construir o espetáculo temos de nos divertir e isso já tem de valer por si”, contou.
Além disso, existe ainda a etapa em que o produto de teatro é mostrado ao público, fase essa em que este espetáculo entra agora sexta-feira e sábado. Mas quem quiser assistir a uma peça de teatro clássico, calmo e de palco, que se desengane. “Isto é mesmo o ambiente de café-teatro. É divertido, é olho no olho, é contar histórias para o público, é mesmo este ambiente, não é um espetáculo de sala”, esclareceu o dramaturgo. “É um tipo teatro que tem funcionado ao longo dos séculos e que tem expressões, por exemplo, no cabaret, com a possibilidade de estar a ver e a beber um copo ou a conversar com os amigos.”
Peça infantil do Trigo Limpo salta das creches para o palco da ACERT
Este fim de semana, a ACERT contará ainda com outra peça de teatro, esta desenvolvida pelo Trigo Limpo. “Queres que Eu te Conte?” é um projeto de narração oral desenvolvido e interpretado pela atriz Ilda Teixeira, contando ainda com a direção artística de Pompeu José. Para a realização deste projeto, a atriz começou por recolher várias histórias tradicionais que fazem parte da memória coletiva da região. Criada a pensar no público infantil, esta peça, que estará em cena no sábado às 11h00, tem sido apresentada em várias creches e jardins de infância do concelho.
“Pudemos ir a sítios onde os mais pequeninos não tinham a possibilidade de ver. Eles estão muito mais próximos da ruralidade e dessa noção de contar história. É um projeto que se calhar não tem uma visibilidade para o exterior muito grande, mas que para nós como trabalho é essencial”, explicou Pompeu José. “Pudemos aproximar-nos de outras comunidades mais pequenas que também têm de receber o nosso carinho e o nosso trabalho.”