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A concelhia do Partido Socialista de Mangualde acusa a ministra do Ambiente e Energia de encenar ter interesse em ouvir os autarcas sobre a adesão ao sistema de abastecimento da Águas Douro e Paiva. Os socialistas dizem mesmo que a governante fingiu que mostrava abertura ao parecer dos municípios.
“A sra. ministra do Ambiente e Energia jamais desejou receber qualquer contributo dos legítimos representantes dos mangualdenses (…) encenou a vontade de ouvir os legítimos representantes dos munícipes abastecidos pela água da Barragem de Fagilde, quando há muito que já tinha consolidado a intenção de entregar o Sistema da Barragem de Fagilde ao Grupo Águas de Portugal, nomeadamente às Águas do Douro e Paiva”, referem em comunicado.
Para os socialistas, a governante “fê-lo conscientemente, fingindo que mostrava abertura ao parecer dos municípios, quando unilateralmente já tinha feito incluir a sua intenção de entregar a nossa água às Águas do Douro e Paiva na Estratégia Nacional para a Gestão da Água”.
O projeto “Água que une” foi apresentado por Luís Montenegro, em Coimbra, no passado domingo (9 de março), depois de aprovado um decreto-lei para que alguns municípios do distrito de Viseu integrem a empresa Águas do Douro e Paiva, nomeadamente Mangualde, Viseu, Penalva do Castelo e Nelas.
O PS de Mangualde aponta ainda o dedo ao Governo por ter feito os anúncios antes do período definido para que os autarcas se pronunciassem, o que só aconteceu na terça-feira (11 de março).
Numa análise ao documento, os socialistas entendem que “torna-se claro que o Governo quer passar a Barragem de Fagilde, hoje do Estado Português através da Agência Português do Ambiente, para as mãos das Águas de Portugal”.
“O Governo quer retirar a gestão da água feita nos municípios e próxima dos seus habitantes, para a colocar num qualquer gabinete na Área Metropolitana do Porto. O Governo e a Sra. Ministra do Ambiente de Energia, que nunca quiseram auscultar a Câmara Municipal de Mangualde sobre o projeto detalhado da Nova Barragem de Fagilde, apenas se preocupou em ouvir a Câmara Municipal de Viseu”.
A concelhia lamenta ainda que este “negócio” vai obrigar ao “aumento do tarifário da água doméstica e, assim, fazer com que sejam os consumidores a pagar as obras, oferecendo às Águas do Douro e Paiva os lucros que daí advirão e isto durante décadas”.
Os socialistas recordam ainda que em setembro do último ano, a Assembleia Municipal de Mangualde “votou por unanimidade uma moção na qual se congratulava com o anúncio há muito esperado da construção da Nova Barragem de Fagilde, mas na qual se declarava que esta não poderia condicionar o Município de Mangualde na opção de adesão a qualquer modelo de gestão”.
A moção proposta pela bancada do Partido Socialista foi aprovada por unanimidade com os votos do PSD- CDS e do CHEGA.
O presidente da Câmara de Mangualde já se tinha lamentado a “conduta do Governo”, falando mesmo em desrespeito pelos municípios, já que Mangualde mostrou-se sempre contra esta solução.
O autarca admitiu mesmo recorrer aos tribunais para impedir o alargamento do sistema de água e afirmou que vai solicitar uma audiência ao Presidente da República.