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Na tranquila aldeia de Lamelas, situada nos pitorescos planaltos do interior de Portugal, um sonho florescia entre seus habitantes. Aninhada num concelho já antes invadido pelos campeonato nacionais – Castro Daire – o clube azul e branco e as suas gentes sonharam, ambicionaram e a histórica subida ao Campeonato de Portugal foi carimbada, como já era intenção do clube no início desta temporada.
Entre festejos e ambições, Agostinho Pereira, presidente do clube, sente-se honrado pelo feito conquistado. “Sinto muito orgulho, muita vaidade e muita admiração pelo pessoal que estou a dirigir. A subida foi algo que foi aumentando de expetativa ao longo da época, mas já há muitos anos que nós aspirávamos a isto”, declarou o presidente.
Licá, incontornável jogador internacional português do Lamelas e filho da terra, destaca o lado emocional desta conquista. “Estou muito feliz, orgulhoso, especialmente por ser uma subida com o clube da minha terra. Acaba por ser um título conquistado de maneira muito sentimental. Esta subida é uma conquista do coração. Está sem dúvida no patamar mais levado das minhas conquistas. Representar o Lamelas foi sempre foi algo que ambicionei. Nunca pensei que fosse com 34 anos de idade”, referiu o experiente jogador, que conta com passagens por FC Porto, Nottingham Forest e Granada.
A união do grupo fica demonstrada quando Márcio Anastácio, um dos capitães da equipa, admite que ainda não pensa na próxima época, a nível individual. “Ainda não sei se fico aqui, a nível individual ainda não pensei em nada. Não falei com ninguém sobre isso ainda. Estou completamente focado e tranquilo. Sinceramente ainda nem pensei nisso. Vamos agora tentar ganhar a Taça de Sócios de Mérito da Associação de Viseu”, assegurou o lateral.
Está o Lamelas pronto para desbravar?
Agora, é altura para a equipa enfrentar os desafios do Campeonato de Portugal. Conseguirá?Para responder a esta pergunta, Licá garante que o clube tem recursos para disputar os nacionais. “Pelas condições que já nos apresentaram nas distritais, vamos estar preparados para esse salto. O mais importante, que era subir de divisão, já está feito. Para o ano depois logo se verá”, declarou.
Sobre o seu futuro, o avançado abriu o coração. “Não sei se fico na equipa. O Lamelas sabe da minha situação. O clube sabe que se surgir algo muito melhor eu vou aproveitar. Se for algo parecido ou pouco melhor eu vou sempre priorizar o Lamelas”, contou em exclusivo ao Jornal do Centro.
Apesar da subida, o presidente do Lamelas não garantiu a presença do clube na próxima época no Campeonato de Portugal. “Após a subida a direção ainda não reuniu, mas prometo trabalharmos o máximo que pudermos”, assegurou Agostinho Pereira.
“Há um espírito muito grande em torno deste clube”
O sentimento especial por esta equipa é comum, e quem o diz é Márcio Anastácio, no final da sua segunda época no Lamelas. “A ética com que o clube trabalha é de relevar. A forma de estar no futebol distrital. Aquilo que eu encontrei enquanto jogador é algo especial. Considero o Lamelas – do conhecimento que tenho e de clubes que já passei – uma equipa cheia de valores. Há um espírito muito grande em torno deste clube”, garantiu o defesa esquerdo.
A população de Lamelas foi o coração pulsante
Aos habitantes/adeptos desta “Aldeia dos Campeões”, o presidente Agostinho Pereira não poupou nos elogios. “[O povo]Lamelas está muito satisfeito. Agradeço à população que muito nos ajudou. Também agradeço aos jogadores que sempre tiveram este objetivo, à direção e ao treinador que nos ajudaram a atingir este feito”, referiu num tom emotivo.
Quem sempre sentiu o apoio desde criança é Licá. “Noto que os nossos adeptos me dão carinho já desde criança”, referiu o avançado, que disse também que “os restantes apoiantes das outras equipas nunca me trataram mal em nenhum campo onde joguei e sinto que estão feliz por me terem neste campeonato”, finalizou o avançado azul e branco.
Esta épica conquista do Lamelas é mais do que uma simples subida de divisão. É uma história de perseverança, paixão e união que transcende as linhas do campo de futebol. Na tranquila aldeia de Lamelas o sonho ganhou vida, impulsionado pela determinação inabalável dos jogadores, pelo apoio fervoroso dos adeptos e pela crença inabalável de que grandes feitos podem surgir de lugares aparentemente interiorizados e isolados, como é o caso de uma “simples” aldeia. O Lamelas provou que, quando os corações estão alinhados e uma comunidade inteira e clube se unem em torno de um objetivo, não há limites para o que pode ser alcançado.
Enquanto as festividades envolvem a Aldeia dos Campeões, a pergunta permanece: estará o Lamelas pronto para enfrentar os desafios que o aguardam na possível participação no Campeonato de Portugal? O tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a alma guerreira destes jogadores, a força da comunidade e o amor incondicional pelo clube serão alicerces para superar qualquer adversidade e seguir em frente, perante este novo desafio que se aproxima.
Bianca Leão, Escola Superior de Educação de Viseu