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Iniciativa é da GNR e do Pingo Doce e decorre em vários distritos do país. Idosos vieram de todos os concelhos do distrito de Viseu e juntaram-se nas instalações da Associação “Os Povoenses”
Maria Amélia, José Teixeira e Esmeralda Teixeira são três dos 100 idoso que marcaram presença num almoço convívio. A iniciativa reuniu idosos de todos os concelhos do distrito de Viseu e que estão sinalizados por estarem a viver sozinhos ou isolados.
“Estas ações são muito boas, porque se lembram de quem precisa, dos velhinhos que estão sem ninguém como eu e como muitos que aqui estão”, começa por dizer Maria Amélia, de 87 anos.
A viver sozinha, Maria Amélia, que veio de Fiais da Telha, no concelho de Carregal do Sal, conta que os dias “são uma solidão”.
A mesma opinião tem a “vizinha” de mesa, de 73 anos, que descreve estes momentos como “muitos bons”. “Sozinhos até ficamos doentes”, desabafa.
O almoço solidário aconteceu esta quinta-feira (13 de dezembro) nas instalações da Associação “Os Povoenses”, em Viseu, e foi organizado pela Guarda Nacional Republicana (GNR) e o Pingo Doce.
“Os senhores da GNR são muito bons, são uma grande companhia”, revela Esmeralda Teixeira, que veio acompanhada pelo marido. O casal é de São Cosmado, uma localidade no concelho de Armamar, no norte do distrito de Viseu.
Segundo números da GNR, em 2023 foram sinalizados 3.325 idosos a viver sozinhos ou isolados. Os dados foram recolhidos na última operação Censos Sénior, que decorreu entre 1 de outubro e 15 de novembro, e revelam ainda que Viseu é o quinto distrito do país com mais idosos sinalizados, atrás de Vila Real (5.153), Guarda (5.606), Faro (3.496) e Bragança (3.367), segundo dados da autoridade.
“Eles ajudam-nos em muita coisa, ajudam a resolver problemas e conversam muito connosco”, acrescenta Esmeralda Teixeira, referindo-se às visitas frequentes que os militares da GNR fazem aos idosos sinalizados durante todo o ano.
Quem também se mostrou muito contente com a iniciativa foi o presidente da Associação Recreativa e Desportiva “Os Povoenses”, espaço escolhido para acolher o almoço.
“É um orgulho e um gosto muito grande podermos fazer parte deste momento que é uma mais-valia. É um dia diferente e se calhar alguns é a primeira vez este ano que saem da localidade onde vivem”, disse Ramiro Costa que é presidente há 30 anos.
Além das instalações, a associação, que existe há 43 anos, colaborou com vários elementos que ajudaram a servir as refeições.
Almoço solidário e o trabalho em rede
A iniciativa foi da responsabilidade da GNR e do Pingo Doce e resulta de uma parceria celebrada em 2022.
“É um protocolo que tem como objetivo colaborar naquilo que é a nossa ação social, vocacionada para pessoas que vivem de forma vulnerável, fruto do seu isolamento, da sua solidão e até das carências alimentares que vão tendo”, explicou o tenente-coronel Campos Marques.
Segundo o relações-públicas da GNR de Viseu, o almoço solidário “é mais uma iniciativa entre outras que se têm vindo a realizar e da parte da GNR é um trabalho diário, nomeadamente com as secções de prevenção criminal e policiamento comunitário e que é feito amiúde em todo o território”.
“São 100 idosos de todos os concelhos do distrito, que almoçam connosco, vão ter um momento de lazer e musical e, pelo meio, alguns conselhos de segurança. São pessoas expostas a burlas e obviamente que também aproveitamos para passar alguns conselhos no âmbito da segurança”, acrescentou.
O militar disse ainda que o norte do distrito de Viseu é onde se concentra um grande número de idosos a viver sozinhos ou isolados e que a tendência é registada “em zonas mais rurais e desertificadas, com menor densidade, há mais vulnerabilidade”.
Ao Pingo Doce coube a confeção das refeições e a logística para a realização do almoço, uma iniciativa que “surge no âmbito do pilar de proximidade com a comunidade e de apoio com iniciativas de combate ao isolamento e à solidão de idosos em situação vulnerável”.
“O Pingo Doce oferece a comida e todos os custos da logística e organização. A comida vem das nossas cozinhas centrais, em Aveiro e Odivelas, é enviada e preparada pelas lojas localmente que depois acondiciona para enviar para os locais onde serão os almoços. Além disso, temos o apoio das nossas equipas locais na logística”, explicou a coordenadora de responsabilidade social e impacto local do Pingo Doce, Mariana Lino.
Segundo a responsável, estes almoços “vêm fechar o ciclo deste ano, após a entrega de cabazes alimentares”.
Este é o segundo ano que se realiza estes almoços, no ano passado aconteceu apenas no distrito de Setúbal, “em jeito de piloto para perceber a logística”, e este ano foi alargado aos cinco distritos com o maior número de idosos a viver sozinhos ou isolado.
“Estamos a fazer aqui em Viseu, já fizemos em Bragança, Faro, Guarda e na próxima semana em Vila Real”, disse, acrescentando que o objetivo é poder chegar aos 18 distritos do país.