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Amarelo Silvestre celebra 15 anos de existência com encontro sobre o ‘estado da cultura’ no interior

Além do encontro, que conta com mais de 60 figuras ligadas à área da cultura, o evento conta com o lançamento de um livro da Amarelo Silvestre sobre o seu trabalho desenvolvido até agora

Diogo Paredes
 Amarelo Silvestre celebra 15 anos de existência com encontro sobre o ‘estado da cultura’ no interior - Jornal do Centro
20.03.25
fotografia: Amarelo Silvestre
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 Amarelo Silvestre celebra 15 anos de existência com encontro sobre o ‘estado da cultura’ no interior - Jornal do Centro
20.03.25
Fotografia: Amarelo Silvestre
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 Amarelo Silvestre celebra 15 anos de existência com encontro sobre o ‘estado da cultura’ no interior - Jornal do Centro

A associação e companhia de teatro Amarelo Silvestre celebra os 15 anos de existência, data que é assinalada de duas maneiras diferentes. Uma delas consiste no lançamento do livro “A árvore não cai – Pelo menos hoje, amanhã logo se vê”, escrito pelos fundadores da Amarelo Silvestre, Fernando Giestas e Rafaela Santos, em conjunto com Liliana Garcia. Este lançamento ocorre no próximo sábado, dia 22 de março, enquadrado na segunda iniciativa de celebração dos 15 anos: o encontro “Movimento Interior – Como não matar o litoral para deixar florescer o resto?”.

Este encontro em Canas de Senhorim, n’As Casas do Visconde, contam com a confirmação de mais de 60 personalidades ligadas à cultura, desde políticos a jornalistas, atores, escritores ou programadores culturais. Entre as 15h00 e as 17h00, debate-se a cultura no interior, aqui entendido “não como antónimo de litoral, não como sinónimo de inferioridade, mas como lugar de inquietação onde há mais tempo para se olhar com outro detalhe”, esclarece a associação em comunicado.

Ao Jornal do Centro, Fernando Giestas assumiu a importância de refletir sobre o que significa trabalhar fora de um grande centro urbano, no interior, sem cair naquilo que o criador considera serem lugares-comuns, como as queixas de pouca visibilidade ou, no polo oposto, a romantização da ideia de um interior com menos stresse. “Pareceu-nos pertinente fazer este encontro para celebrar a nossa existência, mas também para tentar imaginar futuras possibilidades que nos possam servir a nós, mas também às pessoas das diferentes áreas”, esclareceu Fernando Giestas.

Para o diretor artístico da Amarelo Silvestre, as companhias do interior têm dificuldade acrescida em fazer-se notar, quer nos jornais, quer nas programações dos diferentes espaços culturais. “Se nós não aprecemos, não existimos e depois é toda uma bola de neve”, contou Fernando Giestas. “O facto de haver programadores em teatros municipais de todo o país que não circulam, não vão ver espetáculos fora de Lisboa e Porto e fora do seu círculo mais próximo, e isso também acaba por nos prejudicar porque acabam por não conhecer o trabalho e não nos programam, o que acaba por ser um prejuízo cultural, artístico e financeiro para nós”, explicou o artista.

Dificuldade acrescida para as associações que, como a Amarelo Silvestre, estão não apenas fora dos dois maiores polos urbanos – Lisboa e Porto – como de outras cidades de média/grande dimensão, como é o caso de Viseu. Uma “descentralização da descentralização”, como afirmou o ex-vereador de Nelas, Alexandre Borges, a Liliana Garcia, uma das autoras do livro. “É evidente que nós estamos aqui porque gostamos, mas algumas vezes já pensámos que mudar para Viseu pudesse ser uma possibilidade”, assumiu Fernando Giestas. “Rapidamente achamos que não, porque vivemos aqui [Canas de Senhorim], o nosso trabalho está aqui e apesar de tudo pensamos que vale a penas batalhar por reclamar um bocadinho de luz para esta zona onde vivemos e que possa ser distribuía por outras áreas”, disse ainda.

É este conceito de comunidade que leva os cocriadores da Amarelo Silvestre a permanecer naquela freguesia do concelho de Nelas. Uma ideia de contribuição na tentativa de fixar pessoas em Canas de Senhorim através de uma maior interação cultural. “O meu interesse quando vou a um sítio é saber o que é que posso ver, que museu posso visitar, que monumento posso ver, há todo um manancial que a cultura já provou que pode ser utilizado nesse sentido de fixar pessoas e de as atrair”, contou o responsável da Amarelo Silvestre.

Ao diretor artístico foi dada a escolher a opção mais viável de salientar a cultura no interior: mais criações do interior em digressão por Lisboa e Porto, ou mais criações destes dois polos a serem recebidas nos espaços culturais do interior.  Duas escolhas, válidas, considerou Fernando Giestas. “A verdade é que a oferta noutros municípios [que não Viseu] ainda é muito deficitária e eu preferia sempre que houvesse um movimento de Lisboa e Porto para dentro do país”, assumiu o diretor artístico. “É que fazem falta pessoas e depois também faz falta massa crítica”, explicou.

O responsável da Amarelo Silvestre, contudo, salientou a necessidade de aproximar mais os espaços culturais e as criações artísticas do público em geral. “Claro que os números não são tudo e nós prezamos as atividades feitas para uma pessoa, quase frente a frente, mas a verdade é que nós temos de refletir um pouco e estabelecer uma relação com as pessoas, com o público”, afirmou Fernando Giestas.

“Acho que não devemos ir atrás daquilo que o público quer, mas temos de criar uma relação de diálogo, que pode passar, por exemplo, por fazer conversas no final dos espetáculos ou no início, ou até mesmo estar com as pessoas noutros contextos que depois possam levá-las aos espetáculos”, concluiu o cocriador da Amarelo Silvestre.

O encontro de sábado é realizado em formato de “Long Table”, uma forma de debate “que utiliza o cenário de uma mesa de jantar doméstica para promover uma conversa pública, a partir de um formato aberto e não hierárquico de participação”, esclareceu a Amarelo Silvestre.

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