A pintura é um serviço de obra tão importante como qualquer outro,…
Os cães-guia nascem com uma missão: devolver a liberdade aos seus utilizadores….
Fundada em Castro Daire há mais de 35 anos, a Paviléctrica entra…
por
Eugénia Costa e Jenny Santos
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
Apenas 20% dos alunos de Viseu que terminaram um curso profissional no ensino secundário no ano letivo 2022/2023 frequentou no ano seguinte um curso superior ou um curso técnico superior profissional (CTeSP). Dos 1109 alunos que concluíram um curso profissional no secundário no distrito de Viseu, cerca de 80% deixaram de estudar.
Estes valores são completamente opostos relativamente à taxa verificada entre os alunos de cursos científico-humanísticos (ensino geral) no mesmo distrito. Dos 1933 alunos que terminaram o ensino secundário em 2022/2023, 83% encontravam-se inscritos num curso superior ou em cursos CTeSP.
A disparidade entre os dois percursos formativos é verificada na publicação “Transição entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior 2022/23-2023/24”, divulgada pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que regista o percurso dos jovens um ano após terem terminado o secundário.
Viseu segue a tendência nacional
Os dados de Viseu seguem a tendência verificada a nível nacional. Apenas 22% dos alunos que concluíram um curso profissional no ensino secundário no ano letivo 2022/23 frequentava, no ano seguinte, um curso equivalente a licenciatura ou um CTeSP. Assim, em 27 mil alunos que concluíram o secundário num curso profissional, somente 6 mil prosseguiram os estudos para o ensino superior. Mais de 20 mil alunos não deram continuidade aos estudos.
Especialistas apontam vários fatores que contribuem para estes números tão díspares. Entre eles estão a falta de incentivos para que os alunos de cursos profissionais ingressem no ensino superior, a dificuldade de conciliação dos currículos dos cursos profissionais com os requisitos de admissão às universidades e uma maior inserção imediata no mercado de trabalho.
Preconceitos associados
Um em cada três jovens a frequentar o ensino secundário está inscrito num curso profissional. Este tipo de curso tem como principal objetivo preparar os aluno para que no final do 12º ano possam ingressar no mercado de trabalho. Enquanto nos cursos científico-humanístico a maioria do plano curricular é teoria, muitos cursos profissionais permitem aos alunos realizar um estágio que lhes permite ter prática na área escolhida.
Apesar de cada vez mais ser uma das opções dos alunos, esta escolha “ainda sofre de alguns preconceitos”, segundo o relatório Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal, divulgado pela Fundação José Neves.
O relatório considera que os cursos profissionais por vezes são associados a “famílias mais carenciadas”, ideia associada ao facto de este tipo de ensino oferecer uma inserção mais rápida no mercado de trabalho.
Para reduzir a discrepância entre a oferta dos percursos, é necessário investir em iniciativas que incentivem os alunos de cursos profissionais a continuar o percurso no ensino superior, demonstrando a importância que tem como um complemento ao percurso formativo.