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05.08.23
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1. Estamos na semana das Jornadas Mundiais da Juventude. O país está monotemático. Os media não falam de outra coisa. As redes sociais de outra coisa não falam.
A alegria dos jovens é contagiante. Mesmo para os não-católicos.

2. O que está agora a acontecer em Lisboa, com as centenas de milhares de peregrinos católicos das JMJ, aconteceu em Viseu, no verão de 2018, com a Europeade e as suas dezenas de milhares de “peregrinos” do folclore.
As singularidades localistas das músicas, das danças e dos trajes, somadas à força agregadora e cosmopolita da globalização, proporcionaram uns dias inesquecíveis a quem estava na cidade de Viriato. O mesmo está agora a acontecer em Lisboa.

3. A esquerda mais woke e bloquista, como não gosta das JMJ, ressuscitou o fantasma de Afonso Costa e anda desesperada à procura de alguma coisa que corra menos bem para malhar.

4. Já o PCP adora o que está a acontecer em Lisboa.
João Ferreira, o omnicandidato comunista, no Twitter, farta-se de citar a encíclica Laudato Si’ do papa Francisco.
Quanto à controvérsia dos custos e dos ajustes directos, Miguel Tiago, que já foi cabeça de lista da CDU em Viseu, marcou pontos na mesma rede social com este argumento: “A Web Summit, para albergar uma reduzida seita estrangeira, recebe 11 milhões de euros de apoios e nem um pio. As JMJ, que envolvem milhões, incluindo portugueses, recebem 30 milhões de apoios públicos. Silêncio sobre a 1ª, alarido desmesurado sobre a 2ª. Porquê?”
Isto é factual: o governo e a câmara alfacinha, perante os “websummitas”, é bar aberto e nenhum escrutínio; já quanto aos peregrinos, cenho franzido e contabilidade desconfiada sobre “custos-benefícios”.
O interesse do tweet aumenta quando nos lembramos das semelhanças entre estas duas religiões: tanto o PCP como a Igreja Católica Apostólica Romana têm um bom património imobiliário de que não pagam impostos. E os seus eventos também não.

5. Quem trata da mesma maneira as JMJ e a Web Summit é o nosso presidente da república: os apertos de mão de Marcelo Rebelo de Sousa tanto põem em perigo as articulações do papa Francisco como as de Paddy Cosgrave.

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