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“As equipas mais felizes ganham mais vezes”

Foco, vontade e trabalho, muito trabalho. É esta a fórmula de sucesso que Rui Almeida, treinador do Viseu 2001, vê para devolver o clube à Segunda Divisão nacional de futsal. O clube luta pela subida e lidera a Série com oito vitórias em oito jogos. O técnico apela a novos modelos competitivos para dar palco ao interior português, pede que haja mais espaços para treinar em Viseu e garante que se o Viseu 2001 subisse amanhã à Primeira, teria condições de a discutir

Carlos Eduardo Esteves
 “As equipas mais felizes ganham mais vezes”
11.01.25
fotografia: Jornal do Centro
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 “As equipas mais felizes ganham mais vezes”
11.01.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 “As equipas mais felizes ganham mais vezes”

A ambição de subir de divisão foi desde início de época assumido pelo Viseu 2001. O clube caiu na Terceira e quer rapidamente chegar à Segunda, cavalgando divisões para navegar ondas que já atravessou noutros tempos. O campeonato de futsal leva oito jornadas e nesses oito jogos o Viseu 2001 ganhou-os todos. Os 24 pontos somados até agora com 51 golos marcados e nove sofridos dão força ao sonho. Talvez por isso o treinador do clube, Rui Almeida, confessa que pensou na subida à Segunda nos primeiros segundos do novo ano. “Passas não, porque não gosto, mas quem anda nisto, quem vive, trabalha e sente tanto isto é normal que defina a subida como objetivo”, sustenta.

Rui Almeida diz que tem um leque de jogadores “bastante competentes” que, acima de tudo o resto, “gostam muito de trabalhar e de evoluir”. “Para nós, o treino é uma felicidade. Gostamos muito de estar ali. Acho que uma equipa feliz, vence mais vezes”, resume. Com um caminho invicto e 100% vitorioso até agora na Série B da Terceira Divisão, Rui Almeida rejeita prometer a subida. “Prometo que vamos trabalhar para lá chegar. Os números dizem que somos bons, mas não nos garantem que vamos ganhar o próximo jogo. Tudo o que nos traz é responsabilidade e compromisso”, sublinha. O técnico diz que muito do que tem corrido bem passa por sofrer poucos golos. “Não é segredo nenhum que, para mim, a organização é muito importante. Somos muito rigorosos nisso. Boas médias queremos todos. Nós, sobretudo, trabalhamos para isso”, frisa.

“Escolhemos estes atletas não apenas por serem bons jogadores, mas também por serem boas pessoas”
A poucos minutos de dar novo treino, na preparação de mais um jogo do campeonato, Rui Almeida percorre a folha dos jogadores e lembra que a média de idades do plantel dos viseenses é de 24 anos. “Foram atletas que escolhemos não apenas por serem bons jogadores, mas também por serem boas pessoas. São jogadores que querem muito, lutam muito e sabem estar. Temos chatices como as famílias têm. Digo-lhes isso muitas vezes. Sinto um orgulho tremendo de marcar o treino às cinco da tarde e meia hora antes os atletas já andarem no pavilhão”, elogia. E é no treino que reside a vontade de Rui Almeida continuar na modalidade. “Tenho paixão pelo treino”, advoga.

“Há muitos treinadores que gostam muito do jogo, mas a minha paixão é o treino. Nós temos de chegar ao domingo e conhecer o jogo todo. Há quem se foque muito nos adversários. Não digo que isso esteja mal. Mas nós preocupamo-nos muito connosco, com o que podemos potenciar”, acrescenta. Tudo isto, garante, sem nunca perder a frontalidade. “Eu não tenho duas caras. Sou muito terra a terra. Não ando com muitos rodeios nem de reuniões. As pessoas podem não acreditar, mas entre nós, clube, reunimos em setembro para definir o objetivo de subir. Desde aí, trabalhamos”, refere.

“Conheço os jogadores pelas expressões deles. Sei quando o dia não correu bem no trabalho”
Há vários anos a treinar equipas, Rui Almeida assume que há pouco tempo se deparou com o facto de conhecer jogadores há “oito ou nove anos”. “Para mim é sempre positivo. Por isso confiamos tanto uns nos outros. Daí eles fazerem quilómetros e quilómetros quase diariamente para treinar. Eu continuo a acreditar que isso se explica pelas relações pessoais, pelo acreditar e sentir que tudo será feito para alcançar o objetivo. Eu já os conheço e eles já me conhecem. Já lhes vejo pela expressão que o dia não correu bem no trabalho. A tática, a técnica, o físico… Tudo está certo. Mas a relação pessoal, os laços criados, leva sempre a um esforço extra no jogo”, garante o treinador. “Equipas felizes ganham mais vezes”, reforça.

 “As equipas mais felizes ganham mais vezes”
Rui Almeida treinador do Viseu 2001

Braga foi lição, treinador pede mais palco aos clubes do interior
Este ano a Taça de Portugal já não está no caminho do Viseu 2001. Aos viseenses saiu só e apenas o Braga, atual detentor do troféu. “Fiquei muito feliz. Primeiro tenho uma amizade e admiração pelo Joel Rocha, treinador do Braga. Depois jogámos em Braga com a nossa forma de encarar o desporto. Não alterámos nada. Podíamos ter-nos encolhido, baixar linhas, mas quisemos perceber onde poderíamos melhorar”, explica Rui Almeida. Goleados em Braga, Rui Almeida diz que nunca sentiu que o resultado pusesse em causa o percurso no campeonato. “Os culpados fomos nós: eliminamos equipas da Segunda Divisão para estar ali e definimos que queríamos enfrentar o Braga com a nossa forma de jogar”, diz.

Em jeito de alerta para o futuro da modalidade, Rui Almeida pede que se olhe para os modelos competitivos das provas de futsal. “Acho que isto tem de ser tudo repensado”, começa por dizer. Numa altura em que os campeonatos avançam para as fases decisivas, Rui Almeida lembra que as equipas do interior português estão pouco representadas nos palcos maiores. “Se formos ver o mapa da Primeira Divisão, Segunda Divisão, Terceira divisão, vamos perceber… Falando do distrito de Viseu, vai ser cada vez mais difícil o campeão distrital subir à Terceira divisão nacional porque encontra clubes do litoral com orçamentos completamente surreais tendo em conta a realidade dos clubes de cá”, antevê.

O treinador lembra uma entrevista ao Jornal do Centro, há poucos anos, em que referiu que ficava mais caro um clube investir na subida da Segunda Divisão para a Primeira do que a manutenção na Primeira. “Isto agora está pior. Temos de repensar tudo. E começa por um campeão distrital ter de subir sempre de divisão”, defende.

“O tema das infraestruturas em Viseu é uma não questão. É preciso mais espaços para treinar”, defende Rui Almeida
Nos últimos tempos, Viseu, que até 18 de janeiro é cidade europeia do desporto, tem aberto um novo debate sobre a necessidade de surgirem novas instalações desportivas, nomeadamente um pavilhão desportivo. Rui Almeida entende que é urgente haver cada vez mais espaços para os clubes treinarem. “Não sou de polémicas. Eu tive o privilégio de jogar basquetebol e andebol. Comecei a jogar basquetebol com 13 anos e já na altura havia falta de infraestruturas. Hoje há uma modalidade em Viseu que tem 200 atletas, e não vou dizer qual é, que andam com a mala às costas. E nós em Viseu temos potencial e margem para crescer”, frisa.

Rui Almeida vinca que há na região “gente que quer andar para a frente e combater a ideia de interior” e que existem modalidades dispostas a integrar outras associações para crescer e evoluir. “Parece-me que o tema das infraestruturas é hoje uma não questão. Há dias o senhor vereador disse isso mesmo. É algo que tem de acontecer rapidamente”, atira.

Questionado sobre se a cidade estaria hoje preparada para voltar a acolher uma equipa na Primeira Divisão de futsal, Rui Almeida é perentório. “Claramente. Podíamos subir amanhã”, diz, taxativamente. “O Viseu 2001 tem capacidade de se reinventar, resolver, trabalhar e produzir. Sinto que as pessoas do setor privado acreditam e estão cada vez mais a acreditar no projeto do Viseu 2001”, diz. “Já lá vai o tempo em que se via o desporto como meia dúzia de tolinhos atrás de uma bola. Já ninguém pensa assim. E temos de criar infraestruturas para podermos crescer, ser melhores todos os dias e darmos um passo em frente”, remata.

A poucos meses de poder tornar real a vontade de ver o Viseu 2001 escalar mais uma divisão no futsal sénior masculino, Rui Almeida garante estar focado no que vai fazer dentro de poucos minutos: orientar mais um treino. Apenas um lugar, o primeiro, dá subida direta para a Segunda Divisão. “O nosso foco é claramente o primeiro lugar”. Palavra de treinador.

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