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A campanha da apanha da azeitona já arrancou em algumas regiões e os produtores falam num ano de boa qualidade, mas de menor quantidade relativamente aos últimos anos. Mesmo nas zonas onde ainda não arrancou a apanha, os olivicultores acreditam que este vai ser um bom ano, apesar das quebras na produção.
Em Silgueiros, no concelho de Viseu, na Quinta de Lemos a apanha começou na última semana e já foram recolhidas cerca de três toneladas de azeitona. “A quantidade não é muita, mas a qualidade está a ser boa e a rentabilidade também. Temos uma azeitona com um grande grau de óleo no interior”, explicou a produtora Cátia Correia.
Segundo a responsável, a quebra na produção, que ronda os 30 por cento, vai obrigar a que o preço sofra alterações. Na última apanha foram produzidos dois mil litros de azeite.
“O preço do azeite vai disparar porque a quantidade da azeitona é muito reduzida em relação aos anos anteriores. E as chuvas na altura da floração também prejudicou, porque deitou a maior parte das flores ao chão e sem elas não há fruto”, disse.
Além da quebra na produção, vários fatores estão a obrigar a um aumento no preço, nomeadamente o encarecimento de produtos como o vidro. “Tudo é mais caro, como, por exemplo, a própria garrafa, porque o preço do vidro teve um aumento estrondoso. Vamos ter que mexer no preço da campanha deste ano, na do ano passado não haverá essa necessidade”, frisou.
Para fazer face a este aumento, Cátia Correia avançou que a quinta está a preparar uma campanha onde a garrafa terá um desconto, para que no Natal o azeite não falte na mesa dos consumidores.
A Quinta de Lemos produz azeite desde 2013 e em lagar próprio desde 2016, “o que veio melhorar consideravelmente a qualidade do produto”. Atualmente, a quinta tem sete hectares de olival, sendo que 80 por cento da azeitona é da variedade galega, espécie autóctone da região. O azeite produzido é na grande maioria para consumo em território nacional e Bélgica é o segundo país onde o produto é mais requisitado.
Na Quinta de Lemos a apanha arrancou mais cedo já que a produtora pretende um azeite mais verde, mas em Penedono os olivicultores só deverão começar a recolher o fruto nos finais do mês de novembro. Ainda assim, as expectativas são boas.
“Estou convencido de que vai ser pior do que no ano passado, em termos de quantidade. Em termos de qualidade penso que vai ser boa”, destacou o presidente da Cooperativa dos Olivicultores Vale do Torto, em Penedono, Manuel Abílio.
A cooperativa representa mais de 100 olivicultores de Penedono e de concelhos vizinhos, como São João da Pesqueira, Mêda, Sernancelhe ou Vila Nova de Foz Côa.
Já sobre as previsões de mau tempo para os próximos tempos, Manuel Abílio diz que não deverão ter impacto. “As chuvas estão a ajudar, porque as oliveiras já estavam a necessitar de humidade e isto vai ajudar muito”, frisou.