A 25 de fevereiro de 1990, um grupo de seis amigos subiu ao palco da Associação de Figueiró, em Viseu, para animar um baile de Carnaval. Sem saberem, estavam a dar início a uma trajetória que, 35 anos depois, continua em plena atividade. A banda Soma e Segue é considerada a banda de baile mais antiga em atividade do concelho de Viseu e assinala mais de três décadas de existência e evolução.
“A banda começou numa espécie de brincadeira. Na altura éramos seis amigos que se juntaram em finais de 89/ princípios de 90, para fazer uma brincadeira só para nos divertirmos um bocadinho. No Carnaval, no dia 25 de fevereiro de 1990, demos a nossa primeira atuação séria. Foi o princípio de toda esta história. Reunimos um repertório pequeno para tocar na Associação de Figueiró e fizemos um baile de Carnaval”, recorda um dos fundadores, Rui Dias.
A partir dessa atuação inicial, o grupo decidiu investir na continuidade do projeto. “Voltámos a reunir, tivemos que fazer um investimento na altura e, nesse mesmo ano, a primeira atuação que tivemos foi em Gumirães, das primeiras festas aqui da zona de Viseu. A partir daí foi sempre a tentar crescer de maneira sólida e com os pés assentes na terra”, explica o proprietário, que está no projeto desde o princípio.
O grupo sofreu várias alterações ao longo do tempo, tanto a nível de composição como de estrutura. “Fomos crescendo, alterando, evoluindo. Passado uns tempos, quatro mentores do grupo acabaram por sair e neste momento o grupo está sob a minha tutela e do meu irmão”, conta Rui Dias ao Jornal do Centro.
Com a saída dos fundadores como músicos, a gestão passou a ser dividida. “Entretanto nós [Rui Dias e o seu irmão] saímos da parte operacional como músicos, o meu irmão ficou mais disponível para gerir a parte da logística e eu fico mais responsável pelo som e pela gestão musical da banda”.
Ao longo dos anos, a banda também se adaptou às exigências do público e da indústria musical. “Primeiro começámos só com um vocalista, depois alterou, já metemos uma voz feminina. Muitas coisas foram evoluindo”. A parte visual também se tornou importante: “As pessoas começaram a valorizar não só a parte musical, mas o aspeto visual em termos da imagem”, diz o fundador.
O espetáculo tornou-se mais completo com a introdução de novos elementos, as bailarinas e mais vocalistas masculinos e femininos. No total, mais de 100 pessoas já passaram pela banda ao longo destes 35 anos. “Desde 1990 até hoje, já passaram mais de 100 elementos pela banda, das mais diversas atividades, seja pessoal de staff como toda a parte musical, bailarinos, vocalistas, guitarristas, bateristas, teclistas, toda a composição que a banda envolve”.
Hoje, a Soma e Segue é composta por 13 elementos em palco. A banda atua regularmente em arraiais populares, semanas académicas e bailes de finalistas. “Nestes anos todos há muita história. Somos a banda de baile em atividade mais antiga do concelho de Viseu. E mesmo do distrito, haverá poucas em atividade que tenham o mesmo número de anos que nós”.
Anualmente, a banda soma cerca de 80 concertos, atuando maioritariamente na zona centro do país, mas também já marcou presença em palcos internacionais, nomeadamente em França.
Para assinalar os 35 anos de existência, o grupo também aspira voltar a atuar na Feira de São Mateus. “Neste momento ambicionamos ter uma data este ano na Feira de São Mateus para podermos celebrar os 35 anos de existência num mega evento da cidade. É uma feira que tem uma tradição enorme e, sem desprimor de todos os outros espetáculos que fizemos, marcou um ponto alto”.
A comemoração da data continua este sábado, 1 de março, no baile de Carnaval de Cabanas de Viriato, onde a Soma e Segue volta a fazer aquilo que tem feito ao longo dos últimos 35 anos: levar a festa e a música a quem os ouve.
