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A líder bloquista, Mariana Mortágua, classificou este domingo a crise na habitação de “pandemia social”, que tem como vírus “a renda usurária e o lucro fácil” e um Governo que transforma as cidades “em Disneylândias”.
“É a pior pandemia, porque da outra pandemia [covid-19] nós não conhecíamos o vírus, não tínhamos vacina, não sabíamos como nos defender e tivemos que inventar tudo, recorrer a tudo. Tomámos medidas excecionais e salvámo-nos”, afirmou Mariana Mortágua, durante a sessão de encerramento do Fórum Socialismo, a `rentrée´ política do BE, que decorreu em Viseu.
Segundo a coordenadora do BE, agora o vírus é conhecido, “a renda usurária e o lucro fácil” e uma maioria absoluta que transforma as cidades “em Disneylândias e sobe tanto os preços e as rendas que empobrece até quem vivia com algum conforto”.
“Acrescentamos a inflação dos preços dos alimentos e temos o retrato de Portugal: o salário deixou de dar para viver e a pensão não permite sobreviver”, lamentou.
Ao discursar durante a sessão de encerramento do Fórum Socialismo – a ‘rentrée’ política do BE, que decorreu em Viseu -, Mariana Mortágua disse que é preciso urgentemente “controlar as rendas, com tetos ajustados a cada região, a cada tipologia de imóvel e, mais importante do que tudo, ajustados aos salários” pagos em Portugal.
No seu entender, é também necessário “reduzir a margem dos bancos nos juros”, uma vez que se registaram “lucros de 5.000 milhões de euros nos últimos 18 meses, que a ganância arrancou à custa de tanto sacrifício”.
“E porquê? Limitem-se os aumentos dos juros à taxa de esforço de cada família e aí, finalmente, vamos ter justiça com a banca em Portugal”, justificou.
A líder bloquista disse também ser preciso “proibir a venda de casas a não residentes”, excecionando-se os emigrantes portugueses, porque tal está a inflacionar os preços para “muito acima dos salários pagos em Portugal”.
Nos três dias de Fórum Socialismno, a crise da habitação esteve no centro do debate, mas muitos outros temas foram abordados pelos cerca de 400 participantes nesta iniciativa que marca a rentrée do Bloco de Esquerda. “Três dias de partilha e de luta onde foram debatidos assuntos que incomodam muita gente”, resumiu Manuela Antunes, coordenadora de Viseu do BE.