Cacharolete d’assuntos

1. Vi, do princípio ao fim, o debate da moção de censura de André Ventura à empresa da família doprimeiro-ministro Luís Montenegro. Há mais de dez anos que não via, com atenção, os nossos deputados a trabalharem em plenário. 
De então para cá, há duas diferenças, uma boa e outra má:
— agora desligam o microfone do orador quando ele esgota o seu tempo;
— agora o presidente da assembleia da república parece um mestre-escola a admoestar os deputados; valha a verdade, aquele hemiciclo assemelha-se muito a uma sala de aula cheia de adolescentes borbulhentos, uns rufiões, outros queixinhas.

2. A romeu.com, uma app de encontros LGBT+, organizou uma sondagem eleitoral entre os seus utilizadores alemães. Participaram, de uma forma anónima, 60.560 pessoas, a quem foi perguntada a idade e a intenção de voto. Em primeiro lugar ficou a extrema-direita (28%); seguiram-se os verdes (20%); os cristãos-democráticos (18%); os sociais-democratas (13%); a esquerda radical (7%); a esquerda anti-woke (5%) e os liberais (4%).
Sem surpresa, o povo LGBT+ não é masoquista e não vota na esquerda que se atavia com um keffiyeh e se põe ao lado de homofóbicos e defensores da sharia.

3. Há operadores russos de drones que se treinam a perseguir e executar civis na cidade ucraniana de Kherson. Há vídeos deste safari a humanos em canais russos do Telegram. 
Infelizmente, esta miséria moral não é nova. Na guerra da Bósnia, durante os quatro anos de cerco a Sarajevo, houve estrangeiros ricos que pagavam pela oportunidade de poderem disparar sobre civis a partir das posições dos snipers sérvios. “Sarajevo Safari”, um documentário de 2022 realizado por Miran Zupanic, descreve este turismo sinistro.

4. Quando é que Donald Trump manda os seus marines ajudar Vladimir Putin na recuperação doterritório de Kursk ocupado pelos ucranianos?

5. A principal realização de António Almeida Henriques, o malogrado presidente da câmara de Viseu entre 2013 e 2021, foi, sem sombra de dúvida, ter posto a circular os autocarros amarelos da MUV.
A Mobilidade Urbana de Viseu deu qualidade de vida à cidade e ao concelho. Não pode acabar.