Os cães-guia nascem com uma missão: devolver a liberdade aos seus utilizadores….
Fundada em Castro Daire há mais de 35 anos, a Paviléctrica entra…
No episódio de “A Comer é que a Gente se Entende”, o…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Carlos Vieira
por
Jorge Marques
A Câmara de Tondela vai avançar com a candidatura do processo de fabrico do Barro Negro de Molelos ao Inventário Nacional de Património Imaterial. A autarquia espera que, dentro de meses, um dos produtos artesanais mais típicos do concelho seja classificado com essa distinção.
O anúncio foi feito esta sexta-feira (21 de abril) pela presidente do município, Carla Antunes Borges (PSD), durante as comemorações do quinto aniversário da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (APTCVC), que ocorreram no concelho.
Na apresentação da candidatura a autarca social-democrata disse esperar que o processo seja rápido e realçou o trabalho da autarquia em torno desta candidatura.
“Já iniciámos o trabalho de preparação da candidatura, a conclusão e a aprovação não depende só de nós, depende também das entidades que o vão apreciar. O que desejamos é que seja um processo célere, mas não podemos apontar datas para a sua conclusão. Aquilo que podemos dizer é que é nosso compromisso e que estaremos próximos, atentos e motivados para que este processo se conclua o mais rapidamente possível”, afirmou.
Segundo Carla Borges, após a certificação do Barro Negro de Molelos, o processo de classificação como Património Imaterial será “a cereja no topo do bolo”. “Tenho poucas dúvidas que isto não vai ser concretizado. Pode não ser no próximo mês, daqui a dois, três meses, mas seguramente vai ser concretizado e naquilo que depender de nós seguramente vai acontecer”, realçou.
Para a presidente da Câmara, o que caracteriza o Barro Negro “não é só a argila”, mas também a “forma como ele é confecionado, como é cozido, e o processo da cozedura, a Soenga, assim como o conhecimento que foi transportado ao longo dos séculos, ao longo de gerações de família em família”.
Já a coordenadora da candidatura ao Inventário Nacional de Património Imaterial, Celeste Afonso, recordou que o processo de classificação do processo de fabrico do Barro Negro iniciou-se há um ano com a inventariação, estando agora o projeto “na fase de submissão da candidatura”. “Acreditamos que daqui a seis meses estaremos a celebrar a entrada do Barro Negro de Molelos no Inventário Nacional”, antevê.
A candidatura apresentada pela Câmara de Tondela propõe levar a louça preta de Molelos a seminários internacionais, além da criação de um curso de cerâmica e do barro negro e da construção de um novo espaço que conte a história do produto, entre outras medidas.
Carla Borges também homenageou os sete oleiros de Molelos que se dedicam ao Barro Negro, entre os quais duas mulheres, e realçou a “capacidade de resistência ao longo dos tempos, motivação, dedicação, dinamismo e modernidade”.
Celeste Afonso acrescentou que o Barro Negro “está mais do que vivo, é contemporâneo e preserva o saber fazer ancestral” e afastou a ideia de os oleiros viverem com dificuldades, dado que se dedicam em regime de exclusividade ao ofício.
Também presente na cerimónia ocorrida no Mercado Velho de Tondela, a diretora regional da Cultura do Centro, Susana Menezes, garantiu que o organismo tem procurado “dar apoio às candidaturas ao Inventário Nacional” que têm surgido na região. “Somos um parceiro ativo e privilegiado das comunidades na defesa das culturas, artes e património”, afirmou.
A responsável disse ainda que estas candidaturas e a entrada destas manifestações no Inventário Nacional de Património Imaterial “são já um primeiro e muito necessário ato de preservação e de valorização do património cultural imaterial e, consequentemente, também uma valorização e preservação das múltiplas memórias e identidades que formam os territórios e que nos distinguem enquanto comunidades”.
Estas afirmações foram ditas nas celebrações do quinto aniversário da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica, que atribuiu em Tondela quatro distinções honoríficas, incluindo medalhas a representantes do mestre Manuel Cargaleiro e da ceramista Rosa Ramalho, esta a título póstumo. Ao técnico e investigador Hélder Abraços, natural de Tondela, e à empresa CS Coelho da Silva, foram atribuídas menções honrosas.